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Como causar uma primeira impressão perfeita (segundo a ciência)

Saiba como funcionam os julgamentos instantâneos para ter uma ideia do tipo de impressão que você está causando

Aperto de mãos (Richard.Asia via Photo Pin)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2014 às 06h21.

Dá pra realmente julgar um livro pela capa? Quando se trata de fazer julgamentos instantâneos sobre os outros, pelo jeito, somos bastante bons no assunto.

Todos ouvimos a máxima “você só causa a primeira impressão uma vez”. É verdade – e essas impressões podem ser mais fortes que imaginamos.

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Nossos cérebros recebem uma série de pistas verbais e não-verbais quase instantaneamente quando conhecemos alguém (ou vemos uma foto de uma pessoa) e, com elas, criamos impressões fortes, que são sempre tão precisas como aquelas que formaremos ao longo do tempo.

Pesquisas mostram que causamos impressões iniciais em frações de segundo, e não só em encontros cara a cara. Causamos essas impressões simplesmente com nossas fotos no Facebook.

Pode ser uma entrevista de emprego, um primeiro encontro ou simplesmente a apresentação de um amigo – as primeiras impressões são incrivelmente poderosas e pode ser quase impossível revertê-las. Mas não é o caso de perder as esperanças: saber como funcionam esses julgamentos instantâneos pode te dar uma ideia do tipo de impressão que você está causando.

Eis o que você precisa saber sobre primeiras impressões:

Elas se formam incrivelmente rápido.

Um estudo realizado em 2006 na Universidade de Princeton indica que leva apenas um décimo de segundo para julgarmos uma pessoa com base em rostos. Julgamentos – em termos de atratividade, confiabilidade, competência e agressividade – feitos nesse período de tempo não são muito diferentes daqueles realizados ao longo de períodos mais longos.

Os pesquisadores descobriram que a atratividade e a confiabilidade são as qualidades que julgamos com mais rapidez.

E elas são difíceis de mudar

Primeiras impressões são tão poderosas que podem ter precedência sobre fatos e conhecimentos prévios, aponta um estudo. Em uma pesquisa recente, os participantes tinham de identificar se a pessoa era gay ou hétero com base na aparência. Mesmo sabendo de antemão a orientação sexual dos sujeitos da experiência, muitos ainda basearam a resposta na impressão inicial que formaram, mesmo que ela fosse contrária à realidade. Apesar de ser uma resposta cognitiva natural, esse tipo de julgamento instantâneo pode levar a estereótipos.

“Julgamos livros pela capa, e não há como evitar isso”, diz o pesquisador da Universidade de Toronto Nicholas Rule. “Com esforço, podemos superar essa tendência, mas temos de nos corrigir o tempo todo.”

Vários fatores influenciam nossas primeiras impressões

Quando se trata de entrevistas de emprego ou apresentações importantes, como você se veste ou a firmeza de seu aperto de mão pode fazer uma grande diferença na primeira impressão que você vai causar. Um estudo realizado em 2009 e publicado no Personality and Social Psychological Bulletin indica que tanto o estilo das roupas como a postura influem nas percepções iniciais, enquanto outro estudo aponta que a força do aperto de mão também afeta a impressão causada. Um aperto fraco pode sugerir passividade, dizem os pesquisadores – então aperte a mão com firmeza.

O tom da sua voz também tem um papel importante no tipo de primeira impressão que você causa nos outros. Um estudo realizado na Escócia indica que, após ouvir a voz de uma pessoa, os participantes concordaram em grande medida nos julgamentos sobre a personalidade do sujeito do experimento, incluindo confiabilidade, agressividade e cordialidade.

Para causar uma boa impressão, faça-o pessoalmente

Uma série de estudos da Universidade da Colúmbia Britânica aponta que impressões iniciais são formadas de maneira diferente para encontros cara a cara, online ou por vídeo. A pesquisa com mais de 1000 participantes mostra que as impressões sobre extroversão ou cordialidade formadas em vídeo ou pessoalmente são parecidas. Mas as impressões passivas colhidas em vídeo em geral foram mais negativas que aquelas baseadas em encontros cara a cara. Outro estudo indica que as primeiras impressões causadas pelas fotos do Facebook são tão precisas quando as causadas por encontros cara a cara, mas elas também tendem a ser mais negativas.

“Se quiser causar uma boa impressão, é importante que isso se faça pessoalmente”, diz Jeremy Biesanz, psicólogo da Universidade da Colúmbia Britânica. “Impressões passivas são substancialmente mais negativas.”

Há um traço a que damos mais valor quando se trata de primeiras impressões

Damos mais valor à confiabilidade do que à confiança quando formamos as primeiras impressões, ou seja, temos uma impressão melhor daquelas pessoas que consideramos confiáveis. E isso representa uma grande parte da impressão que formamos, segundo a psicóloga Amy Cuddy.

Cuddy explicou à Wired que há muitas coisas que podemos fazer para estabelecer um senso de confiabilidade logo de cara:

“Você pode fazer muitas coisas. Uma delas é deixar a pessoa falar primeiro. Você pode fazer isso simplesmente fazendo uma pergunta. Acho que as pessoas cometem o erro, especialmente no ambiente dos negócios, de achar que tudo é uma negociação. Elas pensam: ‘É melhor eu começar falando, porque assim estarei no controle’. O problema é que, assim, a outra pessoa não vai sentir cordialidade ou empatia da sua parte. Empatia é fazer com que o outro se sinta entendido. Eles querem ter a certeza de que você vai entendê-los. E, ao fazer isso, você os desarma.”

(De Carolyn Gregoire )

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