A revolução da nuvem na medicina
As plataformas baseadas em nuvem vêm mudando a forma como a medicina é ensinada e praticada em todo o mundo
Da Redação
Publicado em 29 de novembro de 2013 às 10h00.
As plataformas baseadas em nuvem vêm mudando a forma como a medicina é ensinada e praticada em todo o mundo. Por meio delas, já é possível criar redes de voluntários, reunir médicos e criar comunidades com a missão de ensinar, aprender e ajudar profissionais de países com menos recursos a salvar vidas.
No Haiti, a ONG Colleagues in Care usa uma solução em nuvem para aproximar médicos haitianos de grandes especialistas e voluntários, físicos e virtuais, de países como Estados Unidos, Canadá e França, dispostos a ajudar o país a encontrar soluções que se adaptem à sua realidade. Vale lembrar que, antes mesmo do terremoto de 2010, que matou cerca de 300 000 pessoas, o Haiti já sofria com uma infraestrutura médica precária. De acordo com as estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2009, o país contava com apenas um enfermeiro e três médicos para cada 10 000 cidadãos. Nações desenvolvidas como os Estados Unidos, por exemplo, possuem uma média de 130 médicos para esse mesmo contingente.
Em busca de uma solução rápida e financeiramente viável de reunir médicos e enfermeiros de todo o mundo, o Boston Children´s Hospital, um dos maiores centros americanos de pesquisa em pediatria, também recorreu a uma plataforma em nuvem para desenvolver o OPENPediatrics. Gratuita, a ferramenta interativa oferece a mais de 1 000 especialistas de 70 diferentes países acesso a informações contidas em literatura médica, além de seminários, fóruns e simulações, em vídeo, de procedimentos complexos, como o uso de ventilação mecânica em pacientes.
Com o OPENPediatrics, os médicos esperam mudar a realidade mundial, na qual 10 milhões de crianças com menos de 5 anos morrem, todos os anos, de causas que poderiam ter sido evitadas. “Em todo o mundo, há crianças em estado crítico e, ao menos que você forneça o tratamento certo, na hora certa e do jeito certo, essas crianças irão morrer”, diz Traci Wolbrink, diretora do projeto.