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Duolingo quer ganhar dinheiro ensinando idiomas de graça

Luis von Ahn, fundador da escola de idiomas online Duolingo e criador do incômodo CAPTCHA fala a EXAME.com

Luís Von Ahn: gratuito, o Duolingo cresce velozmente ensinando idiomas na web e em smartphones (Divulgação)

Maurício Grego

Publicado em 16 de maio de 2013 às 17h58.

São Paulo — Luis von Ahn já foi apontado como uma das mentes mais brilhantes da atualidade por publicações como FastCompany e MIT Technology Review. Nascido na Guatemala, ele é professor da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos.

Também é fundador da Duolingo, empresa que ensina idiomas de graça na internet . Von Ahn é, ainda, um dos inventores do CAPTCHA, aquele método para comprovar que um usuário é humano (não um programa de computador) por meio da digitação de caracteres exibidos num quadro.

Von Ahn esteve no Brasil recentemente, buscando oportunidades para expandir o Duolingo no país. Ele falou a EXAME.com sobre o incômodo CAPTCHA e sobre o ensino de idiomas via internet. Confira algumas coisas que ele disse.

Duolingo

Enquanto aprendem, os alunos da Duolingo ajudam a traduzir textos. É uma forma engenhosa de crowdsourcing, ou seja, do uso do poder da multidão para realizar uma tarefa. “Nosso objetivo é ensinar idiomas de graça. Para isso, precisamos ganhar dinheiro de alguma forma”, diz von Ahn.

O Duolingo ensina o idioma enfocando conceitos e situações práticas. Depois, o aluno pratica a língua que está aprendendo traduzindo textos. “Algumas empresas, como a CNN, nos pagam para que os textos delas sejam traduzidos. Essa é nossa fonte de receita. Também traduzimos textos da Wikipedia . Nesse caso, não cobramos”, diz.


Em geral, empresas de ensino de idiomas na internet – como Open English, Live Mocha e Busuu – oferecem algumas lições de graça, mas cobram pelo conteúdo mais avançado. “Nós não queremos cobrar” afirma von Ahn.

Ele explica o motivo: “Em geral, nossos alunos não têm muito dinheiro. Eles não querem aprender uma língua estrangeira para viajar. O que querem é conseguir um emprego melhor. Por isso, o fato de o Duolingo ser gratuito é um atrativo importante.”

Von Ahn acredita que ser grátis é uma das principais razões para o Duolingo crescer rapidamente. O serviço tem 3 milhões de alunos. 10% deles estão no Brasil, que é o terceiro país com mais alunos, atrás de Estados Unidos e Espanha.

“Mas crescemos mais rapidamente aqui. Assim, é possível que o Brasil ultrapasse a Espanha em pouco tempo”, diz. O Duolingo, que já tem um app para iPhone, pretende liberar um para Android nos próximos dias.

CAPTCHA

Detestado pela maioria dos internautas, o CAPTCHA é usado em inúmeros websites, já que a verificação é necessária para evitar o spam e as fraudes online. Bem humorado, von Ahn pede desculpas em tom de brincadeira quando se fala desse invento.


Anos atrás, ele encontrou uma maneira de tornar o CAPTCHA útil, levando os usuários a colaborar na digitalização de livros enquanto passam pela verificação. É outra forma engenhosa de crowdsourcing.

A empresa que ele fundou para comercializar essa versão melhorada, a reCAPTCHA, foi comprada pelo Google em 2009. O Google usa o reCAPTCHA em seu projeto de digitalização de livros.

A imagem das páginas é captada por meio de um scanner. Depois, um software de reconhecimento de caracteres (OCR) tenta lê-los e transformá-los em texto digital. O problema é que o OCR não consegue reconhecer todas as palavras. É aí que entra o reCAPTCHA.

O reCAPTCHA oferece duas palavras para o internauta digitar. Uma delas é usada para verificar se ele é ou não humano. A outra é a imagem de uma palavra num livro, para ser digitalizada manualmente pela pessoa.

Várias pessoas recebem a mesma palavra para digitar. Isso permite conferir se a digitação está correta. Essa forma de computação humana funciona: ”O Google consegue digitalizar 100 milhões de palavras por dia e 2 milhões de livros por ano”, diz von Ahn.

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Também é fundador da Duolingo, empresa que ensina idiomas de graça na internet . Von Ahn é, ainda, um dos inventores do CAPTCHA, aquele método para comprovar que um usuário é humano (não um programa de computador) por meio da digitação de caracteres exibidos num quadro.

Von Ahn esteve no Brasil recentemente, buscando oportunidades para expandir o Duolingo no país. Ele falou a EXAME.com sobre o incômodo CAPTCHA e sobre o ensino de idiomas via internet. Confira algumas coisas que ele disse.

Duolingo

Enquanto aprendem, os alunos da Duolingo ajudam a traduzir textos. É uma forma engenhosa de crowdsourcing, ou seja, do uso do poder da multidão para realizar uma tarefa. “Nosso objetivo é ensinar idiomas de graça. Para isso, precisamos ganhar dinheiro de alguma forma”, diz von Ahn.

O Duolingo ensina o idioma enfocando conceitos e situações práticas. Depois, o aluno pratica a língua que está aprendendo traduzindo textos. “Algumas empresas, como a CNN, nos pagam para que os textos delas sejam traduzidos. Essa é nossa fonte de receita. Também traduzimos textos da Wikipedia . Nesse caso, não cobramos”, diz.


Em geral, empresas de ensino de idiomas na internet – como Open English, Live Mocha e Busuu – oferecem algumas lições de graça, mas cobram pelo conteúdo mais avançado. “Nós não queremos cobrar” afirma von Ahn.

Ele explica o motivo: “Em geral, nossos alunos não têm muito dinheiro. Eles não querem aprender uma língua estrangeira para viajar. O que querem é conseguir um emprego melhor. Por isso, o fato de o Duolingo ser gratuito é um atrativo importante.”

Von Ahn acredita que ser grátis é uma das principais razões para o Duolingo crescer rapidamente. O serviço tem 3 milhões de alunos. 10% deles estão no Brasil, que é o terceiro país com mais alunos, atrás de Estados Unidos e Espanha.

“Mas crescemos mais rapidamente aqui. Assim, é possível que o Brasil ultrapasse a Espanha em pouco tempo”, diz. O Duolingo, que já tem um app para iPhone, pretende liberar um para Android nos próximos dias.

CAPTCHA

Detestado pela maioria dos internautas, o CAPTCHA é usado em inúmeros websites, já que a verificação é necessária para evitar o spam e as fraudes online. Bem humorado, von Ahn pede desculpas em tom de brincadeira quando se fala desse invento.


Anos atrás, ele encontrou uma maneira de tornar o CAPTCHA útil, levando os usuários a colaborar na digitalização de livros enquanto passam pela verificação. É outra forma engenhosa de crowdsourcing.

A empresa que ele fundou para comercializar essa versão melhorada, a reCAPTCHA, foi comprada pelo Google em 2009. O Google usa o reCAPTCHA em seu projeto de digitalização de livros.

A imagem das páginas é captada por meio de um scanner. Depois, um software de reconhecimento de caracteres (OCR) tenta lê-los e transformá-los em texto digital. O problema é que o OCR não consegue reconhecer todas as palavras. É aí que entra o reCAPTCHA.

O reCAPTCHA oferece duas palavras para o internauta digitar. Uma delas é usada para verificar se ele é ou não humano. A outra é a imagem de uma palavra num livro, para ser digitalizada manualmente pela pessoa.

Várias pessoas recebem a mesma palavra para digitar. Isso permite conferir se a digitação está correta. Essa forma de computação humana funciona: ”O Google consegue digitalizar 100 milhões de palavras por dia e 2 milhões de livros por ano”, diz von Ahn.

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