EUA não controlam internet, diz um dos criadores da rede
Vint Cerf está na origem da internet há quatro décadas, quando começaram a ser desenhados os protocolos para a rede, que funciona há 25 anos
Da Redação
Publicado em 24 de abril de 2014 às 19h26.
A internet é hoje uma "besta incomum", que não pode ser controlada, e é um "mito" que seja manipulada pelos Estados Unidos, onde surgiu, afirmou em entrevista à AFP um de seus criadores.
Talvez há quinze anos, "mas agora não", disse o matemático e informático americano Vint Cerf, de 70 anos, um dos pais da internet e atual vice-presidente do Google , que participou na quarta e quinta-feira, em São Paulo, da cúpula NetMundial sobre o futuro da rede.
Temas como a hegemonia de fato dos Estados Unidos sobre a rede, a liberdade de expressão, a expansão da internet e a privacidade estiveram sobre a mesa nesta cúpula, da qual participaram representantes de governos de mais de 80 países, empresas, técnicos, ONGs, a ONU e acadêmicos ligados à internet.
Cerf está na origem da internet há quatro décadas, quando começaram a ser desenhados os protocolos para a rede, que funciona há 25 anos.
Este é um resumo das opiniões de Vint Cerf sobre assuntos diversos, do domínio da rede à privacidade dos usuários.
O controle da internet
"Os Estados Unidos não controlam a internet, isto é um mito. Talvez quando os programas começaram a rodar, há 40 anos, mas não mais. É justo, no entanto, dizer que os Estados Unidos têm um papel único com relação aos sistemas de domínio e de endereços da internet. A internet é uma besta incomum, devido ao seu caráter transnacional e não se pode desenhar um círculo em volta dela e dizer 'neste país está, sim' e 'neste, não'. Os países têm a capacidade de gerenciar o que os cidadãos conseguem ver, mas nenhum país pode dizer a outro o que fazer a respeito da rede."
Debate complexo: os limites da web
"A tecnologia dita o que se pode ou não se pode fazer com a internet. Os engenheiros, os que escrevem os códigos, os que criam os aplicativos, são os que determinam o que a internet pode fazer. Pode haver limites sobre o que as pessoas têm direito a fazer na internet, mas isto depende das regras nacionais e às vezes internacionais. Mas este é um debate complexo porque, ao mesmo tempo em que prometemos liberdade de expressão, de informação, de criação, devemos encontrar também a forma de ajudar as pessoas a se proteger. Por isso é que os governos e a sociedade civil devem estar envolvidos."
Os temas da cúpula
"Ficou muito claro nesta cúpula que as pessoas estão muito preocupadas com sua privacidade, que é um assunto importante. Mas também se propôs a ideia de usar a internet como uma via para facilitar o comércio eletrônico, a educação ou a pesquisa científica. Um assunto muito importante também foi o acesso à internet porque muitas pessoas sentem que falta expandi-la. Todos querem mais internet, em todas as partes."
As discussões devem continuar
"Esta não é a última reunião sobre este tema, mas o bom aqui é que foram reunidas ideias de muitas pessoas. Este encontro é uma contribuição importante, mas não é o fim da história. É importante que tenhamos este tipo de diálogos porque os problemas não podem ser resolvidos em dois dias. Agora já temos uma base."
A internet é hoje uma "besta incomum", que não pode ser controlada, e é um "mito" que seja manipulada pelos Estados Unidos, onde surgiu, afirmou em entrevista à AFP um de seus criadores.
Talvez há quinze anos, "mas agora não", disse o matemático e informático americano Vint Cerf, de 70 anos, um dos pais da internet e atual vice-presidente do Google , que participou na quarta e quinta-feira, em São Paulo, da cúpula NetMundial sobre o futuro da rede.
Temas como a hegemonia de fato dos Estados Unidos sobre a rede, a liberdade de expressão, a expansão da internet e a privacidade estiveram sobre a mesa nesta cúpula, da qual participaram representantes de governos de mais de 80 países, empresas, técnicos, ONGs, a ONU e acadêmicos ligados à internet.
Cerf está na origem da internet há quatro décadas, quando começaram a ser desenhados os protocolos para a rede, que funciona há 25 anos.
Este é um resumo das opiniões de Vint Cerf sobre assuntos diversos, do domínio da rede à privacidade dos usuários.
O controle da internet
"Os Estados Unidos não controlam a internet, isto é um mito. Talvez quando os programas começaram a rodar, há 40 anos, mas não mais. É justo, no entanto, dizer que os Estados Unidos têm um papel único com relação aos sistemas de domínio e de endereços da internet. A internet é uma besta incomum, devido ao seu caráter transnacional e não se pode desenhar um círculo em volta dela e dizer 'neste país está, sim' e 'neste, não'. Os países têm a capacidade de gerenciar o que os cidadãos conseguem ver, mas nenhum país pode dizer a outro o que fazer a respeito da rede."
Debate complexo: os limites da web
"A tecnologia dita o que se pode ou não se pode fazer com a internet. Os engenheiros, os que escrevem os códigos, os que criam os aplicativos, são os que determinam o que a internet pode fazer. Pode haver limites sobre o que as pessoas têm direito a fazer na internet, mas isto depende das regras nacionais e às vezes internacionais. Mas este é um debate complexo porque, ao mesmo tempo em que prometemos liberdade de expressão, de informação, de criação, devemos encontrar também a forma de ajudar as pessoas a se proteger. Por isso é que os governos e a sociedade civil devem estar envolvidos."
Os temas da cúpula
"Ficou muito claro nesta cúpula que as pessoas estão muito preocupadas com sua privacidade, que é um assunto importante. Mas também se propôs a ideia de usar a internet como uma via para facilitar o comércio eletrônico, a educação ou a pesquisa científica. Um assunto muito importante também foi o acesso à internet porque muitas pessoas sentem que falta expandi-la. Todos querem mais internet, em todas as partes."
As discussões devem continuar
"Esta não é a última reunião sobre este tema, mas o bom aqui é que foram reunidas ideias de muitas pessoas. Este encontro é uma contribuição importante, mas não é o fim da história. É importante que tenhamos este tipo de diálogos porque os problemas não podem ser resolvidos em dois dias. Agora já temos uma base."