Avião decola do Rio com mistura de 4% de bioquerosene
A iniciativa conta com o apoio do Ministério do Meio Ambiente e celebra a Semana do Meio Ambiente
Da Redação
Publicado em 4 de junho de 2014 às 11h42.
Um voo da companhia aérea Gol decolou hoje (4) do Aeroporto Santos Dumont, com destino a Brasília, abastecido com bioquerosene. Esse é o primeiro de uma série de 200 voos que a empresa fará até 14 de julho utilizando uma mistura de querosene de aviação com 4% de biocombustível produzido a partir de etanol de milho e óleos e gorduras residuais.
A iniciativa conta com o apoio do Ministério do Meio Ambiente e celebra a Semana do Meio Ambiente. "É a primeira vez que faremos um voo usando uma mistura de 4% de bioquerosene, dando uma contribuição efetiva, para lidar com as emissões associadas ao transporte aéreo", disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Ainda não há previsão de quando os aviões brasileiros passarão a operar com bioquerosene, mas um compromisso assinado pelas companhias aéreas de todo o mundo prevê que as emissões de gases do efeito estufa emitidos pela aviação comercial caia pela metade até 2050.
Uma carta de intenções entre o ministério e a Plataforma Brasileira do Bioquerosene foi assinada hoje e busca uma cooperação entre governo e iniciativa privada para promover o uso do combustível e torná-lo mais econômico.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanowicz, a bioquerosene teria que custar três vezes menos do que custa hoje para tornar-se competitiva com a querosene de aviação tradicional (produzida integralmente com petróleo).
"O biocombustível já é um fato técnico, mas ainda não é um fato econômico. Ele é bastante mais caro do que o combustível fóssil. É preciso haver articulações no sentido de rever políticas tributárias, de criar cadeias de valor, de rever modelos produtivos", disse Sanowicz.
Apenas nos 200 voos experimentais da Gol, serão utilizados 2 milhões de litros de biocombustível. A empresa espera evitar a emissão de 218 toneladas de dióxido de carbono, o equivalente à absorção de 1.335 árvores.
Editor Denise Griesinger