Celular é a principal causa de distração ao volante
Entre os motoristas, 32% dos moradores do Rio confessaram que dirigem e falam ao celular ao mesmo tempo, ante 28% dos paulistas
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2011 às 01h25.
São Paulo - Pesquisa inédita, feita no Rio de Janeiro e em São Paulo para avaliar a distração no trânsito, revelou que os moradores das duas capitais adotam práticas de risco, seja como pedestres ou como motoristas. Porém a percepção dos entrevistados é de que os cariocas têm comportamento pior do que os paulistas. Para os consultados, os pedestres do Rio atravessam mais com o sinal vermelho e fora da faixa de pedestres, não olham para os dois lados da rua e falam ao celular ou enviam mensagens enquanto cruzam a pista.
Entre os motoristas, 32% dos moradores do Rio confessaram que dirigem e falam ao celular ao mesmo tempo, ante 28% dos paulistas. Apesar de o comportamento de risco aparentemente ser maior no Rio, foi em São Paulo que os motoristas disseram que passaram por situação perigosa ao volante por conta da distração: 56% contra 40%.
A Alternativa Pesquisa de Mercado ouviu 1.020 pessoas, das quais 54% dirigem, entre 15 e 20 de junho. O trabalho foi encomendado pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot) e será apresentado amanhã na abertura do 25.º Congresso ORTRA Internacional, que reunirá três mil ortopedistas no Rio de Janeiro. De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), 1,3 milhão de pessoas morrem por ano em acidentes de trânsito. No Brasil, em 2010, o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou R$ 185 milhões no atendimento de vítimas.
Dados
Entre os motoristas que enfrentaram alguma situação de risco enquanto dirigiam, 23% estavam falando ao celular ou se distraíram ao tentar atender o aparelho. Esse comportamento é mais comum entre os mais jovens: na faixa etária de 18 a 30 anos 41% reconhecem que usam o celular e dirigem ao mesmo tempo.
"O sistema cognitivo está focado no dirigir e, de repente, é obrigado a mudar a atenção e dividi-lo com o assunto que está sendo tratado ao telefone. O motorista imediatamente reduz a velocidade, não presta atenção ao trânsito e perde o senso de julgamento de que está em risco", explica o ortopedista Marcos Musafir, um dos organizadores do congresso e consultor em traumatologia da OMS. Ele cita estudo cognitivo da OMS, que simulou distrações de um motorista, e mostrou que o risco de acidente aumenta em até 400%.
"O celular aparece como o grande problema para os motoristas, tanto entre os que assumem a prática, quanto na percepção da população: 84% dos entrevistados citam o uso do celular como as distrações mais observadas. A pesquisa pode balizar campanhas públicas para reduzir o índice de acidentes, como o fabricante de cigarro tem que publicar que aquele produto faz mal para a saúde, o fabricante de cerveja anunciar que não se deve beber e dirigir, a operadora de celular deve colocar algum alerta sobre o uso do aparelho no trânsito", defende Benitz Calvo, diretor da Alternativa Pesquisa de Mercado.
Pedestres
Não são só motoristas que assumem comportamentos de risco. Quem anda pelas ruas também precisa mudar seus hábitos. As maiores distrações são atravessar com o sinal vermelho, na percepção de 77% dos entrevistados - no Rio de Janeiro esse índice é de 88%, ante 67% em São Paulo; cruzar a pista fora da faixa, para 74% dos entrevistados; e não olhar para os dois lados da rua, segundo 66%.
Os pedestres entrevistados disseram ainda que, enquanto atravessam a rua, conversam com outras pessoas (47%), correm ou fazem ziguezagues entre os carros (46%) e falam ao celular (38%). "Ziguezaguear é um comportamento de alto risco, porque pode vir uma motocicleta entre os carros", afirma Musafir.
A pesquisa demonstra também que os pedestres têm grande dificuldade de atravessar no local adequado por falta de sinalização e orientação - 64% dos entrevistados responderam que não encontram as faixas quando precisam. No Rio de Janeiro, a situação é ligeiramente pior do que em São Paulo: 67% ante 61%.
Para Musafir, a pesquisa comprova "o óbvio". "O que a gente quer é alertar para o risco do comportamento distraído no trânsito", diz o ortopedista. A pesquisa demonstra ainda que os entrevistados têm consciência das atitudes de risco e sabem como evitar acidentes - 79% recomendam que motoristas e pedestres não falem ao celular enquanto dirigem ou atravessam a rua, 23% sugerem que o motorista não deve dirigir caso tenha ingerido bebida alcoólica e para 21% quem está ao volante deve evitar conversas com passageiros.
São Paulo - Pesquisa inédita, feita no Rio de Janeiro e em São Paulo para avaliar a distração no trânsito, revelou que os moradores das duas capitais adotam práticas de risco, seja como pedestres ou como motoristas. Porém a percepção dos entrevistados é de que os cariocas têm comportamento pior do que os paulistas. Para os consultados, os pedestres do Rio atravessam mais com o sinal vermelho e fora da faixa de pedestres, não olham para os dois lados da rua e falam ao celular ou enviam mensagens enquanto cruzam a pista.
Entre os motoristas, 32% dos moradores do Rio confessaram que dirigem e falam ao celular ao mesmo tempo, ante 28% dos paulistas. Apesar de o comportamento de risco aparentemente ser maior no Rio, foi em São Paulo que os motoristas disseram que passaram por situação perigosa ao volante por conta da distração: 56% contra 40%.
A Alternativa Pesquisa de Mercado ouviu 1.020 pessoas, das quais 54% dirigem, entre 15 e 20 de junho. O trabalho foi encomendado pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot) e será apresentado amanhã na abertura do 25.º Congresso ORTRA Internacional, que reunirá três mil ortopedistas no Rio de Janeiro. De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), 1,3 milhão de pessoas morrem por ano em acidentes de trânsito. No Brasil, em 2010, o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou R$ 185 milhões no atendimento de vítimas.
Dados
Entre os motoristas que enfrentaram alguma situação de risco enquanto dirigiam, 23% estavam falando ao celular ou se distraíram ao tentar atender o aparelho. Esse comportamento é mais comum entre os mais jovens: na faixa etária de 18 a 30 anos 41% reconhecem que usam o celular e dirigem ao mesmo tempo.
"O sistema cognitivo está focado no dirigir e, de repente, é obrigado a mudar a atenção e dividi-lo com o assunto que está sendo tratado ao telefone. O motorista imediatamente reduz a velocidade, não presta atenção ao trânsito e perde o senso de julgamento de que está em risco", explica o ortopedista Marcos Musafir, um dos organizadores do congresso e consultor em traumatologia da OMS. Ele cita estudo cognitivo da OMS, que simulou distrações de um motorista, e mostrou que o risco de acidente aumenta em até 400%.
"O celular aparece como o grande problema para os motoristas, tanto entre os que assumem a prática, quanto na percepção da população: 84% dos entrevistados citam o uso do celular como as distrações mais observadas. A pesquisa pode balizar campanhas públicas para reduzir o índice de acidentes, como o fabricante de cigarro tem que publicar que aquele produto faz mal para a saúde, o fabricante de cerveja anunciar que não se deve beber e dirigir, a operadora de celular deve colocar algum alerta sobre o uso do aparelho no trânsito", defende Benitz Calvo, diretor da Alternativa Pesquisa de Mercado.
Pedestres
Não são só motoristas que assumem comportamentos de risco. Quem anda pelas ruas também precisa mudar seus hábitos. As maiores distrações são atravessar com o sinal vermelho, na percepção de 77% dos entrevistados - no Rio de Janeiro esse índice é de 88%, ante 67% em São Paulo; cruzar a pista fora da faixa, para 74% dos entrevistados; e não olhar para os dois lados da rua, segundo 66%.
Os pedestres entrevistados disseram ainda que, enquanto atravessam a rua, conversam com outras pessoas (47%), correm ou fazem ziguezagues entre os carros (46%) e falam ao celular (38%). "Ziguezaguear é um comportamento de alto risco, porque pode vir uma motocicleta entre os carros", afirma Musafir.
A pesquisa demonstra também que os pedestres têm grande dificuldade de atravessar no local adequado por falta de sinalização e orientação - 64% dos entrevistados responderam que não encontram as faixas quando precisam. No Rio de Janeiro, a situação é ligeiramente pior do que em São Paulo: 67% ante 61%.
Para Musafir, a pesquisa comprova "o óbvio". "O que a gente quer é alertar para o risco do comportamento distraído no trânsito", diz o ortopedista. A pesquisa demonstra ainda que os entrevistados têm consciência das atitudes de risco e sabem como evitar acidentes - 79% recomendam que motoristas e pedestres não falem ao celular enquanto dirigem ou atravessam a rua, 23% sugerem que o motorista não deve dirigir caso tenha ingerido bebida alcoólica e para 21% quem está ao volante deve evitar conversas com passageiros.