Tecnologia

13 inovações que devem virar realidade já neste ano

O que esperar de 2013? A primeira providência é esquecer os estereótipos


	Gigantes de todas as áreas precisarão se reinventar porque a concorrência nunca foi tão acirrada
 (Reprodução)

Gigantes de todas as áreas precisarão se reinventar porque a concorrência nunca foi tão acirrada (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2013 às 13h58.

São Paulo – O que esperar de 2013? A primeira providência é esquecer os estereótipos. Se antes a exploração espacial era exclusividade da Nasa, neste ano uma startup é que vai testar o foguete mais moderno do mundo. A Microsoft se voltará para os tablets e os sensores de gestos. A Apple será pressionada a inovar. Gigantes de todas as áreas precisarão se reinventar porque a concorrência nunca foi tão acirrada. Intel, Google e Samsung têm missões em novas áreas, experimentando gadgets que carregam suas baterias sem fio e trocam dados por meio de lâmpadas de LED. Uma coisa é certa. Nossa vida vai mudar. Veja, nas próximas páginas, como isso será possível com 13 tecnologias, serviços e inovações que começarão a moldar o futuro.

Entrega a jato – Gigantes do comércio eletrônico, Amazon, eBay e Walmart disputaram uma corrida nos Estados Unidos, em 2012, para encontrar a melhor fórmula de entregar produtos em poucas horas. O resultado da competição deve aparecer com a popularização do conceito de entrega no mesmo dia em todo o mundo. Entre as experimentações, a mais ousada é a do eBay Now, em fase de testes nas cidades de São Francisco e Nova York. Por 5 dólares adicionais, o serviço garante que em até uma hora o usuário receba em casa qualquer produto disponível nos estoques das lojas físicas Target, Best Buy, Macy’s e Home Depot. O eBay contratou entregadores independentes e coordena a logística com a ajuda de um aplicativo.A rede Walmart usa a força de suas lojas físicas para acelerar a chegada dos produtos comprados pela internet. O Walmart To Go funciona em cinco cidades e cobra 10 dólares para entregar qualquer produto na hora marcada pelo cliente.

Nenhuma loja virtual, no entanto, investiu tanto quanto a Amazon na busca pela entrega super-rápida. Foram mais de 965 milhões de dólares em armazéns mais próximos das áreas populosas das grandes cidades e outros 775 milhões na aquisição da Kiva Systems, empresa que cria robôs capazes de manipular estoques com rapidez. A meta da empresa de Jef Bezos é tornar a opção do same day delivery disponível para todos os produtos oferecidos pelo site. O comércio eletrônico brasileiro terá muito a aprender com essas iniciativas.

O espaço vai ficar mais perto – Não será só no novo filme Jornada nas Estrelas, previsto para julho, que missões espaciais irão aonde nenhum homem jamais esteve. Elon Musk, empreendedor que investe em carros elétricos e em viagens espaciais comerciais, deve testar o foguete Falcon Heavy pela primeira vez. Sua empresa, a SpaceX, quer provar que pode ir além da Nasa, oferecendo o dobro da potência dos foguetes atuais e assim permitir o transporte de equipamentos que antes não podiam entrar em órbita.


O Falcon Heavy tem uma propulsão equivalente à de 15 aviões Boeing 747. Outra iniciativa inédita ocorrerá em agosto, com a sonda Gaia, que criará um mapa em 3D da galáxia. Desenvolvido pela Agência Espacial Europeia, o equipamento tem uma câmera capaz de focalizar um fio de cabelo a mil quilômetros de distância.

Já a Nasa ampliará a exploração em Marte com o satélite Maven, que decola em novembro com o objetivo de analisar a história da atmosfera marciana.

Tablets no escritório – Mais gente vai trabalhar usando seus próprios gadgets e as empresas encontrarão maneiras de incentivar essa prática. É o que concluiu o instituto Gartner, que prevê um crescimento intenso das políticas corporativas de Byod, sigla em inglês para “traga o seu próprio dispositivo”. Um dos motivos para isso é o aumento expressivo no número de tablets e smartphones no mercado. Até o fim deste ano, serão vendidos mais de 1,2 bilhão desses aparelhos no mundo. Outra tendência que colabora para o Byod é a grande penetração de serviços baseados na web, a chamada computação em nuvem. Ao usar Google Docs e iCloud, as pessoas se acostumaram à ideia de ter seus arquivos acessíveis em qualquer dispositivo. Nas empresas, e-mails e documentos não ficarão mais guardados só no computador do funcionário. “Haverá uma nuvem híbrida, composta por serviços privados e públicos, vindos de diferentes provedores”, afirmou Thomas J. Bittman, vice-presidente do instituto Gartner Research, em seu blog. Seguindo essa trilha, a Microsoft oferecerá diversas opções de interação com a nuvem no Office 2013.

Ideias financiadas – Se no ano passado projetos de games, gadgets e álbuns de bandas iniciantes saíram do papel graças à ajuda de doações de fãs por meio do crowdfunding, neste ano o financiamento colaborativo pela internet vai se espalhar por todos os tipos de negócio, dando uma força para as empresas como um todo e não apenas viabilizando projetos isolados. Um pacote de leis que amplia as modalidades de investimentos feitos por sites como o Kickstarter e o Indiegogo foi aprovado pelo Congresso dos Estados Unidos. Entre as novidades, há a possibilidade de colocar dinheiro em empresas de todos os tipos, numa espécie de fundo de private equity. É o mesmo que dizer que será possível comprar cotas de participação em empresas fechadas.


Menos tomadas – As baterias dos nossos gadgets aguentam cada vez mais horas de uso intenso. Mesmo assim, trememos quando não há uma tomada por perto. A boa notícia é que algumas das maiores empresas do mundo querem resolver o problema. A tecnologia para facilitar a recarga de eletrônicos já existe e está disponível para uso graças à técnica de indução de energia, que usa duas bobinas magnéticas, uma no aparelho receptor e outra no provedor, para criar uma corrente elétrica capaz de reabastecer baterias. Tudo é feito sem fios ou conectores, uma vez que o campo de transferência é flexível. A rede de cafés Starbucks, por exemplo, testa uma solução de recarga por indução usando as mesas de algumas de suas lojas nos Estados Unidos. E a companhia aérea Delta experimenta o uso dos carregadores sem fio nas poltronas dos aviões. Já começou uma corrida para definir um formato-padrão para esse tipo de serviço. De um lado está a Power Matters Alliance, que tem o apoio da operadora AT&T, do Google e da Procter & Gamble, dona da marca Duracell. Do outro, Energizer, LG e Nokia dão suporte ao Wireless Power Consortium. Correndo por fora, a Intel investe em um formato que funcionaria a partir de seus chips e possibilitaria, já no segundo semestre deste ano, carregar o celular apenas deixando o aparelho próximo a um notebook.

O notebook ameaçado – Modelos híbridos, que ficam no meio do caminho entre o tablet e o notebook, chegaram ao mercado de maneira tímida, mas isso vai mudar rápido. Pesquisa da consultoria NPD mostra que até 2016 as vendas de tablets vão superar as dos notebooks. Os primeiros sinais dessa guinada aparecem com o aumento da concorrência entre as fabricantes de processadores. Soberana nos chips para notebooks, a Intel precisa mostrar força no mercado móvel. Enquanto Qualcomm e Apple devem responder com chips ainda mais velozes. O resultado dessa corrida será uma geração de tablets com processadores potentes o suficiente para encarar as tarefas dos notebooks. “A migração já está acontecendo”, diz Roberto Medeiros, diretor sênior de desenvolvimento de produto da Qualcomm. “A escolha do gadget não será mais decidida pela velocidade do chip, mas sim pelo resultado geral da experiência do usuário.”

O Facebook já deu? – Já pensou em sair do Facebook por não aguentar mais as mesmas piadas e comentários? Se a resposta é sim, saiba que você não está sozinho. De acordo com o chefe de pesquisas global da consultoria Experian, Bill Tancer, 2013 será o ano de ascensão das redes sociais de nicho. Tancer refere-se aos sites de relacionamento focados em assuntos específicos. “Essas redes não tentaram ser o Facebook. Elas identificaram brechas no mercado e usaram a escala da rede maior para alcançar seus usuários”, disse Tancer ao analisar o sucesso de sites como o Pinterest. Outro nome forte é o LinkedIn. O site para contatos profissionais está avaliado em 12 bilhões de dólares e tem 187 milhões de usuários. “As pessoas percebem cada vez mais a diferença entre gastar e investir tempo nas redes sociais”, afirma Osvaldo Barbosa de Oliveira, diretor-geral do LinkedIn Brasil.

De olho na Apple – Dona de produtos que evaporam dos estoques logo após o início das vendas, a Apple terá um ano decisivo. Em 2012, a agenda de iGadgets manteve um tom de anticlímax, com produtos que só adicionaram recursos aos aparelhos já existentes. Para 2013, a espera por um grande lançamento deixa consumidores, acionistas e até os dirigentes da Apple ansiosos. “Existe mais pressão interna em relação aos lançamentos do que externa. Nossos clientes têm um nível de exigência incrivelmente alto, mas temos um nível ainda mais alto para nós mesmos”, disse Tim Cook à revista Bloomberg Businessweek. O presidente da Apple mostrou-se satisfeito com o cenário, afirmando que 80% do faturamento da empresa vêm de produtos que não estavam no mercado 60 dias antes. Mesmo assim, os rumores em relação à chegada de uma iTV se intensificam. Patentes registradas em nome da Apple poderiam servir para a construção de uma tela de 40 polegadas, usando a tecnologia FFS, que proporciona mais nitidez e contraste às imagens. Outras especulações dão conta de que haverá uma nova linha de máquinas híbridas que mesclam características do MacBook Air às do iPad. Fala-se até mesmo de um novo iPhone com tela inquebrável e um software que recebe comandos ao filmar os olhos do usuário.


Seu celular terá Li-Fi – Não, não estamos falando chinês. O termo Li-Fi refere-se à tecnologia que usa pequenas lâmpadas de LED para transmitir dados a velocidades de até 10 gigabits por segundo em distâncias curtas. Cotado para equipar smartphones, tablets e controles remotos de TVs que poderão começar a chegar ao mercado neste ano, o Li-Fi traz como vantagens o uso de um espectro de transmissão inexplorado, que evita interferências em outros aparelhos, além de proporcionar conexões mais seguras que Wi-Fi e Bluetooth. É esperar para ver se funciona mesmo.

Big Data e você – Entender o comportamento de bilhões de pessoas na internet e, assim, prever suas preferências foi a principal aplicação de big data nas grandes empresas. Em 2013, a possibilidade de aprender e decidir usando os dados que geramos diariamente vai ser mais democrática. Um exemplo é o serviço Scoutmob, que analisa a localização do usuário e seus gostos para, a partir de avaliações de pessoas com os mesmos interesses, sugerir programas como jantares ou exposições em uma determinada cidade.

Vamos ter 4G? – Demorou, mas o Brasil terá a cobertura das redes de quarta geração. A Claro oferecerá o serviço nas seis cidades que sediarão jogos da Copa das Confederações até o final de abril e ampliará o número de locais atendidos ao longo do ano. A expectativa, no entanto, é de uma expansão acelerada em todo o país. “Diferentemente do que aconteceu com o 3G, neste ano as operadoras precisam resgatar a confiança dos clientes”, diz Erasmo Rojas, diretor da organização 4G Americas para América Latina e Caribe. A meta da Anatel é que todas as cidades com mais de 100 mil habitantes recebam cobertura LTE até o final de 2016. Com otimismo, é possível até mesmo prever uma antecipação dos planos. “É mais fácil instalar o 4G, porque será possível reaproveitar antenas já existentes nas cidades”, afirmou a INFO Eduardo Tude, diretor da consultoria brasileira Teleco.

A impressão 3D mudará a indústria – Mais acessíveis e precisas, as impressoras 3D vão equipar empresas cada vez mais inovadoras. A startup belga Melotte, por exemplo, planeja imprimir mais de 40 mil próteses para deficientes. Já a rede Staples terá quiosques para impressão de objetos em algumas de suas lojas na Holanda e na Bélgica. Qualquer pessoa pode produzir em casa um suporte para iPhone ou uma máscara do grupo Anonymous. É o começo de uma revolução.

Gestos no lugar de toques – Os gadgets começarão a ser comandados por acenos e olhares e não mais por toques. E isso não está longe de acontecer. A tecnologia que ficou popular graças ao Kinect, em 2010, foi aperfeiçoada e hoje já pode ser usada com mais precisão e facilidade. Um exemplo é o projeto Leap Motion, que permite controlar qualquer notebook ou desktop com gestos. Em pré-venda por 70 dólares, o dispositivo tem o tamanho semelhante ao de um iPod nano e, ao ser colocado próximo a um monitor, transforma os movimentos das mãos do usuário em comandos para usar o Windows ou o Mac OS. A Microsoft também prepara uma versão mais inteligente do Kinect, que pode chegar junto com o novo Xbox, no final deste ano. “Aumentaremos os investimentos nas maneiras mais naturais de interação, com gestos, toques e voz”, afirmou o presidente da Microsoft, Steve Ballmer, em reunião com os acionistas da empresa. Enquanto a versão atual do dispositivo precisa de cerca de 2 metros de distância entre a tela e o jogador, o novo Kinect funcionaria de forma integrada com as webcams de tablets, notebooks e smartphones.

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