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Desinformados, americanos confundem Bitcoin com jogo de Xbox

Segundo pesquisa, maioria não tem ideia de que é uma moeda virtual que eles podem usar para comprar qualquer coisa


	Bitcoin: apenas 42% dos americanos que responderam a uma consulta por telefone identificaram corretamente a moeda virtual
 (Flickr.com/zcopley)

Bitcoin: apenas 42% dos americanos que responderam a uma consulta por telefone identificaram corretamente a moeda virtual (Flickr.com/zcopley)

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Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2013 às 16h40.

Washington - Alguns americanos pensam que o Bitcoin é um jogo de Xbox. Outro pensam que é um aplicativo de iPhone. A maioria não tem ideia de que é uma moeda virtual que eles podem usar para comprar qualquer coisa, desde camisetas até sedãs da Tesla Motors, segundo uma pesquisa nacional da Bloomberg.

Apenas 42 por cento dos americanos que responderam a uma consulta por telefone, entre 6 e 9 de dezembro, identificaram corretamente o Bitcoin, que aumentou em mais de 80 vezes seu valor neste ano com o crescimento de sua popularidade.

“Eu não sei bem o valor disso e o que eu poderia comprar com ele”, diz Olga Ruff, 62, de Dallas, que identificou o Bitcoin corretamente. Ruff diz que é improvável que ela comece a aceitar a moeda na pequena joalheria que administra em sua casa: “Que utilidade isso teria para mim?”.

Os Bitcoins, que existem como um software e não são regulados por nenhum país ou autoridade bancária, são aceitos em negócios como uma concessionária da Lamborghini em Costa Mesa, Califórnia, e um caminhão que vende comida peruana, em Washington.

Mesmo assim, o uso da moeda está longe de ser generalizado, mesmo entre aqueles que a conhecem.

“Eu não sei se é algo que eu necessariamente pensaria em usar para fazer compras”, diz Jeremy Labadie, 32, de Nova York, entrevistado na pesquisa. Labadie, que trabalha com tecnologia de segurança de internet e conhece o Bitcoin, diz que pensou em comprar a moeda como investimento.


Fundadores do Bitcoin

Lançado em 2008 por um programador ou grupo de programadores que atua sob o nome de Satoshi Nakamoto, o Bitcoin ganhou credibilidade após a aplicação de uma legislação e depois que agências de câmbio disseram, em audiências recentes no Senado dos EUA, que a moeda poderia ser um meio legítimo de troca.


Os Bitcoins estavam sendo negociados a US$ 862 ontem no Bitstamp, uma das mais ativas casas de câmbio on-line onde o dinheiro digital é negociado por dólares e outras moedas. Eles chegaram a uma alta de US$ 1.132 no site, em 4 de dezembro, um aumento que ganhou força depois que em outubro órgãos reguladores fecharam o site Silk Road Hidden, onde era possível obter armas, drogas e outros produtos ilícitos usando Bitcoins. A medida gerou um otimismo de que o dinheiro digital se tornaria mais usado para fins legais.

Instados a escolherem em uma lista, 6 por cento dos entrevistados disseram pensar que Bitcoin é um jogo de Xbox, enquanto outros 6 por cento afirmaram que é um aplicativo de iPhone. Quarenta e seis por cento admitiram que não tinham ideia do que se tratava.

A consulta por telefone com 1.004 americanos tem uma margem de erro de 3,1 pontos porcentuais para mais ou para menos e foi elaborada pela empresa Selzer Co., com sede em Des Moines, Iowa.

Cobertura criminal

Alguns entrevistados, como John Berg, 62, de Inver Grove Heights, Minnesota, ouviram a respeito da moeda virtual por causa da cobertura jornalística sobre seu uso em crimes.

“Havia alguém usando isso para alguma coisa ilegal e o FBI levou muito tempo para resolver o problema”, diz ele.

Os órgãos reguladores dos EUA estão começando a estudar a possibilidade de supervisionar moedas virtuais. A presidente da Comissão de Títulos e Câmbio dos EUA, Mary Jo White, emitiu uma carta em agosto sugerindo que as moedas virtuais poderiam ser consideradas títulos sujeitos à regulação de sua agência, “dependendo dos fatos e circunstâncias particulares em questão”.

Títulos que oferecem retornos com base em moedas virtuais provavelmente se sujeitariam à regulação da comissão, disse ela.

Na pesquisa, quase metade dos que conheciam o Bitcoin disseram que ele deveria seguir sem regulação.

“Com todos os novos sistemas eles precisam de tempo para o desenvolvimento e a regulação pode vir mais tarde”, diz Matthew Gouaux, 35, advogado trabalhista de São Francisco. “Isso parece algo a ser observado para ver como seguirá”.

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