BYD Cars (VCG/Getty Images)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 13 de janeiro de 2021 às 17h22.
Última atualização em 13 de janeiro de 2021 às 17h45.
Em novembro deste ano, a BYD se tornou uma das principais fabricante nas vendas de carros elétricos no país. A empresa foi aportada por Warren Buffett em 2008 e, desde então, caracterizada como uma rival asiática para a Tesla. Com os resultados de dezembro, a BYD terminou o ano passado com dois carros entre os dez veículos elétricos mais vendidos no país
Buffett já colhia os frutos de seu investimento bem antes disso. Em 2020, as ações da BYD tiveram alta de quase 400%, sendo negociadas por 29 dólares na bolsa de Xangai. Com capital aberto desde 2009, a companhia conseguiu aumentar seu valor de mercado de 17 bilhões para quase 80 bilhões de dólares. Desde o começo deste ano as ações já subiram 26% e a companhia já vale 94,2 bilhões de dólares.
Para efeito de comparação, a BYD já é maior do que empresas tradicionais do ramo automotivo. A Ford, que anunciou o fim das operações no Brasil nesta semana, vale apenas 39 bilhões de dólares. O grupo FCA, das marcas Fiat e Chrysler, tem valor de mercado de 36 bilhões de dólares. A francesa Peugeot tem valor de mercado de 19,7 bilhões de dólares. Ou seja, a BYD já vale praticamente o mesmo que essas três gigantes somadas.
O feito da BYD ter dois veículos entre os mais vendidos no mercado de carros elétricos da China é notório. Principalmente um deles, o Han, foi lançado faz apenas seis meses e já ocupa a oitava posição geral. O sedã de luxo, inclusive, foi o quarto carro mais vendido entre os elétricos na China em dezembro. O outro automóvel presente no top 10 é o Qin EV, outro sedã, na quinta posição (veja a lista no fim da matéria).
Em um ano pandêmico e com as pessoas realizando o isolamento social, o mercado automotivo chinês retraiu 6,8%. A queda é considerável, mas não é suficiente para tirar da China a liderança do setor em termos globais. Uma pesquisa da consultoria IHS Markit aponta que o mercado mundial perdeu muito mais: queda de 15%, o mesmo percentual de retração para as vendas de automóveis nos Estados Unidos.
Dados da China Passenger Car Association apontam que quase 19,3 milhões de veículos foram comercializados na China em 2020. A previsão é de que este ano os números voltem a subir. A associação prevê alta de 7%. “Este ano veremos um crescimento mais forte”, disse Cui Dongshu, porta-voz do órgão, conforme reportado pelo Wall Street Journal.