Tecnologia

Êxtase e frustração marcam chegada da Xiaomi ao Brasil

Anúncio da chegada da Xiaomi no Brasil fez com que alguns fãs ficassem muito contentes -- e outros um pouco decepcionados

Hugo Barra: executivo apresentou a chegada da Xiaomi ao Brasil (REUTERS/Paulo Whitaker)

Hugo Barra: executivo apresentou a chegada da Xiaomi ao Brasil (REUTERS/Paulo Whitaker)

Victor Caputo

Victor Caputo

Publicado em 1 de julho de 2015 às 16h03.

São Paulo – “Mi casa, su casa”, gritou o rapaz na fileira atrás de mim. Era uma resposta a Hugo Barra, que havia perguntado se poderia gastar tempo dos presentes com uma breve demonstração.

Barra é vice-presidente da empresa de tecnologia chinesa Xiaomi -- que no Brasil vem apostando no nome "Mi", que originou a brincadeira do rapaz citado no início do texto. Hugo Barra assumiu o cargo depois de uma passagem de sucesso pelo Google, sendo um dos principais nomes dentro do desenvolvimento do sistema Android.

Dessa vez, Barra estava no Brasil para o esperado anúncio de chegada da Xiaomi ao país. Fundada em 2010, a Xiaomi já é a maior empresa em vendas de smartphones na China. Nos cinco anos de existência, a empresa vendeu mais de 61 milhões de produtos. Hoje, ela é avaliada em 45 bilhões de dólares.

Chamada de “Apple chinesa” pela mídia ocidental, a Xiaomi mostrou que, ao menos, em um quesito está bem posicionada na disputa contra a empresa americana: a paixão dos fãs.

No palco, Barra contou a história do planejamento do evento. A ideia inicial era realizar o anúncio trazer alguns membros da imprensa e eventuais interessados. Ao abrir inscrições para o evento, o número surpreendeu: foram oito mil registros.

A paixão dos fãs era evidente. A apresentação em São Paulo contou com pessoas de diversas cidades e até de outros estados brasileiros. 

A solução para atender a alta demanda foi usar o Theatro Net, no Shopping Vila Olímpia, em São Paulo. De acordo com seu site, o teatro tem espaço para 799 pessoas. Os fãs que conseguiram ingresso foram avisados por e-mail, mas o local e o horário já eram de conhecimento público.

No dia 30 de junho pela manhã, o andar superior do shopping havia sido tomado por entusiastas da Xiaomi. Era difícil se locomover e distinguir as filas. Os “Mi fãs” se acumulavam em linhas intermináveis, andavam com sacolas da marca e usavam camisetas de cor laranja com logos da Xiaomi.

Como se não bastasse a alta concentração de pessoas, houve queda de energia do shopping enquanto todos tentavam entrar no teatro.

“Muitos Mi fãs que não receberam o código de entrada vieram mesmo assim”, explicou depois Hugo Barra. A solução encontrada pela empresa foi de dar um vale-refeição dentro do shopping e fazer uma segunda apresentação posteriormente.

Boa parte delas aceitou o convite para uma sessão posterior. A Xiaomi soube lidar com os fãs e deu, como um pedido de desculpas, dois produtos anunciados no dia – isso despertou a ira de alguns presentes na primeira sessão, que receberam apenas um dos produtos.

Mesmo assim, alguns fãs da empresa usaram as redes sociais para expressar indignação e frustração.

Agora vem com um kit lanche... Ta de brincadeira isso... Ninguém quer lanche não... O queremos e um mínino de respeito.. #MiBrasilChegou #Mau

Posted by Rodrigo Ferracini on Tuesday, June 30, 2015

O que falar do lançamento da Mi Brasil...Toda a expectativa e entusiasmo em participar de um evento de uma grande...

Posted by Ricardo Nogueira on Tuesday, June 30, 2015

Produtos

Na frente da legião de fãs, a Xiaomi anunciou seus primeiros produtos à venda no Brasil. O principal deles é o smartphone Redmi 2. Ele é um smartphone com tela de 4,7 polegadas, Android (usando customização da empresa), 8 GB de armazenamento interno e 1 GB de RAM. Ele deve concorrer por um mercado aquecido no momento contra marcas como a Motorola (que tem o Moto G) e a Asus (com o Zenfone).

O preço anunciado pela Xiaomi deve empolgar boa parte dos consumidores. O Redmi 2 será vendido no Brasil por 499 reais. A venda será feita, inicialmente, no site da empresa a partir do dia 7 de julho.

As primeiras unidades serão importadas, mas o Redmi 2 será montado na fábrica da Foxconn, na cidade de Jundiaí, em São Paulo.

Além do smartphone, a Xiaomi anunciou também uma powerbank (bateria para carregar smartphones) de 10.400 mAh, por 99 reais. O último produto à venda será a Mi Band, uma pulseira de análise de movimentos e exercícios físicos. O preço será de 95 reais.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaIndústria eletroeletrônicaSmartphonesXiaomi

Mais de Tecnologia

Como o Google Maps ajudou a solucionar um crime

China avança em logística com o AR-500, helicóptero não tripulado

Apple promete investimento de US$ 1 bilhão para colocar fim à crise com Indonésia

Amazon é multada em quase R$ 1 mi por condições inseguras de trabalho nos EUA