A novidade recebeu o nome Grace em homenagem ao cientista americano e pioneiro da programação de computadores Grace Hopper (Nvidia/Reprodução)
Apesar da Nvidia ser conhecida mundialmente pelas placas de vídeos tão desejadas pelos aficionados por jogos de computador, a empresa anunciou nesta segunda-feira (12), no evento virtual GTC 2021, o seu novo movimento num setor que hoje é dominado pela Intel. Com o processador Nvidia Grace, uma CPU para servidores e supercomputadores que traz a tecnologia ARM, a fabricante pretende atender à demanda crescente por aplicações baseadas em inteligência artificial ou que exigem processamento de alto desempenho.
Os processadores ARM são um tipo de chip que traz como principal característica a eficiência energética. São o padrão de processadores utilizados em dispositivos móveis, como smartphones, tablets e, diferente dos chips fabricados por empresas como Intel e AMD, os processadores ARM usam uma arquitetura que não demanda muita energia ou mesmo resfriamentos constantes como são os vistos em grandes data centers.
O Nvidia Grace ainda não teve seus detalhes revelados, mas a Nvidia adiantou que ele pode se comunicar com placas de vídeo Nvidia em taxas de até 900 GB/s (gigabytes por segundo). Uma aplicação do tipo seria no aprimoramento da visão de carros autônomos, por meio de radares LIDAR, incluindo treinamento de modelos para processamento de linguagem natural (NLP, na sigla em inglês), entre outros trabalhos de processamento avançado.
Ainda de acordo com a Nvidia, o chip Grace só estará disponível no começo de 2023, mas já tem interessados no modelo. Um deles é o Centro Nacional de Supercomputação da Suíça (CSCS), que anunciou um supercomputador baseado na novidade: o Alps. A novíssima máquina será empregada em pesquisas como meteorologia, física de partículas e química quântica. A expectativa é a de que, com esses recursos, o Alps possa ser o supercomputador mais poderoso do mundo quando se tratar de inteligência artificial.