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Desafio Anti-Black Friday: passe 24 horas sem comprar nada

Antes de torrar o 13º salário, é bom refletir um pouco sobre consumo consciente

Buy Nothing Day: data completa 21 anos na tentativa de promover a reflexão em uma espécie de dia mundial sem compras (Flickr/Ekai)

Buy Nothing Day: data completa 21 anos na tentativa de promover a reflexão em uma espécie de dia mundial sem compras (Flickr/Ekai)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2013 às 09h04.

São Paulo - O grande assunto da semana é a Black Friday. Milhões de pessoas estão a postos para aproveitar as promoções que acontecerão nesta sexta-feira (29), promovidas pelo evento que começou nos Estados Unidos e tem ganhado o mundo. Mas antes de torrar o 13º salário, é bom refletir um pouco sobre consumo consciente. Será que não dá para resistir aos descontos? Essa é a proposta de vários movimentos, como o Buy Nothing Day.

Criado pelo artista Ted Buster e pelo publicitário Kalle Lasn, o Buy Nothing Day completa 21 anos na tentativa de promover a reflexão em uma espécie de dia mundial sem compras. Sempre no último sábado de novembro é feito em mais de 60 países o dia internacional de protesto contra consumismo com um desafio: passar 24 horas sem comprar nada.

A proposta é experimentar a sensação de não se deixar levar pelo apelo de comprar apenas por impulso. Segundo os organizadores, passar um dia sem consumir nada é uma oportunidade de ficar em casa com a família e amigos, sem pensar em coisas materiais. Só assim é possível perceber que é possível viver sem consumir demais coisas supérfluas.

O excesso de consumo pode não só te deixar cheio de dívidas, mas também ajudará a esgotar a energia e os recursos do planeta. Segundo a organização Adbusters, tudo o que compramos tem um impacto sobre o meio ambiente. Somente os países desenvolvidos – 20% da população mundial – consomem mais de 80% dos recursos naturais do planeta, o que causa um nível desproporcional de danos ambientais e uma injustiça na distribuição da riqueza.

A Adbusters não é a única organização que luta em prol do consumo consciente. Várias instituições acreditam que o consumo consciente é um instrumento fundamental de transformação do mundo. A New Road Map Foundation, por exemplo, foi criado em 1980. A missionária Vicki Robin é a principal porta-voz e prega a ideia de que é preciso consumir menos e usar nosso tempo para fazer algo mais satisfatório do que simplesmente ganhar dinheiro.


O ativista americano Bill Tallen é uma das figuras mais conhecidas na luta contra o consumo exacerbado. Reverend Billy, seu personagem de traços pop, faz ações com a comunidade da igreja The Church of Stop Shopping na tentativa de denunciar as injustiças da sociedade capitalista com ajuda do humor e do grotesco.

Em muitas de suas ações, o profeta vai até as lojas exorcizar caixas de dinheiro e cartões de créditos dos clientes. Fica na frente das lojas com o coro da igreja fazendo preces. Seus principais alvos são as lojas de brinquedos da Disney e a de café Starbucks. Tallen é um ativista que optou por usar a arte para denunciar o consumo exacerbado.

No Brasil, as discussões sobre o tema ganharam voz com a criação do Instituto Akatu, em 2001. A organização entende o consumo como um processo que começa com o consumidor antes da compra e termina após o descarte do produto.

[Leia também: 5 dicas para evitar as compras por impulso na Black Friday]

Segundo o instituto, quem responde perguntas básicas antes de comprar algo, como: “Por que comprar? Como usar? Como descartar?” tende a reduzir os seus impactos no meio ambiente e potencializar as forças que vão ao encontro de uma sociedade sustentável. Qualquer consumidor pode contribuir para a sustentabilidade ao comprar produtos sejam socialmente justos, economicamente viáveis e ecologicamente limpos.

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