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Evento sobre governança no BR pode custar mais de US$3 mi

Encontro Multissetorial Global sobre Governança da Internet que será sediado pelo Brasil nos dias 23 e 24 de abril começa a tomar forma

Segurança na internet: protagonismo do Brasil na discussão da governança da Internet teve início quando a presidente Dilma tratou da espionagem norte-americana em seu discurso na Assembleia Geral da ONU (Armin Hanisch)
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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2014 às 08h58.

São Paulo - Aos poucos o Encontro Multissetorial Global sobre Governança da Internet que será sediado pelo Brasil nos dias 23 e 24 de abril começa a tomar forma. O encontro é resultado imediato das deliberações que líderes das entidades que coordenam os aspectos técnicos da Internet, como a Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN), a Internet Engineering Task Force (IETF) e a Internet Society (ISOC), tomaram em outubro do ano passado no Uruguai .

Na ocasião, essas entidades produziram uma carta chamada Montevideo Statement on the Future of Internet Cooperation, em que concordam com a necessidade de tratar dos desafios sobre a governança da Internet e catalisar esforços em direção a um modelo multistakeholder de cooperação. A carta também fala na "globalização" das funções da ICANN e da Internet Assigned Numbers Authority (IANA) de modo que todos os governos possam ter igual participação.

O protagonismo do Brasil na discussão da governança da Internet teve início quando a presidenta Dilma Rousseff tratou da espionagem norte-americana em seu discurso na Assembleia Geral da ONU.

Duas semanas depois, o presidente da ICANN, Fadi Chehadé, propôs – e a presidente aceitou – realizar no Brasil uma conferência global para tratar da evolução da governança da Internet.

Trata-se de um evento de grande porte em que devem participar cerca de mil pessoas das mais diversas nacionalidades. O custo ainda não está fechado, mas, de acordo com o conselheiro do CGI, Percival Henriques de Souza, um evento desse porte com tradução simultânea para cinco ou seis idiomas não deve sair por menos de US$ 3 milhões.


Os custos e as fontes de financiamento começam oficialmente a ser discutidos no dia 27 de janeiro, quando os comitês criados para produzir o encontro se reunirão pela primeira vez: Comitê Multissetorial de Alto Nível, que será presidido pelo ministro Paulo Bernardo; Comitê Multissetorial Executivo, que será copresidido por Demi Getschko juntamente com um membro a ser indicado pelas entidades (ICANN, ISOC e IETF); e o Comitê de Logística e Participação, copresidido por Hartmut Glaser (CGI.br) e Nick Tomasso (ICANN).

Patrocínio

A ideia é que os custos do evento sejam suportados pelas entidades juntamente com o CGI. Mas será discutido também como empresas poderão patrocinar o encontro. Segundo Percival Henriques, que é membro do Comitê Multissetorial Executivo, certamente o CGI não aceitaria o patrocínio direto. Para ele, teria que haver um fundo internacional com essa finalidade. "Esse assunto é complicado. Imagina o Google patrocinar? Esse é um dos dilemas que nós temos. É legítimo empresa patrocinar, mas bancar viagem, por exemplo, não pode", afirma ele.

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São Paulo - Aos poucos o Encontro Multissetorial Global sobre Governança da Internet que será sediado pelo Brasil nos dias 23 e 24 de abril começa a tomar forma. O encontro é resultado imediato das deliberações que líderes das entidades que coordenam os aspectos técnicos da Internet, como a Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN), a Internet Engineering Task Force (IETF) e a Internet Society (ISOC), tomaram em outubro do ano passado no Uruguai .

Na ocasião, essas entidades produziram uma carta chamada Montevideo Statement on the Future of Internet Cooperation, em que concordam com a necessidade de tratar dos desafios sobre a governança da Internet e catalisar esforços em direção a um modelo multistakeholder de cooperação. A carta também fala na "globalização" das funções da ICANN e da Internet Assigned Numbers Authority (IANA) de modo que todos os governos possam ter igual participação.

O protagonismo do Brasil na discussão da governança da Internet teve início quando a presidenta Dilma Rousseff tratou da espionagem norte-americana em seu discurso na Assembleia Geral da ONU.

Duas semanas depois, o presidente da ICANN, Fadi Chehadé, propôs – e a presidente aceitou – realizar no Brasil uma conferência global para tratar da evolução da governança da Internet.

Trata-se de um evento de grande porte em que devem participar cerca de mil pessoas das mais diversas nacionalidades. O custo ainda não está fechado, mas, de acordo com o conselheiro do CGI, Percival Henriques de Souza, um evento desse porte com tradução simultânea para cinco ou seis idiomas não deve sair por menos de US$ 3 milhões.


Os custos e as fontes de financiamento começam oficialmente a ser discutidos no dia 27 de janeiro, quando os comitês criados para produzir o encontro se reunirão pela primeira vez: Comitê Multissetorial de Alto Nível, que será presidido pelo ministro Paulo Bernardo; Comitê Multissetorial Executivo, que será copresidido por Demi Getschko juntamente com um membro a ser indicado pelas entidades (ICANN, ISOC e IETF); e o Comitê de Logística e Participação, copresidido por Hartmut Glaser (CGI.br) e Nick Tomasso (ICANN).

Patrocínio

A ideia é que os custos do evento sejam suportados pelas entidades juntamente com o CGI. Mas será discutido também como empresas poderão patrocinar o encontro. Segundo Percival Henriques, que é membro do Comitê Multissetorial Executivo, certamente o CGI não aceitaria o patrocínio direto. Para ele, teria que haver um fundo internacional com essa finalidade. "Esse assunto é complicado. Imagina o Google patrocinar? Esse é um dos dilemas que nós temos. É legítimo empresa patrocinar, mas bancar viagem, por exemplo, não pode", afirma ele.

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