Tecnologia

Oi chega a subir 23% após CEO da AT&T sinalizar intenção de compra

Presidente da companhia americana revelou interesse em adquirir operadora em reunião com Bolsonaro, segundo jornal

Em recuperação judicial, empresa vem tentando reverter dívida de 65 bilhões de reais (Paulo Whitaker/Reuters)

Em recuperação judicial, empresa vem tentando reverter dívida de 65 bilhões de reais (Paulo Whitaker/Reuters)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 29 de agosto de 2019 às 18h16.

As ações da Oi tiveram forte alta nesta quinta-feira (29), após o jornal Folha de S. Paulo afirmar que, em reunião com o presidente Jair Bolsonaro, o CEO da AT&T, Randall Stephenson, sinalizou ter interesse em adquirir a companhia de telecomunicações brasileira.

Segundo a reportagem, integrantes do governo disseram que o executivo planeja investir em todos os segmentos de telecomunicações caso o projeto de lei que modifica as regras de TV por assinatura seja aprovado pelo Congresso.

Com possibilidade de ser adquirida pela empresa americana, os papéis ordinários da Oi (OIBR3) chegaram a subir 23% por volta do meio dia e fecharam em alta de 19,51%. Embora a ação tenha subido, até a sexta-feira passada (23), a empresa havia perdido 48,72% de seu valor de mercado em agosto. No ano, a queda acumulada é de 21,60%.

Em meio a essa turbulência, dois fatores ajudaram a derrubar o valor do ativo no mês. O primeiro deles foi a divulgação de prejuízo de 1,56 bilhão de reais no segundo trimestre do ano – 24% superior à perda no mesmo período de 2019. O segundo baque veio dois dias após a publicação do balanço trimestral, quando o jornal O Estado de S. Paulo afirmou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) poderia intervir na companhia se ela não apresentasse melhorias em termos financeiros. Posteriormente, a Anatel negou as informações, mas o estrago já estava feito.

Sediada nos Estados Unidos, a AT&T foi considerada pela Forbes a maior empresa de telecomunicações do mundo em 2018. Controladora dos serviços prestados pelo Grupo SKY no Brasil, a empresa desembolsou 85,4 bilhões de dólares, em outubro de 2016, para comprar a WarnerMedia, das marcas Warner Bros, HBO e Turner.

A aquisição, porém, ainda não foi validada pela Anatel no Brasil, já que a Lei Seac proíbe que um mesmo grupo controle todas as fases da cadeia de TV por assinatura – ou seja, o conteúdo e a distribuição. É essa lei que precisa ser alterada para aumentar as chances de a Oi ser comprada pela AT&T.

Embora a Oi tenha apresentado resultados financeiros abaixo do esperado e ter enfrentado problemas com o 4G, a companhia ainda possui ativos que podem ser de interesse da gigante americana, como 363 mil quilômetros de fibra óptica.

Desde que entrou com pedido de recuperação judicial, em 2016, a Oi reverteu 35 bilhões de reais da dívida de 65 bilhões de reais. Em julho deste ano a empresa anunciou um plano de desinvestimento com o intuito de levantar até 7,5 bilhões de reais. Estavam no radar as vendas da operadora angolana Unitel e de torres de telefonia.

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