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Complicações cirúrgicas dão mais lucro a hospitais nos EUA

Pacientes com plano de saúde com complicações pós-operatórias devolvem ao hospital margem de lucro 330% maior do que os que se recuperam satisfatoriamente


	Para diretores de hospitais, esforçar-se por reduzir a taxa de complicações cirúrgicas, das quais as 10 mais frequentes são evitáveis, poderia deteriorar fortemente suas finanças, explicou a pesquisa
 (Getty Images/Carsten Koall)

Para diretores de hospitais, esforçar-se por reduzir a taxa de complicações cirúrgicas, das quais as 10 mais frequentes são evitáveis, poderia deteriorar fortemente suas finanças, explicou a pesquisa (Getty Images/Carsten Koall)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2013 às 21h06.

Quanto mais se complicam as intervenções cirúrgicas, maior é a margem de lucro dos hospitais nos Estados Unidos, em um sistema que dissuade qualquer melhora na qualidade de atendimento, revelou um estudo publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA).

"Descobrimos indícios claros segundo os quais reduzir os prejuízos aos pacientes e melhorar a qualidade dos tratamentos é penalizado de forma perversa em nosso sistema de atenção", concluiu o doutor Sunil Eappen, um dos encarregados do Centro de Massachusetts (nordeste) para olhos e ouvidos (Massachusetts Eye and Ear Infirmary), em Boston, um dos autores da pesquisa.

"Já sabíamos que os centros hospitalares não recebem recompensas pela qualidade dos cuidados que dão, mas se desconhecia quanto dinheiro ganhavam quando seus pacientes sofriam prejuízos", acrescentou o doutor Atul Gawande, diretor dos Laboratórios Ariadne e professor de saúde pública na Harvard School of Public Health (HSPH) e principal autor do estudo.

Os pacientes com plano de saúde que têm complicações pós-operatórias devolvem ao hospital que os atende uma margem de lucro 330% maior (39.000 dólares por paciente) do que os que se recuperam satisfatoriamente de uma intervenção, segundo os pesquisadores.

Pacientes com cobertura Medicare, sistema federal de seguro de saúde para aposentados, que sofrem uma complicação pós-operatória, geram uma margem 190% mais elevada no hospital do que os casos que saem bem.

Desta forma, para os diretores de hospitais, esforçar-se por reduzir a taxa de complicações cirúrgicas, das quais as 10 mais frequentes são evitáveis, poderia deteriorar fortemente suas finanças, explicaram os autores da pesquisa.

Os hospitais e as clínicas fazem intervenções cirúrgicas da ordem de 400 bilhões de dólares anuais e embora haja métodos eficazes para reduzir as complicações, os avanços são lentos na hora de ser implementados. O aspecto financeiro poderia ser uma das explicações, lamenta o estudo.

Estes pesquisadores analisaram dados de 34.256 pacientes submetidos a cirurgias em 2010 em 12 centros hospitalares do sul do país.

Os cientistas examinaram 10 complicações severas que poderiam ter sido evitadas e a contribuição de cada uma delas na margem de lucro do centro de saúde.

No total, foram identificados 1.820 procedimentos que provocaram ao menos uma complicação.

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