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Entenda a tecnologia quântica dos anos 1980 usada na tela do LG G4

A fabricante corrigiu os problemas do display do LG G3 com uma tecnologia nova em smartphones

LG G4  (Divulgação)

LG G4 (Divulgação)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 29 de abril de 2015 às 15h37.

A LG anunciou o seu novo smartphone topo de linha, o LG G4. No lugar do tradicional LCD, o aparelho usa o Quantum Display, um painel formado por nano cristais. Essa tecnologia é usada em TVs desde 2013, mas foi criada há muitos anos. Em 1985, já encontramos registros de publicações científicas da União Soviética que indicam um método de uso de nano cristais para implementos que usam óptica, como é o caso das telas presentes nos novos aparelhos da LG– apesar dos smartphones ainda estarem algumas décadas no futuro.

Usadas no LG G3, as telas com tecnologia LED são populares em diversos eletrônicos, como monitores, TVs e até painéis de câmeras digitais. Essas telas contam com uma malha de pixels, que recebe luz a partir de pequenas lâmpadas atrás do painel. Para que as cores sejam exibidas, a iluminação passa pelo chamado filtro de Bayer, que é o responsável por modificar a luz ao ponto que enxerguemos 16,7 milhões de variantes de cores, algo que a maioria dos displays atuais oferece, seja LED ou OLED.

A imagem abaixo exemplifica o funcionamento da retroiluminação LED do painel RGB. (Curiosidade: perceba que o verde está presente em mais pontos porque o olho humano é mais sensível a essa cor):

Na tela do G3, como na de outros smartphones com LCD, a cor surge quando a luz branca passa por pequenos filtros vermelhos, verdes e azuis que compõem a matriz de Bayer. Já no G4, esses filtros são desnecessários. Em seu lugar existe um filme composto por cristais nanoscópicos (também conhecidos por pontos quânticos) que emitem luz. Variações minúsculas no tamanho desses cristais fazem com que apenas luzes de cores bem específicas passem pela tela.

Normalmente, ainda há um tipo de retroiluminação, mas ela é menos intensa do que a usada em LCD com LED. Isso porque não há um filtro entre a fonte de luz e o pixel. Portanto, os nano cristais são mais eficientes em termos de consumo energético. E, na prática, isso também significa que o display tem melhor contraste do que o que vemos no LED.

Outra consequência do uso dos pontos quânticos que se converte em benefícios para o usuário é a fidelidade de cores. E, mais uma vez, a responsável por isso é a ausência da matriz de Bayer.

Por melhor que seja o filtro, luzes de comprimento de onda parecidos podem acabar se misturando (um laranja pode se intrometer no canal vermelho, por exemplo) quando passam pela matriz. Isso não ocorre nos nano cristais, que bloqueiam os fótons graças a um efeito chamado “confinamento quântico” que surge quando a estrutura cristalina é suficientemente pequena para reter ondas de comprimento específico. Portanto, a nova tecnologia de tela usada pela LG oferece nuances de cores mais “puros”.

Com isso, pode-se notar que a tecnologia do LG G4 é diferente da usada na tela Super Amoled do Samsung Galaxy S6, que funciona como um display OLED. Sem uma análise aprofundada com ambos os aparelhos em mãos, é difícil mensurar o quanto uma tela é realmente melhor que a outra.

O que podemos ter certeza é da melhoria entre o display do G3 e o do G4. A propria LG divulgou hoje que a imagem gerada pelo LG G4 tem 25% mais brilho, 50% mais contraste e fidelidade de cores 20% maior. Fora isso, ela é 11% mais eficiente na gestão de energia do que o G3.

Mais um fator que deve ajudar a corrigir a baixa autonomia de uso dos smartphones da LG é a tecnologia chamada pannel self refresh. O que ela faz, basicamente, é evitar despertar o processador quando a tela estiver exibindo um conteúdo estático durante algum tempo, como, por exemplo, um texto ou imagem. Esse é um recurso que fez falta ao G3, mas estava presente no G2. Pelo visto, a LG voltou atrás.

Além desses benefícios, o smartphone vale destacar que a fidelidade de cores tem padrão de cinema, mais especificamente da Digital Cinema Initiatives. Isso se converte em cores menos saturadas do que as que vemos no Galaxy S6, que cobre 110% do espaço de cor desse padrão, contra os 98% do aparelho da LG. As variações são suaves e talvez não cheguem a ser percepctíveis. Mas o fato é que a tela do LG G4 parece elevar o sarrafo de qualidade de imagem a um novo nível.

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