Redes celulares 4G LTE já estão em operação nos Estados Unidos, na Europa e em alguns países asiáticos (Steve Kazella / Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2011 às 16h06.
São Paulo -- O Exército brasileiro e a Motorola Solutions realizarão testes de soluções de comunicação celular de quarta geração com tecnologia LTE (Long Term Evolution) na faixa de 700 MHz em Brasília. Será montada uma rede com duas antenas fornecidas pela Ericsson, parceira da Motorola nos testes, que cobrirão a área da Esplanada dos Ministérios e o Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército.
O núcleo da rede e os terminais serão da própria Motorola. Para a experiência, a companhia solicitou uma faixa de 5 MHz + 5 MHz à Anatel. A infraestrutura deve ser instalada até o começo de outubro. Os testes durarão cerca de seis meses. A Motorola Solutions é particularmente forte na venda de equipamentos e soluções para órgãos de segurança. A empresa vende tanto rádios digitais capazes de operar em VHF, UHF, 700 MHz e 800 MHz, quanto soluções de integração e gerenciamento de salas de controle, inclusive para uso em missões críticas.
O próprio Exército é cliente da companhia, tendo fechado este ano um contrato de mais de R$ 20 milhões na compra de 10 mil rádios digitais, a maioria para uso na missão no Haiti. "Não queremos simplesmente vender terminais LTE, mas soluções completas de segurança pública", afirma o presidente da Motorola Solutions no Brasil, Eduardo Stefano.
Análise
Os testes a serem realizados pelo Exército em LTE demonstram que as Forças Armadas entrarão na disputa pelo destino da faixa de 700 MHz, hoje usada por radiodifusores. E não estão sozinhas entre os órgãos de segurança, já que, recentemente, a Polícia Militar de São Paulo revelou a realização de testes similares com a Alcatel-Lucent. A ideia é seguir o modelo americano, onde parte dessa frequência foi destinada a serviços de emergência, que já começaram a usá-la na cidade de São Francisco, por exemplo.
Com a migração para a TV digital, prevista para ser concluída em 2016, o futuro da frequência de 700 MHz ainda é incerto. As operadoras de telefonia querem que a faixa seja leiloada para serviços móveis, enquanto as TVs parecem preferir protelar a discussão. Existe, também, a possibilidade de antecipação da devolução dessa faixa do espectro, o que seria do interesse do governo federal, de acordo com algumas fontes.