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E-mail anônimo, não!

Esta coluna lança a campanha "identifique-se no e-mail". Com nome e sobrenome

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h30.

Há dois meses escrevi uma coluna descendo o pau no lixo que recebemos todos os dias pelo e-mail. Tenho usado o mecanismo de vetar a entrada de mensagens indesejáveis, mas o lixo continua aumentando. A coluna provocou o desabafo de um monte de leitores, todos eles com o saco cheio da invasão de suas caixas de entrada por piadas idiotas, teorias de conspirações mais idiotas ainda, propagandas de cursos para subgerentes de vendas, correntes de felicidade, pornografia.

Mandar o que você não quer receber pelo correio eletrônico é, antes de tudo, falta de educação. Mas existe uma outra questão de etiqueta pouco lembrada que torna o recebimento de e-mails particularmente perturbadores. Não estou falando de gente que ESCREVE TUDO EM MAIÚSCULAS E AINDA TERMINA A FRASE COM UM MONTE DE PONTOS DE EXCLAMAÇÃO!!!!! Nem de gente que abrevia suas mensgns e que as termina com um abs. Eu me refiro a uma característica do tempo da carta de papel, aquela que a gente colocava num envelope que levava um selo. Nem penso em comparar os dois em termos tecnológicos. Mas certos detalhes da velha carta não deviam ser esquecidos. Em primeiro lugar, a carta era uma mídia sob controle. Escrita a mão ou na máquina de escrever, seu autor sabia exatamente o que o destinatário iria receber. O e-mail tem características técnicas que a maioria dos usuários desconhece (como a opção de usar a formatação em HTML). A pessoa manda sua mensagem, e o que aparece na tela de seu computador é uma maçaroca de sinais. Faz parte da boa educação fazer com que ler uma mensagem em e-mail seja um prazer. A maioria das mensagens que recebo é desagradável aos olhos. Mas essa comparação vai além da simples curtição estética.

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A velha carta de papel começava sempre com duas informações: a cidade de onde estava sendo escrita e a data. No final da carta, a assinatura do autor e seu endereço. O envelope trazia ainda a confirmação do local e data de envio -- um carimbo sobre o selo. Valia por uma confirmação independente, caso o autor estivesse mentindo. Um dos aspectos sinistros do e-mail é que ele permite ocultar a identidade de seu autor. Você pode receber uma mensagem vinda não se sabe de onde, assinada por ninguém que tem como endereço rwtfsqxz@hotmail.com. Eu assino cada mensagem que remeto. Nome, sobrenome e cidade de onde escrevo. E gosto de saber quem está me escrevendo. Alguns colocam endereço, telefone, URL e outros detalhes. Depende de cada um. Mas esta coluna civicamente lança a campanha: "identifique-se no e-mail".

Não precisa entrar em detalhes. Mas que tenha nome, sobrenome e cidade de origem. Todos os programas de correio permitem uma assinatura automática. É fácil. Afinal, se a pessoa não quer assinar sua mensagem, é porque se envergonha dela. E se a mensagem envergonha o autor, não deve ser enviada. É simples: nome, sobrenome, cidade.

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