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Apple tem dificuldade de liderar mercado chinês após acordo

A Apple negociou seis anos até fechar um acordo para vender o iPhone por meio da China Mobile, mas a luta por clientes chineses está longe de acabar

Os iPhones continuam sendo muito caros para a maioria dos consumidores em um país onde os concorrentes oferecem alternativas mais baratas com telas maiores (REUTERS/Kim Kyung-Hoon)
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Da Redação

Publicado em 26 de dezembro de 2013 às 11h56.

São Francisco - A Apple Inc. negociou por seis anos até fechar um acordo para vender o iPhone por meio da China Mobile Ltd. A busca pela conquista de clientes reticentes no país mais populoso do mundo está longe de terminar.

O acordo anunciado em 23 de dezembro dá à Apple , que tem sede em Cupertino, Califórnia, acesso aos 763 milhões de assinantes da China Mobile em um momento em que 90 por cento dos novos telefones celulares adquiridos na China são smartphones.

O negócio também pavimenta o caminho para a Apple brigar com a líder em participação de mercado Samsung Electronics Co. em um dos mercados de mais rápido crescimento.

Mesmo assim, a parceria com a China Mobile não garante à Apple um impulso prolongado. A empresa Forrester Research projeta que o acordo elevará a participação da Apple no mercado de smartphones na China em apenas 3 pontos porcentuais, para 8 por cento.

Os iPhones -- incluindo o novo iPhone 5c, de baixo custo -- continua sendo muito caros para a maioria dos consumidores em um país onde os concorrentes oferecem alternativas mais baratas com telas maiores, de acordo com a demanda.

Entre os outros obstáculos enfrentados pelo iPhone estão a implantação limitada da rede de alta velocidade pela China Mobile, uma escassez de aplicativos, em comparação com outros aparelhos, e poucas lojas de varejo da Apple.

“Não é que todo mundo na China está esperando desesperadamente um iPhone”, disse Benedict Evans, analista da Enders Analysis em Londres. “Mesmo porque o iPhone 5c é muito caro no mercado chinês”.


Sob pressão

O acordo com a China Mobile surge em um momento em que a Apple busca retomar o crescimento após sua primeira queda anual nos lucros em pelo menos uma década. Como o mercado de smartphones mais caros está ficando saturado nos EUA e em outros países desenvolvidos a China passa a ser fundamental para a Apple.

No ano fiscal terminado em setembro, a empresa gerou US$ 27 bilhões em vendas no que a empresa chama de Grande China, que inclui Hong Kong e Taiwan, uma alta de 14 por cento em relação ao ano anterior.

Sob o acordo, os iPhones estarão disponíveis nas lojas da China Mobile a partir de 17 de janeiro.

A Samsung tinha 21 por cento do mercado da China no terceiro trimestre, acima dos 14 por cento de dois anos atrás, segundo a empresa de pesquisas Canalys.

“Esse acordo afetará muito a Samsung porque, juntamente com a Apple, eles são da classe de smartphones de alto padrão que são objetos de desejo na China”, disse Shaun Rein, diretor-geral do China Market Research Group em Xangai, em entrevista por telefone.

“Alguns dos usuários da China Mobile que haviam comprado Samsung antes devido à falta de opções de alto padrão agora mudarão para a Apple”.


Aplicativos de celular

Em sua busca por atrair clientes a Apple não conta com um ecossistema robusto de aplicativos de software na China como o que possui nos EUA e na Europa, disse Lydia Bi, analista da Canalys. Os concorrentes chineses têm mais serviços localizados disponíveis que a Apple.

“A Apple China Store não pode competir em qualidade de conteúdo com alguns vendedores locais, nem com as próprias lojas da Apple em países mais desenvolvidos”, disse Bi.

As telas de tamanho menor dos celulares Apple em comparação com os concorrentes também podem limitar as vendas, disse Bryan Wang, analista principal e gerente para a China da pesquisadora Forrester.

Cerca de 40 por cento dos aparelhos com Android a serem vendidos por meio das operadoras em 2014 na China terão telas com mais de 5 polegadas, contra a tela de 4 polegadas do iPhone, disse ele.

“Os consumidores, na China, em particular, gostam de aparelhos com telas maiores”, disse ele.

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São Francisco - A Apple Inc. negociou por seis anos até fechar um acordo para vender o iPhone por meio da China Mobile Ltd. A busca pela conquista de clientes reticentes no país mais populoso do mundo está longe de terminar.

O acordo anunciado em 23 de dezembro dá à Apple , que tem sede em Cupertino, Califórnia, acesso aos 763 milhões de assinantes da China Mobile em um momento em que 90 por cento dos novos telefones celulares adquiridos na China são smartphones.

O negócio também pavimenta o caminho para a Apple brigar com a líder em participação de mercado Samsung Electronics Co. em um dos mercados de mais rápido crescimento.

Mesmo assim, a parceria com a China Mobile não garante à Apple um impulso prolongado. A empresa Forrester Research projeta que o acordo elevará a participação da Apple no mercado de smartphones na China em apenas 3 pontos porcentuais, para 8 por cento.

Os iPhones -- incluindo o novo iPhone 5c, de baixo custo -- continua sendo muito caros para a maioria dos consumidores em um país onde os concorrentes oferecem alternativas mais baratas com telas maiores, de acordo com a demanda.

Entre os outros obstáculos enfrentados pelo iPhone estão a implantação limitada da rede de alta velocidade pela China Mobile, uma escassez de aplicativos, em comparação com outros aparelhos, e poucas lojas de varejo da Apple.

“Não é que todo mundo na China está esperando desesperadamente um iPhone”, disse Benedict Evans, analista da Enders Analysis em Londres. “Mesmo porque o iPhone 5c é muito caro no mercado chinês”.


Sob pressão

O acordo com a China Mobile surge em um momento em que a Apple busca retomar o crescimento após sua primeira queda anual nos lucros em pelo menos uma década. Como o mercado de smartphones mais caros está ficando saturado nos EUA e em outros países desenvolvidos a China passa a ser fundamental para a Apple.

No ano fiscal terminado em setembro, a empresa gerou US$ 27 bilhões em vendas no que a empresa chama de Grande China, que inclui Hong Kong e Taiwan, uma alta de 14 por cento em relação ao ano anterior.

Sob o acordo, os iPhones estarão disponíveis nas lojas da China Mobile a partir de 17 de janeiro.

A Samsung tinha 21 por cento do mercado da China no terceiro trimestre, acima dos 14 por cento de dois anos atrás, segundo a empresa de pesquisas Canalys.

“Esse acordo afetará muito a Samsung porque, juntamente com a Apple, eles são da classe de smartphones de alto padrão que são objetos de desejo na China”, disse Shaun Rein, diretor-geral do China Market Research Group em Xangai, em entrevista por telefone.

“Alguns dos usuários da China Mobile que haviam comprado Samsung antes devido à falta de opções de alto padrão agora mudarão para a Apple”.


Aplicativos de celular

Em sua busca por atrair clientes a Apple não conta com um ecossistema robusto de aplicativos de software na China como o que possui nos EUA e na Europa, disse Lydia Bi, analista da Canalys. Os concorrentes chineses têm mais serviços localizados disponíveis que a Apple.

“A Apple China Store não pode competir em qualidade de conteúdo com alguns vendedores locais, nem com as próprias lojas da Apple em países mais desenvolvidos”, disse Bi.

As telas de tamanho menor dos celulares Apple em comparação com os concorrentes também podem limitar as vendas, disse Bryan Wang, analista principal e gerente para a China da pesquisadora Forrester.

Cerca de 40 por cento dos aparelhos com Android a serem vendidos por meio das operadoras em 2014 na China terão telas com mais de 5 polegadas, contra a tela de 4 polegadas do iPhone, disse ele.

“Os consumidores, na China, em particular, gostam de aparelhos com telas maiores”, disse ele.

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