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Crianças estão seguras online? Entenda por que o Senado dos EUA questiona as big techs

O Comitê Judiciário do Senado dos EUA questiona CEOS de cinco big techs sobre possíveis danos das redes sociais em adolescentes

Mark Zuckerberg: CEO alega que a Meta implementou medidas para proteger crianças que acessam a plataforma (PBS/YouTube)
André Lopes

Repórter

Publicado em 31 de janeiro de 2024 às 15h37.

Última atualização em 31 de janeiro de 2024 às 15h40.

OCongresso dos Estados Unidos recebeu nesta quarta-feira, 31, em uma sessão marcada por tensões, os principais executivos de cinco grandes redes sociais, incluindo Mark Zuckerberg da Meta e Linda Yaccarino do X, antigo Twitter. A audiência, liderada pelo comitê judiciário do Senado, teve como foco a alegada falha dessas plataformas em garantir a segurança de crianças e adolescentes online.

Além de Zuckerberg e Yaccarino, participaram da sessão Shou Zi Chew do TikTok, Evan Spiegel do Snap e Jason Citron da Discord. O encontro realçou preocupações bipartidárias sobre a exposição dos jovens usuários a predadores infantis e a disseminação de pornografia infantil na internet.

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A sessão foi aberta com um vídeo impactante de vítimas de abuso sexual nas plataformas. Também foram apresentados relatos de pais de crianças que cometeram suicídio após serem exploradas online. As tensões culminaram na alegação de que as empresas tinham "sangue nas mãos" por produtos que, segundo ele, estão "matando pessoas".

O presidente democrata do comitê, Senador Dick Durbin, destacou estatísticas que apontam um aumento na partilha de material de abuso sexual infantil online e no número de casos de "sextorsão" de crianças. Durbin atribuiu esse crescimento perturbador à evolução tecnológica.

Há várias propostas de legislação federal em discussão que visam as empresas do Vale do Silício. Entre elas está a controversa Kids Online Safety Act, que exige que as plataformas protejam crianças de danos online. No entanto, ainda não há consenso no Senado e na Câmara sobre as medidas específicas a serem adotadas. Essas propostas enfrentam resistência tanto das plataformas tecnológicas quanto dos grupos comerciais que as representam.

Durante a audiência, os executivos se mostraram cautelosos em relação às propostas em debate. Zuckerberg, por exemplo, sugeriu que legisladores deveriam exigir que as lojas de aplicativos da Apple e Google verificassem a idade dos usuários mais jovens. Ele reiterou que a Meta já introduziu várias ferramentas e recursos para proteger as crianças.

Yaccarino, por sua vez, afirmou que a X, anteriormente conhecida como Twitter, "não é a plataforma de escolha para crianças e adolescentes" e que "não possui uma linha de negócios dedicada a eles". Sob a liderança de Elon Musk, ela enfatizou a necessidade de mais "colaboração" diante do avanço da inteligência artificial, que aprimora as táticas e capacidades dos ofensores. Apesar disso, Yaccarino expressou apoio à Kids Online Safety Act.

Shou Zi Chew do TikTok anunciou o investimento de mais de US$ 2 bilhões em esforços de confiança e segurança neste ano, evitando mencionar legislações específicas. Já Jason Citron, em um tenso diálogo com Graham, não confirmou o apoio da Discord a propostas legislativas como a Stop CSAM [Child Sexual Abuse Material] Act.

Antes da sessão, documentos internos e e-mails revelaram que Zuckerberg recusou pedidos de Nick Clegg, chefe de assuntos globais da empresa em 2021, para aumentar o número de funcionários voltados para a segurança infantil. Em resposta, a Meta declarou que os documentos selecionados não representam o contexto completo das operações da empresa ou das decisões tomadas.

Recentemente, a Meta foi alvo de um processo no estado americano do Novo México, acusada de falhar na remoção de material de abuso sexual infantil em suas plataformas. A acusação seguiu uma investigação encoberta de meses, onde contas fictícias foram criadas representando crianças menores de 14 anos.

Além disso, uma investigação do Wall Street Journal identificou que os algoritmos da Meta facilitaram a criação de uma rede para compra e venda de conteúdo sexual de menores. Em resposta, a empresa afirmou ter melhorado a detecção proativa de grupos potencialmente suspeitos.

A X enfrentou escrutínio adicional após bloquear buscas por Taylor Swift no fim de semana, quando imagens sexualmente explícitas da estrela pop, criadas por inteligência artificial, proliferaram na plataforma.

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