De cães a carros autônomos: o Softbank presta conta de seus US$ 100 bi
O grupo japonês de telecomunicações que investe pesado em empresas de tecnologia, como Uber e WeWork, divulga hoje os resultados do quatro trimestre
Lucas Agrela
Publicado em 6 de fevereiro de 2019 às 06h35.
Última atualização em 6 de fevereiro de 2019 às 10h15.
O grupo japonês Softbank , dono de negócios na área de telecomunicações em seu país, é conhecido no exterior por controlar o maior fundo de private equity do planeta.
Chamado Vision Fund, ele conta com um capital de cerca de 100 bilhões de dólares, e tem como objetivo investir em empresas de tecnologia e ajudá-las a expandir seus negócios. A empresa anuncia hoje (6) os resultados do último trimestre de 2018, e deve dar indícios da eficiência com que vem investindo sua fortuna.
O grupo tem apostado alto em empresas do setor de tecnologia, entre elas o aplicativo de transporte Uber, a fabricante de processadores gráficos Nvidia e a empresa britânica ARM, conhecida por desenvolver o design de microprocessadores.
O Vision Fund aplica ainda em startups como o aplicativo de dog-walkers Wag, que recebeu 300 milhões de dólares do Vision Fund. Fundado nos Estados Unidos, o aplicativo permite conectar donos de cães com passeadores, que são remunerados pela atividade. Hoje, a empresa japonesa é dona de 45% da Wag.
Junto ao fundos GIC, de Singapura, e o americano Sequoia Capital, o Softbank investiu também 535 milhões de dólares em um serviço de entregas americano chamado DoorDash. Entre os planos da DoorDash, que funciona de maneira parecida com a colombiana Rappi, está o lançamento um serviço para restaurantes que lhes permite atender diretamente a clientela.
Os carros autônomos também estão no portfólio de investimentos. A divisão Cruise, da montadora General Motors (GM), recebeu 2 bilhões de dólares, em troca de 20% de participação.
A GM colocou 1 bilhão de dólares adicionais para acelerar o desenvolvimento dos seus veículos autônomos. O acordo ajuda a avançar na competição com empresas como a Waymo, que está sob o guarda-chuva da Alphabet – empresa-mãe do Google.
Uma campeã em aposta do SoftBank é a empresa novaiorquina de escritórios compartilhados WeWork, que já recebeu 8,65 bilhões só do Softbank. O capital investido no último aporte, de 3 bilhões de dólares, não veio do Vision Fund, que tem grande parte do seu dinheiro proveniente da Arábia Saudita.
Como o país esteve no centro de uma polêmica internacional após a morte do jornalista Jamal Khashoggi num consulado saudita, o segundo investimento por parte dos árabes no Vision Fund, no valor de 45 bilhões de dólares, foi colocado em stand-by – e parece que não vai chegar.
Sem uma nova leva de aportes bilionários, a pressão para que o SoftBank e seu controlador, o bilionário Masayoshi Son, comecem a dar retorno, deve crescer nos próximos trimestres.