Computador: americanos e europeus são os menos preocupados de que informação pessoal seja corrompida (AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2014 às 18h17.
O acesso à internet deveria ser um direito humano, pois representa uma esperança para a liberdade política e a prosperidade econômica para muita gente no mundo, segundo pesquisa feita em 24 países, divulgada nesta segunda-feira no Canadá.
Mais de 80% dos 23.376 entrevistados indicaram que o acesso à internet é chave para seu futuro econômico e subsistência, e importante para a liberdade de discurso e expressão política, razão pela qual deveria ser um direito humano.
Os usuários de África e Oriente Médio são os mais inclinados a apoiar esta tese em um mundo onde um terço da população - ou 2,3 bilhões de pessoas - estão conectadas à internet.
A consulta, realizada pelo Instituto Ipsos para o CIGI (Centre for International Governance Innovation), foi revelada no início de uma reunião de dois dias, em Ottawa, sobre a governança na internet.
Segundo a Comissão Mundial sobre a Governança na internet, anfitriã da conferência de Ottawa, o mundo está em uma encruzilhada com a disputa pelo poder e a influência em todos os aspectos na internet.
Mas, segundo o estudo, a maioria das pessoas não quer que nenhuma nação ou organização controle a rede mundial de computadores, embora esteja dividida sobre quem deveria se encarregar de regulamentar o acesso e o uso da internet.
Uma combinação de especialistas, engenheiros e grupos não governamentais, entre outros, foram escolhidos por 57% como encarregados desta tarefa, enquanto 50% consideraram que as Nações Unidas fariam um bom trabalho e outros 36% defenderam que os Estados Unidos assumam a liderança neste tema.
A pesquisa também determinou que 64% dos usuários da internet em nível global estão cada vez mais preocupados com sua privacidade online e temem ataques de hackers às suas contas bancárias ou dados privados, como fotos e mensagens, assim como o controle dos governos e a espionagem.
Os americanos e os europeus são os menos preocupados de que sua informação pessoal seja corrompida (35% e 36%, respectivamente), mas também são os que menos compartilham este tipo de dados.
A pesquisa foi realizada entre 7 de outubro e 12 de novembro em Brasil, Austrália, Canadá, China, Egito, França, Alemanha, Reino Unido, Hong Kong, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Quênia, México, Nigéria, Paquistão, Polônia, África do Sul, Coreia do Sul, Suíça, Tunísia, Turquia e Estados Unidos.
O CIGI, presidido pelo ex-político e diplomata suíço, Carl Bildt, prevê apresentar suas recomendações políticas para o futuro da governança na internet em 2016.