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“É impossível a Apple não saber dos abusos na China”

Afirmação é de Debby Chan, diretora da ONG Sacom, a primeira a denunciar os suicídios nas fábricas de gadgets da Foxconn

Debby Chan, em frente ao prédio-sede da Sacom, em Hong Kong (Reprodução)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2012 às 09h56.

São Paulo - Durante minha viagem à China, quando visitei a fábrica da Foxconn em Shenzhen, foi sempre muito difícil encontrar pessoas dispostas a falar abertamente sobre os temas sensíveis que afetam a indústria de tecnologia no país, como abusos trabalhistas, poluição ambiental e liberdades civis.

Em Hong Kong, zona administrativa especial, no entanto, o clima político e social é radicalmente diferente. Ao contrário do que ocorre na China continental, a internet não é filtrada ou bloqueada, o acesso ao Google e Facebook são irrestritos e há diversas organizações políticas que operam com liberdade.

Fiz uma visita à Sacom, primeira ONG a denunciar os suicídios em plantas de iGadgets em Shenzhen e conversei com uma de suas diretoras, Debby Chan, uma jovem de 28 anos formada em ciências sociais que há três anos pesquisa as condições de trabalho em fábricas de eletrônicos na China.

- Como a Sacom pode saber o que ocorre no interior das fábricas chinesas a partir de Hong Kong?

Debby Chan - Nossa organização foi criada por professores universitários e estudantes chineses que viam enormes abusos ocorrerem nas zonas industriais chinesas. Como se sabe, os sindicatos não são organizações livres na China e há muito controle político sobre qualquer atividade organizada de grupos civis, como professores ou operários.

Então, eles decidiram abrir uma organização em Hong Kong, onde o clima político é um pouco melhor, e dedicar-se a documentar e pesquisar a real condição do trabalho nas áreas industriais. O que vemos é que o milagre chinês têm um custo humano altíssimo.

- É possível ter informações precisas acompanhando a vida nas fábricas à distância?

Chan - Nós não estamos distantes das pessoas. Eu mesmo e outros pesquisadores vamos a Shenzhen e ao interior da China várias vezes por mês. Nós ficamos nos arredores das fábricas, abordamos as pessoas, conversamos com elas, ouvimos suas histórias. Temos fontes por toda a China.


É um trabalho árduo, pois muitas vezes os trabalhadores não querem falar ou simplesmente não acham errado trabalhar 70 horas por semana pelo equivalente a 50 dólares. Muitos têm a percepção de que vivem melhor desse modo do que no campo, onde a situação de pobreza é muito grave.

- Vocês têm liberdade para realizar este trabalho na China?

Chan - Sim, ninguém nos chateia por isso. Às vezes um agente de segurança pede que saiamos da porta da fábrica e aí vamos para outra rua, mas nada demais. É importante dizer que nosso trabalho não é político, não estamos contestando a ordem social na China, mas pesquisando as condições de trabalho no país, o que em tese gera informações úteis para o governo chinês.

Nós sabemos de todos os problemas políticos que há na China, da falta de liberdade religiosa, da perseguição de ativistas políticos, mas este não é nosso foco principal de atuação.

- Em Hong Kong se discute a política na China continental livremente?

Chan - Não exatamente. Há um controle progressivo sobre os meios de comunicação em Hong Kong e as liberdades administrativas estão sendo reduzidas gradativamente pelo governo de Pequim. É importante lembrar que Hong Kong não é uma região de tradição democrática. Por aqui, as ordens sempre vieram de Londres, sem nenhum tipo de concessão à população local.

Apenas após 1989, quando o massacre da Praça da Paz Celestial chocou o mundo, é que os ingleses perceberam que precisavam fazer concessões por aqui, para diferenciar-se do regime de Pequim.


Então, criaram-se eleições parlamentares e algumas liberdades civis que vem sendo reduzidas à medida que Hong Kong volta para o controle da China. De qualquer forma, o clima aqui é mais livre. Algumas religiões perseguidas na China, por exemplo, sobrevivem baseadas em Hong Kong.

- Há dois anos a Sacom denunciou os suicídios que aconteciam nas fábricas da Foxconn em Shenzhen. Essas denúncias correram o mundo, mas foram capazes de modificar a realidade dentro das fábricas?

Chan - Nós denunciamos uma série de abusos, como assédio moral, jornadas extenuantes, baixos salários, faltas de condições mínimas de higiene e segurança nas fábricas e, por fim, uma onda de suicídios. Esta realidade é comum na China e, de certa forma, é um fator decisivo para os produtos chineses custarem tão barato e fazerem da China o maior exportador mundial.

No caso particular da Foxconn, que atende uma companhia tão reluzente quanto a Apple, estas denúncias ganharam maior visibilidade no exterior. Então, ao menos em Shenzhen, houve sim uma melhora nas condições de trabalho. Os salários cresceram, as instalações melhoraram. Mas temos notícias de que a superexploração apenas mudou de lugar.

- Como assim?

Chan - Novas fábricas da Foxconn construídas no interior do país mantêm os mesmos salários baixos e são inauguradas sem que refeitórios, dormitórios e banheiros estejam totalmente prontos. Há relatos de operadores que dormem seis horas por dia, ao lado de suas máquinas, pois não têm um beliche disponível para descansar.

- Os trabalhadores não se revoltam contra isso?

Chan - Muitos ficam indignados, pedem as contas e vão embora. Ninguém é obrigado a suportar isso, não existe escravidão no sentido clássico na China, de alguém ser forçado a trabalhar. Por outro lado, a China tem mais de 400 milhões de jovens vivendo em áreas rurais e sem perspectivas de melhorar de vida no campo.


Não é difícil recrutar um novo trabalhador para o posto de alguém que se cansou da exploração. Em muitos casos, os próprios trabalhadores pedem para fazer horas extras, pois querem levar mais dinheiro para suas famílias que vivem no campo.

Na sua avaliação por que alguns trabalhadores se matam?

Chan - Esta é uma pergunta muito difícil, pois as razões que levam alguém a se jogar de uma janela, como aconteceu mais de 20 vezes na Foxconn em Shenzhen, são íntimas, só o suicida poderia dizer o que o levou a tal situação. Há pessoas que tomam essa decisão terrível por razões pessoais, como o fim de um relacionamento amoroso ou por sofrerem de depressão crônica.

Chan - O que nós podemos assegurar é que o clima de desrespeito e superexploração das fábricas facilita isso. Um trabalhador que vive em más condições, longe da família, sem tempo para o lazer e que sofre humilhações diárias no trabalho é uma pessoa mais frágil. Há casos como o do jovem Sun Yang, de 23 anos, que se matou após sofrer uma dura repreensão depois de ter perdido um protótipo do iPhone 4. Claramente o inferno em que se tornou seu trabalho, com cobranças e ameaças, o influenciou a tomar essa decisão.

Há um outro caso, que me toca particularmente, de uma jovem de 17 anos que pulou da janela de seu quarto após trabalhar apenas 30 dias na Foxconn. Nascida no interior, a garota vivia pela primeira vez longe de sua família e, por ser uma iniciante, cometeu vários erros no trabalho, o que a levou a ser punida por seu supervisor repetidas vezes. Ao fim do mês, por um erro burocrático, seu salário não foi depositado.

Ela havia prometido enviar o dinheiro aos pais e teve uma crise nervosa ao saber que não receberia o dinheiro naquele mês. Ela subiu ao seu quarto, a procura de uma amiga para desabafar. Como a amiga não estava por lá, a jovem, num momento de desespero, se jogou da janela. A garota foi socorrida, sobreviveu. Mas ficou paraplégica.

Você acredita que a Apple sabe de todas estas informações?

Chan - É impossível eles não saberem. Obviamente, a Apple contrata a Foxconn, pois esta empresa é capaz de produzir iPhones e iPads em alta escala e por preços baixos. Acredito que os executivos da Apple, como aliás de todas as outras empresas “inovadoras” do Ocidente, sabem perfeitamente como são feitos seus produtos na China e fecham os olhos para isso.


A Apple criou um estatuto para a contratação de fornecedores com regras bastante rígidas após estes escândalos. Naturalmente fizeram isso para proteger sua imagem, mas não querem abrir mão dos preços baixos das fábricas chinesas. O polimento dos cases de alumínio de MacBooks e iPads, por exemplo, lança partículas desse metal no ar e nas águas de vilas chinesas. Não há sinais de que a Apple vá exigir melhores cuidados ambientais de seus fornecedores se isso implicar em custos maiores para ela.

Muitos analistas dizem que o enriquecimento da China e a formação de uma classe média forte criará uma tensão em favor da liberalização da política no país, com mais respeito aos direitos humanos e às liberdades individuais. Eu não acredito nisso. No mundo todo, nunca vi a classe média fazer uma revolução.

Veja Cingapura, aqui na Ásia, é um país que enriqueceu demais nos últimos 20, 30 anos. No entanto, possui um governo centralizador. Não há democracia. Por outro lado, nós vimos as recentes turbulências políticas na Líbia, Egito, Tunísia e Irã. Elas foram organizadas basicamente por gente jovem e pobre.

O que pode mudar esse quadro de superexploração nas fábricas chinesas?

Chan - O bônus demográfico da China não vai durar muitos anos mais. Apesar de nossa imensa população, é possível que a mão de obra fique menos farta nos próximos anos, gerando disputa entre as fábricas pelos melhores trabalhadores. De certa forma, este fenômeno já se verifica hoje em dia, o que vai melhorando aos poucos as condições de trabalho.

Também acredito que muitos chineses entendem estes abusos como parte do sacrifico que as famílias devem fazer para a China crescer. Nosso país foi muito instável no passado e as pessoas tendem a ter uma certa tolerância com os políticos quando a economia está crescendo. A medida em que a China não puder mais crescer 9 ou 10 por cento ao ano haverá pressão por mudanças.

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São Paulo - Durante minha viagem à China, quando visitei a fábrica da Foxconn em Shenzhen, foi sempre muito difícil encontrar pessoas dispostas a falar abertamente sobre os temas sensíveis que afetam a indústria de tecnologia no país, como abusos trabalhistas, poluição ambiental e liberdades civis.

Em Hong Kong, zona administrativa especial, no entanto, o clima político e social é radicalmente diferente. Ao contrário do que ocorre na China continental, a internet não é filtrada ou bloqueada, o acesso ao Google e Facebook são irrestritos e há diversas organizações políticas que operam com liberdade.

Fiz uma visita à Sacom, primeira ONG a denunciar os suicídios em plantas de iGadgets em Shenzhen e conversei com uma de suas diretoras, Debby Chan, uma jovem de 28 anos formada em ciências sociais que há três anos pesquisa as condições de trabalho em fábricas de eletrônicos na China.

- Como a Sacom pode saber o que ocorre no interior das fábricas chinesas a partir de Hong Kong?

Debby Chan - Nossa organização foi criada por professores universitários e estudantes chineses que viam enormes abusos ocorrerem nas zonas industriais chinesas. Como se sabe, os sindicatos não são organizações livres na China e há muito controle político sobre qualquer atividade organizada de grupos civis, como professores ou operários.

Então, eles decidiram abrir uma organização em Hong Kong, onde o clima político é um pouco melhor, e dedicar-se a documentar e pesquisar a real condição do trabalho nas áreas industriais. O que vemos é que o milagre chinês têm um custo humano altíssimo.

- É possível ter informações precisas acompanhando a vida nas fábricas à distância?

Chan - Nós não estamos distantes das pessoas. Eu mesmo e outros pesquisadores vamos a Shenzhen e ao interior da China várias vezes por mês. Nós ficamos nos arredores das fábricas, abordamos as pessoas, conversamos com elas, ouvimos suas histórias. Temos fontes por toda a China.


É um trabalho árduo, pois muitas vezes os trabalhadores não querem falar ou simplesmente não acham errado trabalhar 70 horas por semana pelo equivalente a 50 dólares. Muitos têm a percepção de que vivem melhor desse modo do que no campo, onde a situação de pobreza é muito grave.

- Vocês têm liberdade para realizar este trabalho na China?

Chan - Sim, ninguém nos chateia por isso. Às vezes um agente de segurança pede que saiamos da porta da fábrica e aí vamos para outra rua, mas nada demais. É importante dizer que nosso trabalho não é político, não estamos contestando a ordem social na China, mas pesquisando as condições de trabalho no país, o que em tese gera informações úteis para o governo chinês.

Nós sabemos de todos os problemas políticos que há na China, da falta de liberdade religiosa, da perseguição de ativistas políticos, mas este não é nosso foco principal de atuação.

- Em Hong Kong se discute a política na China continental livremente?

Chan - Não exatamente. Há um controle progressivo sobre os meios de comunicação em Hong Kong e as liberdades administrativas estão sendo reduzidas gradativamente pelo governo de Pequim. É importante lembrar que Hong Kong não é uma região de tradição democrática. Por aqui, as ordens sempre vieram de Londres, sem nenhum tipo de concessão à população local.

Apenas após 1989, quando o massacre da Praça da Paz Celestial chocou o mundo, é que os ingleses perceberam que precisavam fazer concessões por aqui, para diferenciar-se do regime de Pequim.


Então, criaram-se eleições parlamentares e algumas liberdades civis que vem sendo reduzidas à medida que Hong Kong volta para o controle da China. De qualquer forma, o clima aqui é mais livre. Algumas religiões perseguidas na China, por exemplo, sobrevivem baseadas em Hong Kong.

- Há dois anos a Sacom denunciou os suicídios que aconteciam nas fábricas da Foxconn em Shenzhen. Essas denúncias correram o mundo, mas foram capazes de modificar a realidade dentro das fábricas?

Chan - Nós denunciamos uma série de abusos, como assédio moral, jornadas extenuantes, baixos salários, faltas de condições mínimas de higiene e segurança nas fábricas e, por fim, uma onda de suicídios. Esta realidade é comum na China e, de certa forma, é um fator decisivo para os produtos chineses custarem tão barato e fazerem da China o maior exportador mundial.

No caso particular da Foxconn, que atende uma companhia tão reluzente quanto a Apple, estas denúncias ganharam maior visibilidade no exterior. Então, ao menos em Shenzhen, houve sim uma melhora nas condições de trabalho. Os salários cresceram, as instalações melhoraram. Mas temos notícias de que a superexploração apenas mudou de lugar.

- Como assim?

Chan - Novas fábricas da Foxconn construídas no interior do país mantêm os mesmos salários baixos e são inauguradas sem que refeitórios, dormitórios e banheiros estejam totalmente prontos. Há relatos de operadores que dormem seis horas por dia, ao lado de suas máquinas, pois não têm um beliche disponível para descansar.

- Os trabalhadores não se revoltam contra isso?

Chan - Muitos ficam indignados, pedem as contas e vão embora. Ninguém é obrigado a suportar isso, não existe escravidão no sentido clássico na China, de alguém ser forçado a trabalhar. Por outro lado, a China tem mais de 400 milhões de jovens vivendo em áreas rurais e sem perspectivas de melhorar de vida no campo.


Não é difícil recrutar um novo trabalhador para o posto de alguém que se cansou da exploração. Em muitos casos, os próprios trabalhadores pedem para fazer horas extras, pois querem levar mais dinheiro para suas famílias que vivem no campo.

Na sua avaliação por que alguns trabalhadores se matam?

Chan - Esta é uma pergunta muito difícil, pois as razões que levam alguém a se jogar de uma janela, como aconteceu mais de 20 vezes na Foxconn em Shenzhen, são íntimas, só o suicida poderia dizer o que o levou a tal situação. Há pessoas que tomam essa decisão terrível por razões pessoais, como o fim de um relacionamento amoroso ou por sofrerem de depressão crônica.

Chan - O que nós podemos assegurar é que o clima de desrespeito e superexploração das fábricas facilita isso. Um trabalhador que vive em más condições, longe da família, sem tempo para o lazer e que sofre humilhações diárias no trabalho é uma pessoa mais frágil. Há casos como o do jovem Sun Yang, de 23 anos, que se matou após sofrer uma dura repreensão depois de ter perdido um protótipo do iPhone 4. Claramente o inferno em que se tornou seu trabalho, com cobranças e ameaças, o influenciou a tomar essa decisão.

Há um outro caso, que me toca particularmente, de uma jovem de 17 anos que pulou da janela de seu quarto após trabalhar apenas 30 dias na Foxconn. Nascida no interior, a garota vivia pela primeira vez longe de sua família e, por ser uma iniciante, cometeu vários erros no trabalho, o que a levou a ser punida por seu supervisor repetidas vezes. Ao fim do mês, por um erro burocrático, seu salário não foi depositado.

Ela havia prometido enviar o dinheiro aos pais e teve uma crise nervosa ao saber que não receberia o dinheiro naquele mês. Ela subiu ao seu quarto, a procura de uma amiga para desabafar. Como a amiga não estava por lá, a jovem, num momento de desespero, se jogou da janela. A garota foi socorrida, sobreviveu. Mas ficou paraplégica.

Você acredita que a Apple sabe de todas estas informações?

Chan - É impossível eles não saberem. Obviamente, a Apple contrata a Foxconn, pois esta empresa é capaz de produzir iPhones e iPads em alta escala e por preços baixos. Acredito que os executivos da Apple, como aliás de todas as outras empresas “inovadoras” do Ocidente, sabem perfeitamente como são feitos seus produtos na China e fecham os olhos para isso.


A Apple criou um estatuto para a contratação de fornecedores com regras bastante rígidas após estes escândalos. Naturalmente fizeram isso para proteger sua imagem, mas não querem abrir mão dos preços baixos das fábricas chinesas. O polimento dos cases de alumínio de MacBooks e iPads, por exemplo, lança partículas desse metal no ar e nas águas de vilas chinesas. Não há sinais de que a Apple vá exigir melhores cuidados ambientais de seus fornecedores se isso implicar em custos maiores para ela.

Muitos analistas dizem que o enriquecimento da China e a formação de uma classe média forte criará uma tensão em favor da liberalização da política no país, com mais respeito aos direitos humanos e às liberdades individuais. Eu não acredito nisso. No mundo todo, nunca vi a classe média fazer uma revolução.

Veja Cingapura, aqui na Ásia, é um país que enriqueceu demais nos últimos 20, 30 anos. No entanto, possui um governo centralizador. Não há democracia. Por outro lado, nós vimos as recentes turbulências políticas na Líbia, Egito, Tunísia e Irã. Elas foram organizadas basicamente por gente jovem e pobre.

O que pode mudar esse quadro de superexploração nas fábricas chinesas?

Chan - O bônus demográfico da China não vai durar muitos anos mais. Apesar de nossa imensa população, é possível que a mão de obra fique menos farta nos próximos anos, gerando disputa entre as fábricas pelos melhores trabalhadores. De certa forma, este fenômeno já se verifica hoje em dia, o que vai melhorando aos poucos as condições de trabalho.

Também acredito que muitos chineses entendem estes abusos como parte do sacrifico que as famílias devem fazer para a China crescer. Nosso país foi muito instável no passado e as pessoas tendem a ter uma certa tolerância com os políticos quando a economia está crescendo. A medida em que a China não puder mais crescer 9 ou 10 por cento ao ano haverá pressão por mudanças.

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