Lilia Snyder, nova presidente da Bose: ela tem o desafio de fazer a marca migrar para as vendas online (Divulgação/Divulgação)
Filipe Serrano
Publicado em 1 de setembro de 2020 às 06h00.
Nesta terça-feira (1º), a executiva Lila Snyder assume a presidência executiva da fabricante de eletrônicos americana Bose, conhecida por seus alto-falantes e fones de ouvido de alta qualidade e design arrojado. Ela será a primeira mulher a comandar a companhia em seus 56 anos e uma das poucas executivas mulheres na liderança de uma empresa na indústria de tecnologia atualmente.
Lila Snyder é engenheira mecânica, com mestrado e doutorado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), uma das instituições de ensino mais prestigiadas no mundo. Antes da Bose, ela ocupava o cargo de presidente global de comércio eletrônico da Pitney Bowes, uma empresa de tecnologia americana que atua no setor de logística, e trabalhou na consultoria McKinsey.
Snyder chega à Bose num momento de transição na estratégia de negócios. Em janeiro, a empresa decidiu fechar todas as suas 119 lojas na América do Norte, na Europa, no Japão e na Austrália e mudar o foco para as vendas pela internet. As demais lojas em outras partes do mundo continuaram abertas. Eram 130 ao todo, em lugares como na China, Índia, Coreia do Sul, Sudeste Asiático e no Oriente Médio.
A decisão do fechamento das lojas veio antes da pandemia, justamente quando a quarentena prejudicou as vendas no comércio e fez os consumidores mundo afora migrarem para os canais digitais.
"Estou incrivelmente animada de me juntar à equipe da Bose como nova CEO a partir de 1o. de setembro", disse a executiva em uma mensagem publicada recentemente na rede social LinkedIn.
Outro desafio da executiva será impulsionar os negócios da Bose no mercado de fones de ouvido sem fio. A área tem se mostrado bastante lucrativa desde que a Apple lançou seus fones AirPods em 2016. Hoje o segmento é dominando pela fabricante do iPhone.
A Bose promete lançar novos fones para competir com o AirPod desde o ano passado, mas os produtos ainda não começaram a ser vendidos. Como tem capital fechado, os números financeiros da empresa não são conhecidos.
Fundada em 1964 por Amar Bose, então um professor de engenharia eletrônica do MIT que se especializou na pesquisa sobre tecnologias acústicas, a fabricante Bose se tornou ao longo das décadas uma referência em produtos com alta qualidade sonora e design diferenciado.
Dois anos antes de morrer em 2013, Amar Bose doou ao MIT a maior parte das ações da companhia, sem direito de voto. A universidade se tornou a acionista majoritária da Bose e hoje recebe os dividendos da empresa, mas não pode se desfazer das ações nem interferir na administração da companhia. Com a chegada de Lina Snyder, que também estudou no MIT, a empresa agora entra em uma nova fase.