Facebook cria ferramenta de censura geográfica de olho na China
Jornal The New York Times afirmou que a iniciativa é uma tentativa do Facebook de acabar com o bloqueio à empresa na China
AFP
Publicado em 23 de novembro de 2016 às 09h22.
O Facebook criou uma ferramenta com capacidade de censurar conteúdo publicado na rede social em algumas zonas geográficas, informou o jornal The New York Times, que apresenta a iniciativa como uma tentativa de acabar com o bloqueio à empresa na China.
O jornal afirma que entrevistou funcionários e ex-funcionários do Facebook que explicaram, na condição de anonimato, que a ferramenta permitiria suprimir automaticamente conteúdos sobre atualidades de alguns usuários que se encontram em determinadas regiões do planeta.
A rede social não faria uma censura direta e confiaria o programa a um terceiro, talvez um sócio presente na China.
As fontes do NYT advertiram, no entanto, que a iniciativa é parte de um conjunto de ideias que apontam o retorno do Facebook ao mercado chinês e que pThe New York Times, que apresenta a iniciativa como uma tentativa de acabar com o bloqueio à empresa na Chinaoderiam nunca ser implementadas.
"Afirmamos há algum tempo que estamos interessados na China e dedicamos espaço a aprender e compreender cada vez mais este país", afirmou um porta-voz da empresa americana em um e-mail à AFP.
"Mas ainda não tomamos nenhuma decisão a respeito de nossa abordagem na China", completou.
A principal rede social do mundo foi proibida em 2009 na China, onde as autoridades exercem um rígido controle sobre a internet.
O NYT recorda que, assim como o Facebook, os outros grupos americanos de internet costumam respeitar as legislações locais e aceitar os pedidos que considera legítimos formulados por governos para bloquear algumas informações.
De acordo com seu último "relatório de transparência", o Facebook restringiu o acesso a conteúdos a pedido das autoridades de uma série de países, como Paquistão ou Rússia, no segundo semestre de 2015.
Também bloqueou conteúdos na França que não respeitavam as leis que proíbem a negação do holocausto e punem a apologia ao terrorismo, assim como o acesso a páginas com imagens vinculadas aos atentados de novembro de 2015 em Paris por violação às leis nacionais de proteção à dignidade humana.