Biden e Dilma discutiram programa de monitoramento
"Queremos a internet como um meio seguro e não uma ferramenta de repressão do Estado", disse Biden em declaração à imprensa na embaixada norte-americana
Da Redação
Publicado em 17 de junho de 2014 às 15h41.
Brasília - O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou no início da tarde desta terça-feira, 17, que o Brasil já mostrou "liderança" na área de governança na internet e que ele discutiu com a presidente Dilma Rousseff , hoje, como avançar nesse ponto.
"Queremos a internet como um meio seguro e não uma ferramenta de repressão do Estado", disse Biden em declaração à imprensa na embaixada norte-americana, em Brasília.
Ele também afirmou que, na audiência que manteve hoje cedo com Dilma, ambos conversaram sobre o programa de monitoramento da Agência Nacional de Segurança, a NSA, revelado no ano passado.
"Sei que é uma questão importante para o Brasil, mas é também para o povo dos Estados Unidos", disse.
Biden afirmou ainda que a conversa sobre o tema com Dilma - que chegou a cancelar uma visita de Estado prevista para outubro passado em Washington devido às revelações de espionagem - foi "franca e sincera".
"O presidente Obama fez um exame completo sobre esse assunto e ordenou uma revisão do programa", lembrou Biden.
Dentre os pontos alterados, segundo o vice-presidente, está a extensão, para cidadãos de outras partes do mundo, das mesmas garantias de privacidade hoje asseguradas pela constituição dos EUA aos norte-americanos.
"Continuaremos fazendo consultas próximas a nossos amigos e parceiros, como o Brasil".
Venezuela
Biden e Dilma também debateram a situação política na Venezuela e falaram sobre o "interesse mútuo" de encontrar um caminho para uma maior "estabilidade política" e "proteção de direitos humanos" naquele país.
"Discutimos como fazer para ajudar nisso", afirmou o americano.
Ainda segundo ele, o tema já havia sido conversado com Dilma quando os dois se encontraram no Chile, para a posse da presidente Michele Bachelet.
Uma solução para a crise na Venezuela também é importante para "produzir benefícios econômicos e energéticos", segundo Biden. "E para o país prosseguir avançando", concluiu.