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Com investimento de R$ 70 mi, 99 reduz crimes contra motoristas em até 66%

A redução dos incidentes corresponde ao primeiro semestre de 2021; o estado com a redução mais significativa foi o Rio Grande do Norte, com queda de 66%

A inteligência artificial Hércules verifica padrões de comportamento de risco e só a libera após a validação do passageiro, e a Cubo age para evitar que motoristas sejam direcionados para áreas com indícios de violência (Paula Arend Laier/Reuters)
KS

Karina Souza

Publicado em 22 de julho de 2021 às 20h45.

Última atualização em 23 de julho de 2021 às 11h33.

Investir em segurança é um ponto fundamental para empresas de transporte por aplicativo. Em busca de evitar fraudes (e prejuízos) para motoristas e usuários, a estratégia da 99 é investir ao máximo em softwares de inteligência artificial que possam minimizar o risco a partir de aprendizados contínuos. Com R$ 70 milhões de investimento nessa área nos últimos dois anos e duas aplicações lançadas no fim de 2020, a empresa já experimenta redução significativa de ocorrências em 2021. No primeiro semestre, os crimes reportados contra motoristas caíram até 66%.

A empresa fez uma análise por estado em que atua no país e, em todos eles, houve queda do número de ocorrências. A maior redução foi constatada no Rio Grande do Norte, mas outros três estados tiveram uma diminuição pela metade dos crimes cometidos: Roraima (-57%), Sergipe (-51%) e Minas Gerais (-49%).

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São Paulo e Rio de Janeiro estão mais para o fim da fila, com redução de 26% e de 30%, respectivamente. A menor redução foi constatada na Bahia, com -19%. Analisando o país como um todo, a queda geral foi de 20%.

Veja abaixo a lista, estado por estado:

“Os motoristas são as maiores vítimas da violência em corridas de aplicativo, e foi pensando nisso que desenvolvemos inteligências artificiais que protegem especialmente os condutores”, diz Tatiana Valle, diretora de Segurança da empresa 99, empresa da Didi no país. “Elas são as maiores responsáveis pela redução.”

Em detalhes, a inteligência artificial Hércules verifica padrões de comportamento de risco e só a libera após a validação do passageiro, e a Cubo age para evitar que motoristas sejam direcionados para áreas com indícios de violência.

Entre as funcionalidades mais pedidas por motoristas -- recém incluídas -- estão mais informações dos passageiros, com 45% das solicitações, e aprimoramento das áreas de risco, com mais da metade dos pedidos de motoristas (54%).

Em fase de testes, as inteligências artificiais tinham mostrado potencial de redução de 63% de ocorrências graves, segundo testes conduzidos sob a metodologia da 99 e chegaram em nível nacional somente no início deste ano. Ambas contam com revisão humanda para verificar possíveis erros do modelo no dia a dia e foram desenvolvidas em colaboração entre as equipes do Brasil e China.

A principal concorrente da 99, Uber, também investe em ferramentas de inteligência artificial para proteção de passageiros. Na pandemia, a empresa anunciou a expansão do recurso de checagem de documentos de usuários, com o objetivo de trazer mais segurança para motoristas.

Apesar de ter registrado queda de até 70% no volume de uso do app no início da pandemia, a 99 afirma ter recuperado 100% do volume de corridas ainda no fim de 2020. Informações divulgadas pela companhia em novembro mostram que o crescimento de uso da plataforma foi puxado principalmente por clientes das classes C e D, enquanto aqueles das classes A e B reduziram o uso do app.

Além disso, a dona da 99, a DiDi, fez a estreia na bolsa de Nova York com uma oferta inicial de ações que levantou 4,4 milhões de dólares, atingindo valor de cerca de 70 bilhões de dólares. Mesmo com as restrições enfrentadas na China, a empresa dá sinais de quem quer continuar fincando os pés no Brasil. Em números, a empresa apontou que gera um impacto de R$ 15 bilhões na economia local, com mais de 300 mil empregos gerados direta e indiretamente. A segurança, certamente, ocupa seu papel nessa estratégia.

 

(Obs. A matéria foi publicada com o título de "R$ 70 bi", que foi corrigido em 23/07/2021)

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