Em 24h, decepção e euforia nas redes sociais
São Paulo - O compartilhamento de informações sobre a onda de manifestações que tomou o País impactou potencialmente 622 milhões de internautas até as 19h30 desta...
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h28.
São Paulo - O compartilhamento de informações sobre a onda de manifestações que tomou o País impactou potencialmente 622 milhões de internautas até as 19h30 desta quarta-feira. E os posts em Twitter, Facebook e outras redes sociais oscilaram de apoio quase unânime, decepção com os excessos - principalmente na terça-feira - e euforia com a vitória, após a revogação do aumento das tarifas de transporte público anunciada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e pelo prefeito Fernando Haddad (PT), nesta quarta-feira.
Para se ter uma ideia do efeito bola de neve das publicações em redes sociais, o impacto até a noite de segunda-feira era de 79 milhões de usuários - ou seja, houve um salto de quase oito vezes no alcance, em 48 horas. O mapeamento foi realizado online pela empresa Scup.
No período, entretanto, o humor dos internautas oscilou bastante. Isto porque as redes sociais são um termômetro da sociedade, analisa o psicoterapeuta Ari Rehfeld, supervisor da clínica psicológica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Mudança de humor - Se até segunda-feira, 17, o apoio virtual aos manifestantes era praticamente hegemônico - conquistado após os protestos da última semana -, o cenário mudou nesta terça-feira, 18, quando depredações e saques foram registrados em São Paulo. Vândalo não é manifestante, postou a usuária @NannySantana. Protesto com quebra-quebra é burro: ajuda a justificar a porradaria da PM e afasta a população (ninguém quer sair de casa pra apanhar), escreveu @carolmonterisi. Parabéns aos idiotas que depredaram a prefeitura ontem, ironizou o usuário @marceloratis.
O que mudou nesse ínterim é que a grande maioria dos manifestantes queria um movimento pacífico, diz Rehfeld. Estes então, se sentiram traídos quando os minoritários apelaram para a violência. Passaram a não se sentir mais representados.
Após a revogação do aumento da tarifa, entretanto, o humor nas redes sociais mudou mais uma vez: o tom passou para a comemoração - ainda que os mais céticos lembrassem que poderia faltar dinheiro para outros investimentos públicos. Se a revogação não aumentar nada em São Paulo, tá ótimo, escreveu a usuária @CarolinaCleto. Vencemos, uhu!, tarifa volta a ser R$ 3. Isso mesmo, Brasil!, postou @frasesvsf. Baixaram a tarifa, mas já estão aproveitando o fato para justificar a futura falta de investimentos, disse @qi200.
Vários posts também se perguntavam se as manifestações irão continuar - lutando por outras causas que surgiram em meio aos protestos pelas tarifas no transporte público. A tarifa abaixou! Mas, e o Brasil mudou? A roubalheira acabou? postou a usuária @jacklemes_. Tarifa baixou em São Paulo... Governador e prefeito recuaram e baixaram para R$ 3. E agora, os protestos vão parar?, perguntou @garimpodeacoes.
Posts - De acordo com o monitoramento da Scup, até as 19h30 desta quarta foi publicado nas redes sociais 1,2 milhão de posts referentes às manifestações. O dia mais intenso foi terça, com um registro de 453 mil posts. Nesta quarta, até o início da noite, foram publicados 251 mil posts. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.