Musk afirma que a plataforma seguirá as disposições legais da União Europeia para serviços digitais, (ANGELA WEISS/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 19 de junho de 2023 às 20h39.
Última atualização em 19 de junho de 2023 às 20h50.
O Twitter "respeitará a lei" europeia destinada a lutar contra a desinformação e a propagação do ódio na internet, assegurou o proprietário da rede social, o polêmico Elon Musk, em entrevista exibida nesta segunda-feira, 19, pelo canal de TV francês France 2.
"Se uma lei é promulgada, o Twitter se compromete a respeitá-la", respondeu o bilionário, quando lhe perguntaram sobre a nova normativa da União Europeia (UE) para os serviços digitais. A entrevista com Musk, que também é proprietário da Tesla e SpaceX, foi gravada na sexta-feira, paralelamente ao salão VivaTech, em Paris.
A Lei de Serviços Digitais (DSA, sigla em inglês) entrará em vigor em 25 de agosto e irá impôr às plataformas que atuem "com prontidão" para remover qualquer conteúdo ilegal, sob pena de multas de até 6% do seu faturamento mundial. No mês passado, o Twitter se retirou do código de boas práticas da UE contra a desinformação na internet, criado em 2018.
Durante a entrevista, Musk enfatizou que o Twitter não ultrapassará "as disposições legais" em matéria de censura e liberdade de expressão, e citou a dificuldade de colocar o "cursor no que é bom ou mau, aceitável" ou não. "No entanto, se uma lei é promulgada, como a lei na democracia representa a vontade do povo, deve ser respeitada", insistiu.
Ao ser perguntado sobre o grande número de demissões no Twitter durante o outono (norte), Musk afirmou que a companhia não "reduziu a atividade de moderação em si".
"A moderação é realizada por aproximadamente 4.000 colaboradores, e o trabalho se manteve mais ou menos igual", afirmou, referindo-se, inclusive, a uma "diminuição" dos discursos de ódio, contradizendo alguns estudos.
Musk também adiantou que é "muito provável" que sua empresa de veículos elétricos Tesla desenvolva um projeto "importante" na França.
É "muito provável que a Tesla faça algo muito importante na França nos próximos anos", declarou o bilionário, que se reuniu com o presidente francês, Emmanuel Macron.
O governante disse que quer convencer Musk a instalar uma planta de baterias para a Tesla na França.
O empresário americano também defendeu "desacelerar" a inteligência artificial (IA) e não "detê-la", após assinar uma petição na qual se pedia uma pausa de seis meses nas pesquisas, pelos riscos que acarreta para a humanidade.
Musk, que fundou em março a X.AI, nova empresa especializada neste campo, também disse que preferia ser "participante", em vez de "observador".