Bitcoin é vista por redes de pagamentos como ameaça menor
Companhias como Visa e MasterCard ainda são "um pouco céticas" com as ameças da moeda digital aos seus negócios
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 19h07.
Washington/Nova York - A Visa e a MasterCard , que processaram US$ 7,4 trilhões em compras no ano passado, estão entre as redes líderes de pagamentos que dedicam milhares de palavras em documentos a toda ameaça percebida a seus negócios. “ Bitcoin ” não é uma dessas palavras.
“Sou um pouco cético”, disse o CEO da Discover Financial Services, David Nelms, que dirige a quarta maior rede de pagamentos nos EUA depois da Visa, da MasterCard e da American Express. Outras coisas apresentam “muitas mais ameaças ou oportunidades potenciais do que a Bitcoin”, disse ele.
Os investidores na moeda digital estão tentando capturar parte dos US$ 61,3 bilhões de receita anual combinada das quatro empresas e relaxar seu domínio de décadas no processamento de pagamentos eletrônicos. Embora uma variedade cada vez maior de produtos e serviços possa ser comprada com a Bitcoin, o escrutínio regulatório e falhas técnicas criaram dúvidas sobre se a moeda continuará se espalhando. Por isso, executivos das maiores companhias de pagamentos – que estão olhando de perto os desenvolvimentos da Bitcoin – se mostram pouco preocupados e dizem que sua tecnologia é mais segura, confiável e fácil para os consumidores.
“A proteção e a confiança são cruciais para nós e para os membros e comerciantes dos nossos cartões”, disse Dan Schulman, presidente de crescimento empresarial da American Express e ex-CEO da Priceline.com Inc., em entrevista da sede da empresa em Nova York. “Não acreditamos que isso seja oferecido atualmente pelas criptomoedas”.
A Bitcoin, introduzida em 2008 por um programador ou grupo de programadores com o nome Satoshi Nakamoto, não conta com uma autoridade central de emissão e utiliza um livro razão público para verificar as transações, que são autenticadas por assinaturas digitais.
Volume ananicado
O volume de transações diárias com Bitcoins cresceu até superar US$ 58 milhões em 20 de fevereiro, frente a cerca de US$ 6,9 milhões há um ano, segundo dados de Blockchain.info, que fornece carteiras online para moedas digitais. Trata-se de menos que 0,3 por cento das compras diárias processadas pela Visa e pela MasterCard, que também processaram US$ 3,7 trilhões em desembolsos à vista no ano passado.
Autoridades na Rússia, na China e em Israel procuraram restringir a Bitcoin, ao passo que os EUA procuram formas de evitar a lavagem de dinheiro e as vendas ilícitas sem matar a moeda digital. A ameaça da regulação e das interrupções, incluindo ataques de hackers a bolsas online, fez com que o valor da Bitcoin despencasse.
Oscilações nos preços
A moeda virtual caiu cerca de 30 por cento no mês passado para aproximadamente US$ 605 em 22 de fevereiro, segundo o índice CoinDesk Bitcoin Price, que faz a média dos preços nas bolsas. As cotações no encerramento entre 1 de fevereiro e 22 de fevereiro oscilaram entre US$ 552,21 e US$ 853,02, mostram dados disponibilizados ontem.
Simpatizantes da Bitcoin como Peter Vessenes, presidente da Bitcoin Foundation, dizem que ela é mais barata do que os sistemas tradicionais de pagamento porque os usuários podem deslocar fundos sem que intermediários como redes, comerciantes de aquisições e bancos levem uma parte. Os defensores estimam que os empreendedores resolverão os problemas de segurança e manterão os custos baixos. Por exemplo, um conjunto de startups está dedicado a proteger ou dar garantias à Bitcoins.
É muito cedo ainda para entender todas as implicações, disse o CEO da Visa, Charlie Scharf, aos analistas em uma teleconferência em 30 de janeiro, na qual ele disse que a Bitcoin é “muito mais complexa” do que como ela é normalmente retratada.
“Trata-se de uma moeda volátil, o que dificulta muito que consumidores e comerciantes saibam o valor do que eles possuem quando usam Bitcoins para comprar ou receber bens ou serviços”, disse Schulman da AmEx, 56.
À medida que a Bitcoin evoluir, suas oportunidades e riscos potenciais para a indústria americana de pagamentos ficarão mais claros, conforme Zachary Aron, diretor da Deloitte Consulting LLP especializado em pagamentos.
“Todos no ramo de pagamentos viram interrupções por muito tempo”, disse ele em uma entrevista. “A Bitcoin tem potencial e é prometedora sim, mas ainda está na infância”.
Washington/Nova York - A Visa e a MasterCard , que processaram US$ 7,4 trilhões em compras no ano passado, estão entre as redes líderes de pagamentos que dedicam milhares de palavras em documentos a toda ameaça percebida a seus negócios. “ Bitcoin ” não é uma dessas palavras.
“Sou um pouco cético”, disse o CEO da Discover Financial Services, David Nelms, que dirige a quarta maior rede de pagamentos nos EUA depois da Visa, da MasterCard e da American Express. Outras coisas apresentam “muitas mais ameaças ou oportunidades potenciais do que a Bitcoin”, disse ele.
Os investidores na moeda digital estão tentando capturar parte dos US$ 61,3 bilhões de receita anual combinada das quatro empresas e relaxar seu domínio de décadas no processamento de pagamentos eletrônicos. Embora uma variedade cada vez maior de produtos e serviços possa ser comprada com a Bitcoin, o escrutínio regulatório e falhas técnicas criaram dúvidas sobre se a moeda continuará se espalhando. Por isso, executivos das maiores companhias de pagamentos – que estão olhando de perto os desenvolvimentos da Bitcoin – se mostram pouco preocupados e dizem que sua tecnologia é mais segura, confiável e fácil para os consumidores.
“A proteção e a confiança são cruciais para nós e para os membros e comerciantes dos nossos cartões”, disse Dan Schulman, presidente de crescimento empresarial da American Express e ex-CEO da Priceline.com Inc., em entrevista da sede da empresa em Nova York. “Não acreditamos que isso seja oferecido atualmente pelas criptomoedas”.
A Bitcoin, introduzida em 2008 por um programador ou grupo de programadores com o nome Satoshi Nakamoto, não conta com uma autoridade central de emissão e utiliza um livro razão público para verificar as transações, que são autenticadas por assinaturas digitais.
Volume ananicado
O volume de transações diárias com Bitcoins cresceu até superar US$ 58 milhões em 20 de fevereiro, frente a cerca de US$ 6,9 milhões há um ano, segundo dados de Blockchain.info, que fornece carteiras online para moedas digitais. Trata-se de menos que 0,3 por cento das compras diárias processadas pela Visa e pela MasterCard, que também processaram US$ 3,7 trilhões em desembolsos à vista no ano passado.
Autoridades na Rússia, na China e em Israel procuraram restringir a Bitcoin, ao passo que os EUA procuram formas de evitar a lavagem de dinheiro e as vendas ilícitas sem matar a moeda digital. A ameaça da regulação e das interrupções, incluindo ataques de hackers a bolsas online, fez com que o valor da Bitcoin despencasse.
Oscilações nos preços
A moeda virtual caiu cerca de 30 por cento no mês passado para aproximadamente US$ 605 em 22 de fevereiro, segundo o índice CoinDesk Bitcoin Price, que faz a média dos preços nas bolsas. As cotações no encerramento entre 1 de fevereiro e 22 de fevereiro oscilaram entre US$ 552,21 e US$ 853,02, mostram dados disponibilizados ontem.
Simpatizantes da Bitcoin como Peter Vessenes, presidente da Bitcoin Foundation, dizem que ela é mais barata do que os sistemas tradicionais de pagamento porque os usuários podem deslocar fundos sem que intermediários como redes, comerciantes de aquisições e bancos levem uma parte. Os defensores estimam que os empreendedores resolverão os problemas de segurança e manterão os custos baixos. Por exemplo, um conjunto de startups está dedicado a proteger ou dar garantias à Bitcoins.
É muito cedo ainda para entender todas as implicações, disse o CEO da Visa, Charlie Scharf, aos analistas em uma teleconferência em 30 de janeiro, na qual ele disse que a Bitcoin é “muito mais complexa” do que como ela é normalmente retratada.
“Trata-se de uma moeda volátil, o que dificulta muito que consumidores e comerciantes saibam o valor do que eles possuem quando usam Bitcoins para comprar ou receber bens ou serviços”, disse Schulman da AmEx, 56.
À medida que a Bitcoin evoluir, suas oportunidades e riscos potenciais para a indústria americana de pagamentos ficarão mais claros, conforme Zachary Aron, diretor da Deloitte Consulting LLP especializado em pagamentos.
“Todos no ramo de pagamentos viram interrupções por muito tempo”, disse ele em uma entrevista. “A Bitcoin tem potencial e é prometedora sim, mas ainda está na infância”.