A programação de vídeo sob demanda da Netflix pode ser recebida por computadores, tablets, televisores, players de Blu-ray e consoles para jogos com acesso à internet (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 10 de agosto de 2011 às 10h13.
São Paulo -- Os executivos de algumas das principais empresas do setor de TV por assinatura estão preocupados com a provável chegada da Netflix no Brasil. No primeiro painel do Congresso ABTA 2011, que aconteceu nesta terça, 9, executivos apontaram a necessidade de “blindar” o setor contra a concorrência dos serviços via internet, como o da Netflix.
“A única coisa que não podemos fazer em relação à Netflix é subestimá-la”, disse o diretor geral da Globosat, Alberto Pecegueiro. Ele lembrou que o modelo de negócios do serviço norte-americano ainda está em formação e que recentemente a empresa desatrelou a assinatura do serviço virtual do serviço físico de distribuição de DVDs, causando danos de imagem a uma marca muito bem conceituada.
O serviço deve chegar no Brasil no próximo mês e tem como público potencial os assinantes de banda larga, que são, em sua maioria, assinantes também do serviço de TV. Antônio João, diretor executivo do Via Embratel, destacou que o serviço não deve ter, aqui, o mesmo potencial que tem nos Estados Unidos, uma vez que a penetração da banda larga em diversos municípios é inexistente ou irrelevante no Brasil.
A solução, aponta José Felix, presidente da Net, é fazer parcerias com produtoras de programas de TV para criar a oferta de novos serviços. “Podemos blindar o setor”, diz.
Fernando Medin, VP sênior e diretor geral da Discovery Brasil, diz que qualquer que seja a transformação no setor, a figura do programador sempre será fundamental na agregação do conteúdo. “As marcas dos canais de TV sempre terão papel fundamental”. O problema, aponta Medin, é que as produtoras terão de “concorrer com outra plataforma em desigualdade de condições, pois eles não terão as cotas de conteúdo”.