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Esforço da UE para criar seu Vale do Silício tem céticos

União Europeia alocou 80 bilhões de euros (109 bilhões de dólares) para financiar pesquisas e inovações de ponta durante os próximos seis anos

A região do Vale do Silício: Europa enfrenta enormes desafios para repetir o sucesso do Vale do Silício (Wikimedia)
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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2014 às 11h06.

Bruxelas - A Europa precisa dar um jeito no seu fragmentado mercado de telecomunicações e em desequilíbrios regulatórios se quiser incentivar uma nova geração de empresas de tecnologia e criar sua própria versão do Vale do Silício.

A União Europeia alocou 80 bilhões de euros (109 bilhões de dólares) para financiar pesquisas e inovações de ponta durante os próximos seis anos, salientando sua ambição no tema.

Na semana passada foi lançada a Parceria Europa de Startup (SEP, na sigla em inglês), plataforma criada para unir boas pequenas empresas de tecnologia com financiamento de companhias grandes, incluindo gigantes de telecomunicações como a Orange e a Telefónica .

Para Neelie Kroes, comissária europeia para assuntos digitais e de telecomunicações, é uma etapa essencial para impulsionar a concorrência e garantir que a Europa não seja deixada para trás na corrida tecnológica global.

"Se a Europa quiser desafiar o Vale do Silício como um lugar que gera negócios digitais, nossas startups precisam aprender como ganhar escala", disse Kroes ao lançar o site da SEP.

A Europa, porém, enfrenta enormes desafios para repetir o sucesso do Vale do Silício, polo ao sul de San Francisco criado nos anos 1960 que produziu algumas das firmas mais icônicas das últimas quatro décadas, incluindo a Apple, a Cisco e o Google.

Entre estes desafios estão o fragmentado setor de telecomunicações da UE, com provedoras concorrendo em quase todos os países, e uma tecnologia de infraestrutura que está longe de ser integrada.

Como se não bastasse, o cenário regulatório varia de país para país e a implementação de novas tecnologias como o 4G tem sido lenta, observaram vários empresários de tecnologia que participavam do lançamento da SEP.

A Comissão Europeia estima que a economia de aplicativos na Europa poderia acrescentar 1 milhão de empregos e contribuir com 63 bilhões de euros à economia do continente até 2018, ante 17,5 bilhões de euros em 2013.

São Paulo – Empresas como a Apple , o Google e o Facebook estão sediadas no Vale do Silíco. O polo tecnológico localizado na região ao sul de São Francisco, na Califórnia, Estados Unidos, é um dos lugares mais procurados por jovens empreendedores , inclusive brasileiros. Com a ajuda do especialista em startups , Cassio Spina e Márcio Filho, associado da Inseed Investimentos e coordenador do Desafio Brasil, EXAME.com listou seis empreendedores de destaque do Vale do Silício.
  • 2. Isabel Pesce

    2 /7(Divulgação)

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    A brasileira Isabel Pesce, de 24 anos, é empreendedora e sócia da startup Lemon. Ela tem quatro diplomas de graduação pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) e um mestrado ainda não concluído no Google. No mês passado, a Lemon recebeu aporte de 8 milhões de dólares.  A empresa criou um aplicativo para celular que ajuda a organizar e controlar finanças pessoais. Após três meses do lançamento, já tinha mais de 1 milhão de usuários. Em “ A menina do Vale”, Bel narra sua experiência como empreendedora e lista aprendizados do Vale do Silício. O livro superou 350 mil downloads após 20 dias do lançamento.
  • 3. Gabriel Benarros

    3 /7(Alexis Arnold)

  • Gabriel Benarros, 23 anos, é co-fundador e CEO da startup Ingresse. Em maio, a startup recebeu aporte de valor não divulgado da aceleradora 500 Startups. Natural de Manaus, aos 16 anos, foi aceito nos cursos de Medicina e Direito e em 16 faculdades norte-americanas. Escolheu a Universidade de Standford e se formou em Economia Comportamental. Antes de se formar, ingressou em um mestrado em inovações e negócios. No Vale do Silício, se destacou como Community Manager e organizou mais de 100 eventos. E, foi em um dos eventos que surgiu a ideia de criar o Ingresse. Fundado em 2012, o Ingresse é uma plataforma para venda de ingressos online para qualquer tipo de evento. A startup é a única brasileira que terá consultoria da 500 startups este ano.
  • 4. Eduardo Saverin

    4 /7(Creative Commons)

    Nascido em São Paulo, Eduardo Saverin, 30 anos, é um dos co-fundadores do Facebook. Formado em economia pela Universidade de Harvard, foi na universidade que Mark Zuckerberg e ele criaram o projeto da rede social. Quando a empresa foi transferida para Palo Alto, no Vale do Silício, Saverin foi afastado por Zuckerberg, mas após uma batalha judicial ele voltou a ser listado como co-fundador. Em maio, o Facebook estreou na bolsa de valores e chegou a arrecadar 16 bilhões de dólares. Desde 2009, Saverin vive em Cingapura e atua como investidor-anjo de empresas dos Estados Unidos, da Europa e Ásia.
  • 5. Gustavo Lemos

    5 /7(Divulgação)

    O mineiro Gustavo Lemos, 32 anos, é co-fundador da IDXP, uma startup que desenvolveu uma tecnologia que rastreia e permite monitorar o comportamento dos consumidores em tempo real. A startup ficou em primeiro lugar no IBM SmartCamp Brazil 2011. Este ano, Lemos foi eleito o Empreendedor Global do Ano, edição 2011, da IBM. Formado em engenharia de telecomunicações, fez pós-graduação em finanças e estudou business pela Stanford School of Business. Lemos e sua equipe se mudaram para o Vale do Silício no mês passado e uma das metas para este ano é iniciar pilotos da tecnologia da IDXP nos Estados Unidos e na Europa.
  • 6. Mike Krieger

    6 /7(Gilberto Tadday/EXAME.com)

    O brasileiro Mike Krieger, 26 anos, co-fundador do Instagram, nasceu e foi criado na capital paulista e se mudou para Palo Alto, na Califórnia, em 2004. Antes de se juntar a Kevin Systrom, 28 anos, CEO do Instragram, o jovem participou de um programa para jovens empreendedores na Universidade de Standford e trabalhou durante um ano e meio no Meebo (plataforma para troca de mensagens online). Lançado em 2010, o aplicativo para compartilhamento de imagens contava com 100 mil usuários já na sua primeira semana. Em abril deste ano, o Instagram oi comprado pelo Facebook por 1 bilhão de dólares e conta com mais de 30 milhões de usuários.
  • 7. Fernando Gouveia

    7 /7(Divulgação)

    Aos seis anos, o paulista Fernando Gouveia, 24 anos, saiu do Brasil. Já morou no México, na Grécia, em Taiwan e se formou nos Estados Unidos na Santa Clara University. Chamou a atenção do CEO da Plug and Play Tech Center, uma aceleradora de startups em 2010, localizada no Vale do Silício. Hoje, atua como international operations manager da aceleradora e é responsável por sete parcerias estrangeiras em países como Áustria, Bélgica, Nova Zelândia, entre outros. Gouveia viaja aos países parceiros para selecionar startups, e os escolhidos participam de um programa de três meses de consultoria na Plug and Play.
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