Amazon quer se infiltrar na sua casa com streaming de música
A Amazon.com está trabalhando em um serviço independente de streaming de música e divulgará mais detalhes nas próximas semanas
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2016 às 21h58.
Seattle - Começou a corrida da Amazon para conquistar mais consumidores antes das festas de fim de ano e a música é a nova isca.
A Amazon.com está trabalhando em um serviço independente de streaming de música e divulgará mais detalhes nas próximas semanas, segundo uma pessoa informada sobre o assunto.
Com um preço informado de cerca de US$ 5 por mês, o novo serviço seria mais barato que o de concorrentes do ramo de streaming como Spotify e Apple Music, o que significa que a Amazon provavelmente perderá dinheiro na tarifa mensal pelo serviço.
Para a Amazon, no entanto, ganhar dinheiro com a música é irrelevante.
Em vez disso, a gigante do comércio eletrônico, que tem sede em Seattle, planeja usar o streaming de música para fortalecer as vendas do Echo, um aparelho que permite que as pessoas usem comandos de voz para obter informações, organizar horários e realizar compras online.
No início do mês, a Amazon revelou uma versão mais barata do assistente digital, o Echo Dot, de US$ 50, uma tentativa de tornar sua tecnologia para casas inteligentes mais atraente para as massas a tempo da temporada de compras de fim de ano.
Além disso, os aparelhos estão ganhando lugares de maior destaque nas livrarias físicas e nas lojas temporárias da Amazon, onde os funcionários estão prontos para exibir a ajudante virtual Alexa e outros recursos do Echo.
Uma isca fundamental para o Echo e para os aparelhos domésticos rivais é a música -- a ideia de que os usuários poderão usar um simples comando de voz para escutar por streaming instantaneamente uma música de sua escolha.
É aí que entra o streaming de música -- algo que faz parte do plano do Echo desde sua criação, segundo pessoas familiarizadas com a estratégia da companhia.
Embora o mercado de streaming de música já esteja cheio e a concorrência seja acirrada, a Amazon está disposta a perder dinheiro em uma oferta barata para atrair mais consumidores para o Echo, com o objetivo final de incorporar todos os seus serviços mais profundamente nas vidas cotidianas dos usuários.
“Trata-se de uma mudança enorme em relação aos outros serviços de streaming, nos quais a interface exige muitos toques no smartphone e esforço para criar a lista de reprodução ideal”, disse George Howard, professor de gestão de negócios da música da Berklee College of Music.
“Para a maior parte das pessoas, poder dizer ‘Alexa, toque jazz’ é tudo o que elas precisam.”
Uma porta-voz da Amazon preferiu não comentar sobre planos potenciais para um novo serviço de streaming de música.
A Amazon costuma apoiar-se na temporada de compras de fim de ano para seduzir consumidores para que experimentem o Amazon Prime, oferecendo assinaturas gratuitas de teste exatamente na época em que as pessoas realizam mais compras online.
No quarto trimestre deste ano -- o maior do ano para a empresa --, as vendas da Amazon deverão chegar a US$ 44,7 bilhões, a maior parte com comércio eletrônico, 25 por cento a mais que no ano anterior, segundo estimativas de analistas compiladas pela Bloomberg.
No ano passado, a Amazon lançou um tablet de 7 polegadas a US$ 50 antes da temporada de compras de fim de ano, criando um sucesso surpreendente em uma categoria de produto que via as vendas caírem.
“Eles estão usando a música para atrair o consumidor para esse ecossistema, assim como o Wal-Mart baixava o preço dos CDs para vender mais fornos de microondas”, disse Howard.
“Primeiro, a pessoa escuta jazz. Depois, passa a reduzir a iluminação e a fazer o supermercado, tudo com o Echo.”