Kipman: "Estamos nos primeiros cem anos da tecnologia informática, é arrogante crer que não vamos avançar em inovação com a velocidade que atingimos até então" (./Divulgação)
EFE
Publicado em 6 de junho de 2018 às 18h05.
Saint-Germain-en-Laye, França - O brasileiro Alex Kipman, criador do Microsoft Hololens, é um dos indicados ao prêmio Inventor Europeu, que será entregue nesta quinta-feira.
Em um evento anterior à premiação, organizada pelo Instituto Europeu de Patentes, Kipman defendeu que a realidade mista substituirá a paixão da atual geração pelos celulares.
O HoloLens é o primeiro computador holográfico autônomo do mundo que executa Windows 10. O óculos projeta o conteúdo que está sendo visto pelo usuário no ambiente onde ele está.
Kipman classificou como "arrogantes" aqueles que duvidam que a realidade mista, uma combinação de imagens reais e virtuais, possa seduzir os usuários em pouco tempo e dominar o mercado.
"Pense quanto tempo levou para passarmos das pontes primitivas até construirmos a Golden Gate (famosa ponte de San Francisco)", disse o brasileiro em entrevista à Agência Efe.
"Estamos nos primeiros cem anos da tecnologia informática, é arrogante crer que não vamos avançar em inovação com a velocidade que atingimos até então. As gerações que virão não entenderão nossa paixão pelos celulares", previu o brasileiro.
Embora o preço dos primeiros protótipos do HoloLens, lançados em 2015, possam custar até US$ 5 mil, Kipman afirmou que a realidade aumentada é a "nova tendência" na computação.
"A tecnologia avança por temporadas, como as estações do ano. Ainda seguiremos usando telefones e computadores por muito tempo, mas, historicamente, podemos dizer que já é uma tendência em queda. Não terei um celular no bolso pro resto da vida", indicou.
Segundo o brasileiro, a Microsoft optou por manter um preço mais alto no HoloLens enquanto melhora o produto. Com o tempo, diz ele, alternativas mais econômicas serão lançadas e se transformarão em uma tecnologia imprescindível para as pessoas.
Nascido em Curitiba, Kipman foi escolhido pela revista "Time" como um dos "25 nerds influentes do ano". Ele pode receber amanhã o prêmio anual entregue pelo Instituto Europeu de Patentes na categoria país não-membro da UE.
"Estamos aqui para celebrar a invenção, que é um passo prévio necessário antes que algo seja globalmente adotado, e é um indicador das tendências que virão", avaliou Kipman.