Tecnologia

Ataque cibernético atingiu servidores de toda a Europa

Acredita-se que os hackers exploraram o código desenvolvido pela Agência de Segurança Nacional dos EUA, vazado e usado no ataque do WannaCry

Ciberataque: empresas relataram terem recebido um pedido de resgate de 300 dólares em bitcoins para recuperar o acesso aos seus arquivos (iStock/Thinkstock)

Ciberataque: empresas relataram terem recebido um pedido de resgate de 300 dólares em bitcoins para recuperar o acesso aos seus arquivos (iStock/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 27 de junho de 2017 às 14h13.

Moscou/Kiev - A principal produtora de petróleo da Rússia, a Rosneft, disse que um ataque cibernético de larga escala atingiu seus servidores nesta terça-feira, e sistemas de computadores dos bancos e do aeroporto internacional da vizinha Ucrânia, bem como a empresa de transporte marítimo A.P. Moller-Maersk.

A empresa de segurança digital Group-IB, com sede em Moscou, disse que os hackers exploraram o código desenvolvido pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA), que foi vazado e usado no ataque do vírus WannaCry que causou uma interrupção global em maio.

Uma das vítimas do ataque desta terça-feira, uma empresa de mídia ucraniana, disse que seus computadores foram bloqueados e que recebeu um pedido de resgate de 300 dólares em bitcoins para recuperar o acesso aos seus arquivos, o que caracteriza um tipo de vírus chamado "ransomware".

Outras companhias que disseram terem sido afetadas por um ataque cibernético incluem a gigante de metais russa Evraz, a empresa de materiais de construção francesa Saint Gobain e a maior agência de publicidade do mundo, WPP - embora não esteja claro se os problemas foram causados pelo mesmo vírus.

A empresa de alimentos Mondelez Internacional também disse que sua equipe em diferentes regiões estava com problemas técnicos.

Pesquisadores de empresas da área de segurança cibernética identificaram o vírus como Petya, um "malware" que torna os computadores inoperantes, criptografando seus discos rígidos e exigindo resgates em troca de uma chave digital para restaurar o acesso.

O diretor de pesquisas da F-Secure Mikko Hypponen disse que esperava que o foco fosse registrado nas Américas em breve, à medida que o foco pode ser máquinas vulneráveis, permitindo que o vírus ataque.

Um assessor do Ministro do Interior da Ucrânia disse que o vírus entrou em sistemas de computadores por meio de emails escritos em russo e ucraniano, projetados para levar funcionários à abri-los.

A Rosneft, uma das maiores produtoras de petróleo do mundo por volume, disse que a produção da commodity não foi afetada.

"O ataque cibernético poderia provocar sérias consequências, mas a companhia recorreu a um sistema reserva de processamento de produção e nem a produção de petróleo nem a de refinamento foi interrompida."

Na Ucrânia, Yevhen Dykhne, diretor do aeroporto de Boryspyl, disse que o local foi alvo de um ataque cibernético. "Devido à conexão com a situação irregular, alguns atrasos nos vôos são possíveis", informou Dykhne em uma postagem no Facebook.

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