CIA criou grupo de trabalho para avaliar impacto dos vazamentos do site WikiLeaks (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 23 de dezembro de 2010 às 20h31.
Washington - A Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em inglês) criou um grupo de trabalho para avaliar o impacto dos últimos vazamentos do site WikiLeaks de centenas de milhares de documentos da diplomacia americana.
Segundo explicou à Agência Efe Jennifer Youngblood, uma porta-voz da CIA, o diretor da agência, Leon Panetta, pediu ao grupo que examine se os vazamentos "podem afetar suas operações e suas relações no exterior".
O grupo de trabalho é composto por agentes especializados que farão uma exaustiva investigação e apresentarão seus resultados aos chefes da agência.
O WikiLeaks publicou no final de novembro mais de 250 mil documentos, que em sua maior parte são mensagens trocadas pelo Departamento de Estado e mais de 270 embaixadas, consulados e missões diplomáticas dos EUA no mundo todo.
Nas mensagens, as referências feitas à CIA são limitadas, mas a agência decidiu avaliar as consequências que podem existir, por exemplo, na hora de recrutar novos informantes, já que nos documentos diplomáticos as fontes são citadas.
Youngblood não especificou o número de agentes que participarão da equipe, mas segundo o jornal "The Washington Post", os grupos contarão com mais de 20 especialistas de diferentes departamentos da agência.
O Governo americano enfrenta um dilema com relação à necessidade de trocar informações entre as agências para aumentar a eficácia da luta contra o terrorismo.
Segundo o "Washington Post", a CIA rejeitou em 2008 aumentar sua participação na rede SIPRNet (Secret Internet Protocol Router Network), que permite aos departamentos do Governo dos EUA compartilhar suas informações e de onde acredita-se que foram extraídos os documentos.
Por enquanto o único suspeito dos vazamentos é Bradley Manning, um soldado de 23 anos que teve acesso ao sistema como analista do Pentágono.
A SIPRnet foi criada para resolver a questão de como distribuir de maneira secreta informação confidencial entre muitos funcionários que podem estar em diferentes partes do mundo.
Manning foi detido no final de maio depois que um hacker, Adrian Lamo, denunciou que o analista tinha revelado ter obtido mais de 200 mil documentos secretos e enviado ao WikiLeaks.
Também acredita-se que o soldado seja o responsável pelo vazamento de 90 mil documentos sobre a guerra do Afeganistão em julho e quase 400 mil sobre a guerra do Iraque em outubro.