Comida: estudo, realizado nos Estados Unidos, envolveu 40 crianças, com idades de 3 a 6 anos. (Thinckstock)
Vanessa Barbosa
Publicado em 10 de novembro de 2015 às 15h24.
São Paulo - Uma nova pesquisa, publicada na revista científica Environmental Health Perspectives, sugere que a adoção de uma dieta orgânica reduz, significativamente, as concentrações de certos defensivos agrícolas sintéticos no organismo infantil.
O estudo, realizado nos Estados Unidos, envolveu 40 crianças, com idades de 3 a 6 anos, de duas localidades diferentes, um bairro urbano em Oakland e uma região agrícola do Vale do Salinas, na Califórnia.
Ao longo de 16 dias, os cientistas trocaram os alimentos convencionais da dieta das crianças por produtos orgânicos e mediram as concentrações de pesticidas na urina dos pesquenos durante esse período.
Nos quatro primeiros dias, as crianças comeram produtos convencionais, nos setes dias seguintes, a dieta era orgânica, e nos últimos 5 dias, elas voltaram aos alimentos convencionais.
Segundo a pesquisa, os níveis de vários pesticidas que apareciam no teste diário da dieta convencional caíram de 25 a 50 por cento durante a período de alimentação orgânica.
A dieta orgânica foi associada a reduzidas concentrações de compostos formados (metabolitos) quando o corpo tenta eliminar pesticidas.
Conforme o estudo, os metabolitos de dois pesticidas organofosforados neurotóxicos caíram de 40 a 49 por cento. Já os níveis do herbicida 2,4-D (um dos mais comuns e antigos do mundo e um possível agente cancerígeno) caiu 25 por cento.
No entanto, os pesquisadores ressaltam que o estudo não sugere que todos os legumes e frutas não-orgânicos devem ser evitados. "Eles são alimentos saudáveis" disse Asa Bradman, autor da pesquisa, ao The New York Times.
"Mas há evidências de que a dieta é uma via de exposição a pesticidas, e você pode reduzir a sua exposição ao escolher alimentos orgânicos", acrescentou.