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Carros da Nissan vão estacionar sozinhos até 2016, diz CEO

A fabricante japonesa de veículos corre para ser uma das primeiras a oferecer direção automatizada, segundo o CEO Carlos Ghosn

Nissan: até 2020, eles serão capazes de lidar sozinhos com cruzamentos (Isaac Hernándes/Quatro Rodas)
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Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2014 às 15h22.

Tóquio e Los Angeles - A Nissan Motor Co. apresentará carros que estacionam sozinhos até 2016, disse o CEO Carlos Ghosn, enquanto a fabricante japonesa de veículos corre para ser uma das primeiras a oferecer direção automatizada.

O recurso, junto com a tecnologia que possibilita que os carros andem por estradas congestionadas de modo autônomo, estará disponível em uma ampla variedade de veículos, disse Ghosn aos repórteres hoje, em Tóquio.

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Dois anos depois, a companhia planeja oferecer veículos que possam mudar de faixa automaticamente, e até 2020, eles serão capazes de lidar sozinhos com cruzamentos, disse ele.

“É preciso oferecer recursos muito significativos primeiro”, disse Ghosn, que também é CEO da Renault SA, da França. “Sempre há um prêmio para quem chega em primeiro lugar”.

Fabricantes de veículos como Nissan , Toyota Motor Corp. e Daimler AG, junto com empresas de tecnologia como Google Inc., estão acelerando a pesquisa sobre sistemas que possam automatizar a direção, de modo parcial ou total.

Entre os benefícios estão a eliminação de acidentes de trânsito e congestionamento e a possibilidade de que as pessoas dediquem o tempo gasto no trânsito a outras atividades, pois não terão que dirigir.

Ghosn, 60, disse que as primeiras fabricantes que apresentem funções de direção automatizada terão uma vantagem, pois novas tecnologias são associadas com as marcas que introduziram-nas. A Nissan, cujo modelo hatchback Leaf foi o primeiro carro totalmente elétrico para o mercado de massa, disse em agosto que planejava vender veículos acessíveis e totalmente autônomos para 2020.

Diversidade de gênero

Ghosn também esboçou sua perspectiva para aprimorar a diversidade de gênero na Nissan, que tem sido a promotora mais ativa das mulheres entre as fabricantes japonesas de veículos. A companhia almeja que funcionárias mulheres representem 10 por cento da sua equipe de gestão até 2017, frente a 7 por cento atualmente.

A Nissan enfrenta um bando de concorrentes que visa levar veículos autônomos ao mercado. A General Motors Co., a maior fabricante de veículos dos EUA, planeja ter autos automatizados que possam dirigir em estradas de acesso controlado, como o Sistema Interestadual de Estradas dos EUA, até 2020.

A Daimler, da Alemanha, está trabalhando para lançar caminhões que dirijam, freiem e acelerem de modo independente ainda em 2025.

Em maio, a Google disse que pelo menos 100 carros autônomos que desenvolveu passariam aos testes neste ano. Os carros, com dois lugares, têm uma velocidade máxima de 40 quilômetros por hora e não possuem nem volante nem pedais de freio e acelerador. A Google não disse se colocará esses veículos à venda.

30.000 mortes

Reguladores nos EUA estão estimulando o desenvolvimento de sistemas automatizados de veículos para reduzir os acidentes de trânsito, que matam mais de 30.000 pessoas por ano. Questões regulatórias e jurídicas, como a responsabilidade em casos de acidente, ainda devem ser resolvidas.

Um potencial lado negativo dos carros sem motorista é que eles podem contribuir para a expansão urbana descontrolada e a poluição, já que incitam recorridos mais longos, segundo Ken Laberteaux, cientista-chefe sênior da equipe da Toyota na América do Norte que estuda transportes para o futuro.

Ghosn disse que a ascensão das “megacidades globais” e o envelhecimento das populações vão alimentar a demanda por carros que andam sozinhos. À medida que as grandes cidades continuem crescendo, também aumentará a necessidade de inovações que diminuam o congestionamento e as emissões, disse ele.

A maior segurança dos carros automatizados permitirá que pessoas mais velhas continuem dirigindo por mais tempo, disse Ghosn. No Japão, país com a maior proporção de idosos e terceiro maior mercado automotivo do mundo, mais de metade das 4.411 pessoas que morreram em acidentes de trânsito em 2012 tinham 65 anos ou mais, segundo dados da Agência Nacional de Polícia.

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