Evo Morales (Photo Pin)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h28.
Montevidéu - O presidente boliviano, Evo Morales, considerou nesta sexta-feira que o Mercosul, bloco comercial no qual seu país está em processo de adesão, deveria "formar uma comissão jurídica" para levar a tribunais internacionais a espionagem que os Estados Unidos realizaram no mundo todo.
"Não é possível estarmos submetidos, devemos armar uma comissão jurídica para fazer um processo internacional por espionagem", disse Morales durante sua participação na 45ª cúpula de chefes de Estado e de Governo do Mercosul. "O império não consegue aceitar que nossos povos tenham recuperado sua dignidade e soberania, por isso quero dizer que suas tentativas de amedrontamento e intimidação estão equivocadas."
Durante a cúpula do Mercosul foram abordadas as denúncias de espionagem e o incidente do último dia 3, quando o avião do presidente Morales foi obrigado a aterrissar em Viena pela suspeita que a bordo estava o ex-técnico da CIA, Edward Snowden, requerido pelos EUA por revelar informação confidencial. Sobre o incidente, Morales afirmou não estar "zangado" com os países europeus que o obrigaram a desviar seu avião e disse que, enquanto submeteram seus antepassados ao "extermínio", a ele só fizeram "um bloqueio aéreo".
Com humor, mas sem deixar de mostrar sua indignação, Morales denunciou, além disso, que apesar de os países europeus não terem reconhecido que os EUA estiveram por trás desta situação, existem provas de sua intervenção.
"O mais engraçado de toda a situação é que eram 19h30 da Bolívia quando eu aterrissei em Viena, mas a chancelaria do meu país recebeu um e-mail às 19h17 com um pedido de extradição para Snowden dos EUA", afirmou.