Tecnologia

Brasil solicitou dados pessoais de 857 usuários do Facebook

O Brasil foi, no primeiro semestre, o sétimo país em número de solicitações de dados pessoais enviadas ao Facebook


	Smarphone com logotipo do Facebook: a empresa nega que permita o acesso irrestrito da NSA à base de dados
 (REUTERS/Dado Ruvic)

Smarphone com logotipo do Facebook: a empresa nega que permita o acesso irrestrito da NSA à base de dados (REUTERS/Dado Ruvic)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 27 de agosto de 2013 às 15h21.

São Paulo -- Um relatório do Facebook informa que autoridades brasileiras enviaram à rede social 715 solicitações de dados pessoais no primeiro semestre. Os dados referem-se a  857 contas de usuários. Um terço desses pedidos foram atendidos pela empresa.

O relatório, divulgado hoje, lista o número de solicitações de dada país, o número de contas de usuários correspondentes e o percentual de pedidos atendidos pelo Facebook. O Brasil é o sétimo país com mais pedidos desse tipo no primeiro semestre.

Os outros países que mais bisbilhotaram a vida dos usuários do Facebook no semestre são Índia, Reino Unido, Alemanha, Itália e França. Mas o campeão disparado são os Estados Unidos, com mais de 11 mil solicitações.

O Facebook não tem permissão para publicar os números exatos dos Estados Unidos. As leis americanas permitem que organizações como a Agência de Segurança Nacional (NSA) emitam ordens de silêncio impedindo a divulgação dessas solicitações.

“Continuamos pressionando o governo dos Estados Unidos a permitir mais transparência em relação a essas solicitações, incluindo números específicos e tipos de solicitações relacionadas à segurança nacional”, afirma, no relatório, Colin Stretch, conselheiro geral do Facebook.

“Publicaremos informações atualizadas para os Estados Unidos assim que obtivermos autorização legal para isso”, prossegue ele. 

No recente escândalo produzido pelos documentos secretos da NSA vazados por Edward Snowden, surgiram indícios de que empresas como o Facebook colaboram com o governo americano permitindo que as autoridades tenham acesso direto à base de dados de usuários.


O Facebook diz que só autoriza o acesso quando há base legal para isso. “Analisamos as requisições levando em conta os nossos termos, a legislação aplicável e ainda exigimos uma descrição detalhada de bases factuais e legais para cada requisição”, afirma Stretch.

“Contestamos muitas dessas requisições quando encontramos deficiências legais ou quando identificamos requisições amplas ou vagas. Quando precisamos cumprir com um pedido em especial, normalmente compartilhamos uma única informação básica da conta, como o nome do usuário”, prossegue.

Confira, na tabela abaixo, os 20 países que fizeram mais solicitações de dados pessoais ao Facebook no primeiro semestre:

País Solicitações Usuários/ contas Solicitações atendidas
Estados Unidos 11.000 - 12.000 20.000 - 21.000 79%
Índia 3.245 4.144 50%
Reino Unido 1.975 2.337 68%
Alemanha 1.886 2.068 37%
Itália 1.705 2.306 53%
França 1.547 1.598 39%
Brasil 715 857 33%
Austrália 546 601 64%
Espanha 479 715 51%
Polônia 233 158 9%
Taiwan 229 329 84%
Chile 215 340 68%
Canadá 192 219 44%
Portugal 177 213 42%
Argentina 152 218 27%
Bélgica 150 169 70%
Grécia 122 141 54%
Israel 113 132 50%
Cingapura 107 117 70%
Nova Zelândia 106 119 58%
Acompanhe tudo sobre:Edward SnowdenEmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaFacebookInternetNSAPrivacidadeRedes sociais

Mais de Tecnologia

Lançado há um ano, Threads ainda quer ser o novo Twitter

União Europeia emite advertência final para X sobre conteúdo perigoso

Samsung prevê salto nos lucros devido à demanda por chips de IA

Em pleno 2024, Japão consegue finalmente aposentar os disquetes; entenda por quê

Mais na Exame