Tecnologia

CEO do YouTube limita tempo dos filhos no próprio YouTube

Neal Mohan segue tendência de líderes de tecnologia que restringem o uso de mídias sociais pelos filhos, reconhecendo os potenciais danos causados pelo tempo excessivo online

Neal Mohan: CEO do YouTube (Noam Galai/Getty Images)

Neal Mohan: CEO do YouTube (Noam Galai/Getty Images)

Publicado em 16 de dezembro de 2025 às 09h42.

Neal Mohan, CEO do YouTube, se juntou a uma crescente lista de líderes do setor de tecnologia que admitem limitar o uso de mídias sociais pelos filhos, reconhecendo os potenciais danos causados pelo tempo excessivo online.

Em uma entrevista recente à revista Time, o executivo, que assumiu o cargo em 2023 e foi nomeado CEO do ano pela publicação, afirmou que controla o tempo de seus filhos em plataformas como o próprio YouTube, adotando uma abordagem mais rigorosa durante a semana e mais flexível nos finais de semana.

A postura de Mohan, que tem dois filhos e uma filha, reflete uma crescente conscientização sobre a responsabilidade em relação ao uso de mídias sociais pelas novas gerações. Ele acredita que os pais devem ter controle sobre o modo como seus filhos utilizam redes sociais e outros serviços online. Para isso, o YouTube criou o YouTube Kids em 2015, visando oferecer uma versão mais segura da plataforma do Google para as crianças.

Segundo o CEO do YouTube, seu objetivo é facilitar para que todos os pais consigam gerenciar o uso da plataforma por seus filhos de forma personalizada, respeitando as diferentes abordagens de cada família.

Preocupação crescente

A preocupação com os efeitos das mídias sociais no bem-estar infantil e adolescente tem se intensificado nos últimos anos. Especialistas como o professor da NYU Jonathan Haidt, autor de A Geração Ansiosa, defendem a restrição do acesso das crianças a smartphones antes dos 14 anos e às redes sociais antes dos 16.

Para Haidt, um smartphone não é mais apenas um telefone para fazer chamadas, mas “um dispositivo multifuncional pelo qual o mundo pode acessar seus filhos".

Em uma abordagem pioneira, a Austrália recentemente se tornou o primeiro país a proibir usuários com menos de 16 anos de acessarem as principais plataformas de mídia social, uma medida que conta com ampla aprovação pública. No entanto, a implementação da lei vem enfrentando resistência.

Outros gigantes da tecnologia, como Bill Gates, cofundador da Microsoft, o bilionário Mark Cuban e a ex-CEO do YouTube, Susan Wojcicki, também adotam abordagens semelhantes.

Gates revelou que seus filhos só receberam celulares aos 14 anos, enquanto Cuban implementou controles rigorosos para monitorar a atividade online e até desligar os celulares de seus filhos. Em 2019, Wojcicki disse que permitia que seus filhos buscassem vídeos apenas no YouTube Kids e também limitava o tempo que passavam na plataforma.

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