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Em 50 anos, o Facebook terá mais usuários mortos do que vivos, diz estudo

Pesquisadores de Oxford apontam que, em menos de um século, a quantidade de usuários mortos no Facebook será maior que a de vivos

Facebook: quantidade de usuários falecidos deve ultrapassar a de vivos em até 50 anos (Dado Ruvic/Reuters)

Facebook: quantidade de usuários falecidos deve ultrapassar a de vivos em até 50 anos (Dado Ruvic/Reuters)

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Maria Eduarda Cury

Publicado em 9 de maio de 2019 às 11h51.

São Paulo - Pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, analisaram os números da gigantesca rede de usuários do Facebook para fazer responder um dos principais questionamentos da última década: quando morremos, o que acontece com as nossas redes sociais e registros virtuais?

Enquanto os amigos próximos e os familiares estão fazendo o passo a passo para obter controle dos perfis virtuais de seus entes já falecidos, o problema real permanece sem ser explorado, afirmam os pesquisadores Carl Öhman e David Watson, do Instituto de Internet de Oxford, em seu estudo. "Nunca antes na história um arquivo tão vasto de comportamento e cultura humana foi reunido em um só lugar", disse Watson.

Para o estudioso, se formos capazes de controlarmos esse arquivo de informações virtuais, seremos capazes de controlar a história. Os pesquisadores afirmam que, até o momento, poucos estudos olharam para os aspectos macroscópicos e quantitativos da morte virtual.

Para exemplificar o que estão querendo dizer, a melhor opção é ter como base uma rede social massiva como o Facebook: atualmente, existem cerca de 2,3 bilhões de usuários mensalmente ativos. A contagem de usuários geral, no entanto, é muito maior do que esse número - porque milhões desses usuários estão mortos.

Estimativas apontam que o website possua cerca de 30 milhões de usuários que faleceram durante os primeiros oito anos de existência da rede. Em sua pesquisa, Öhman e Watson desejavam explorar mais a fundo, visto que os números citados acima são apenas o que é possível analisar pela superfície do mundo virtual.

Para realizar a pesquisa, eles determinaram duas situações: cenário A, que examina o que aconteceria se, a partir de 2019, nenhum usuário se cadastrasse no Facebook mais; e cenário B, onde o número de usuários no site continua a crescer 13% por ano, globalmente.

No primeiro cenário, cerca de 1,4 bilhão de usuários estariam mortos até 2100, com as taxas de mortalidade crescendo constantemente e parando apenas em 2077, onde já estariam acumulados cerca de 29 bilhões de perfis falecidos.

No relatório, os pesquisadores escreveram: "Perceba que, sob essas premissas conservadoras, os mortos vão, de fato, ultrapassar os vivos no Facebook em cerca de 50 anos." No entanto, o cenário A é bastante improvável, considerando que não existem evidências que digam que o Facebook deve parar de adicionar usuários ainda este ano.

O aumento contínuo - até alcançar o saturamento - representado no cenário B sugere que o Facebook pode, potencialmente, prosperar em um futuro distante; até a população morta do website superar os membros vivos. Se a taxa de 13% de crescimento permanecer contínua, o número de mortos deve passar de 3,5 bilhões para 4,9 bilhões até o final da próxima década.

"Em nível social, nós apenas começamos a fazer essas perguntas e temos um longo caminho a percorrer." disse Öhman. Para ele e Watson, esse é o primeiro passo para entender como lidar com as informações e data virtual deixadas por falecidos, já que os restos digitais, eventualmente, afetarão a todos os usuários.

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