Exame Logo

BlackBerry: a ferramenta de comunicação dos agitadores ingleses

Responsáveis pelas manifestações utilizam o serviço de mensagens do aparelho porque ele é codificado

Os smartphones Blackberry estão no centro dos debates sobre a violência no Reino Unido (Reprodução)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de agosto de 2011 às 16h28.

Londres - Os agitadores ingleses se organizam rapidamente usando o serviço de mensagens quase instantâneo e gratuito dos 'smartphones' BlackBerry, que têm a vantagem, para os vândalos, de ser codificado, ao contrário dos posts publicados na rede social Twitter.

Os aparelhos BlackBerry, frequentemente associados a empresários que checam seus e-mails nestes telefones multifuncionais, também são usados amplamente pelos agitadores ingleses desde o fim de semana passado.

"Se você usa o Twitter e até certo ponto o Facebook, suas mensagens são públicas", explicou Alastair Paterson, diretor-geral da Digital Shadows, empresa especializada em segurança na internet.

No entanto, "se você utiliza o serviço de mensagens do BlackBerry, geralmente só os contatos aprovados pessoalmente podem ver suas mensagens", explicou à AFP.

O serviço de mensagens do BlackBerry (BBM) possui outras vantagens: é gratuito e permite enviar a mesma mensagem a várias pessoas ao mesmo tempo.

O Blackberry, assim como o Twitter e o Facebook, que também foram amplamente usados pelos manifestantes em diferentes revoltas como a do Egito, no começo do ano, são "ferramentas de comunicação muito eficientes, capazes de burlar a vigilância da polícia", disse Paterson.

O deputado da oposição britânica, David Lammy, representante de Tottenham, bairro do norte de Londres onde começaram os primeiros distúrbios no sábado, pediu à BlackBerry que contemple a possibilidade de suspender seu serviço de mensagens.

O BBM é "um dos motivos pelos quais os malfeitores principiantes demonstram ser mais inteligentes do que as forças da polícia, muito mais sofisticadas", escreveu esta terça-feira no Twitter, pouco antes da quarta noite de violência no país.

Mas para Paterson, a suspensão do BBM não resolveria o problema, visto que os agitadores poderiam recorrer a outros meios de comunicação.

As convocações para saquear e enfrentar a polícia têm circulado nos últimos dias no BBM, como uma mensagem escrita no domingo e publicada depois no Daily Mirror:

"Todo mundo, de todas as partes de Londres, vá para o coração de (o centro de) Londres, OXFORD CIRCUS!! Lojas abertas serão destruídas, então venham pegar alguma coisa. Se você vir um irmão... SAÚDE! Se você vir um cana.... ATIRE!".

Na mesma noite, cinquenta pessoas atacaram esta avenida comercial do centro da capital britânica.

A BlackBerry prometeu ajudar a polícia. "Nós nos compadecemos daqueles que têm sido afetados pelos distúrbios dos últimos dias em Londres", disse o diretor-geral de vendas da BlackBerry, Patrick Spence. "Nós nos comprometemos a ajudar as autoridades em todo o que for possível", disse.

No entanto, a empresa canadense fabricante dos BlackBerry, Research in Motion (RIM), recebeu ameaças de represália na terça-feira, caso transmita informações para as autoridades britânicas.

"Se ajudarem a polícia (...) vão se arrepender", advertiu mensagem publicada no blog da RIM.

(AFP / Patrice Deré)

Veja também

Londres - Os agitadores ingleses se organizam rapidamente usando o serviço de mensagens quase instantâneo e gratuito dos 'smartphones' BlackBerry, que têm a vantagem, para os vândalos, de ser codificado, ao contrário dos posts publicados na rede social Twitter.

Os aparelhos BlackBerry, frequentemente associados a empresários que checam seus e-mails nestes telefones multifuncionais, também são usados amplamente pelos agitadores ingleses desde o fim de semana passado.

"Se você usa o Twitter e até certo ponto o Facebook, suas mensagens são públicas", explicou Alastair Paterson, diretor-geral da Digital Shadows, empresa especializada em segurança na internet.

No entanto, "se você utiliza o serviço de mensagens do BlackBerry, geralmente só os contatos aprovados pessoalmente podem ver suas mensagens", explicou à AFP.

O serviço de mensagens do BlackBerry (BBM) possui outras vantagens: é gratuito e permite enviar a mesma mensagem a várias pessoas ao mesmo tempo.

O Blackberry, assim como o Twitter e o Facebook, que também foram amplamente usados pelos manifestantes em diferentes revoltas como a do Egito, no começo do ano, são "ferramentas de comunicação muito eficientes, capazes de burlar a vigilância da polícia", disse Paterson.

O deputado da oposição britânica, David Lammy, representante de Tottenham, bairro do norte de Londres onde começaram os primeiros distúrbios no sábado, pediu à BlackBerry que contemple a possibilidade de suspender seu serviço de mensagens.

O BBM é "um dos motivos pelos quais os malfeitores principiantes demonstram ser mais inteligentes do que as forças da polícia, muito mais sofisticadas", escreveu esta terça-feira no Twitter, pouco antes da quarta noite de violência no país.

Mas para Paterson, a suspensão do BBM não resolveria o problema, visto que os agitadores poderiam recorrer a outros meios de comunicação.

As convocações para saquear e enfrentar a polícia têm circulado nos últimos dias no BBM, como uma mensagem escrita no domingo e publicada depois no Daily Mirror:

"Todo mundo, de todas as partes de Londres, vá para o coração de (o centro de) Londres, OXFORD CIRCUS!! Lojas abertas serão destruídas, então venham pegar alguma coisa. Se você vir um irmão... SAÚDE! Se você vir um cana.... ATIRE!".

Na mesma noite, cinquenta pessoas atacaram esta avenida comercial do centro da capital britânica.

A BlackBerry prometeu ajudar a polícia. "Nós nos compadecemos daqueles que têm sido afetados pelos distúrbios dos últimos dias em Londres", disse o diretor-geral de vendas da BlackBerry, Patrick Spence. "Nós nos comprometemos a ajudar as autoridades em todo o que for possível", disse.

No entanto, a empresa canadense fabricante dos BlackBerry, Research in Motion (RIM), recebeu ameaças de represália na terça-feira, caso transmita informações para as autoridades britânicas.

"Se ajudarem a polícia (...) vão se arrepender", advertiu mensagem publicada no blog da RIM.

(AFP / Patrice Deré)

Acompanhe tudo sobre:BlackBerryEmpresasEuropaIndústria eletroeletrônicaPaíses ricosReino UnidoSmartphones

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Tecnologia

Mais na Exame