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A cozinha é campo de batalha da campanha energética de Obama

Para se ter uma ideia da herança que o presidente Barack Obama está prestes a deixar no setor energético dos EUA, basta olhar para a geladeira

Barack Obama: entre as leis mais efetivas criadas por ele para economizar energia, uma faz com que a geladeira de uma casa gaste menos energia do que uma lâmpada de 50 watts (Kevin Lamarque/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2016 às 20h22.

Para se ter uma ideia da herança que o presidente Barack Obama está prestes a deixar no setor energético dos EUA, basta olhar para a geladeira.

Sério, literalmente. Desde 2009, o governo dele criou 43 normas que vão economizar mais energia do que qualquer outro presidente desse país, eliminando em 2030 uma demanda equivalente à eletricidade produzida por 96 usinas, com base nas estimativas de um grupo de consumo.

E, entre as mais efetivas, uma dessas normas faz com que a geladeira de uma casa gaste menos energia do que uma lâmpada de 50 watts.

Outra norma finalizada no mês passado reduzirá a energia utilizada por aparelhos comerciais de teto de ar-condicionado e caldeiras, uma iniciativa que, segundo projeções do governo americano, economizará 1,7 trilhão quilowatts-hora de eletricidade ao longo de 30 anos, mais que qualquer outra alteração das normas desde que as leis de eficiência foram promulgadas em 1975.

Os defensores dizem que essas mudanças reduzirão as contas de luz.

Os oponentes advertem que o custo dos eletrodomésticos aumentará, porque os fabricantes investirão dezenas de milhões para recriar esses produtos.

“É um enorme avanço para a eficiência energética e também um acontecimento significativo para endireitar um importante programa de economia de energia que antes não cumpria seu propósito”, disse Andrew deLaski, diretor-executivo da Appliance Standards Awareness Project, com sede em Boston, em uma entrevista por telefone.

Passar dos limites

O governo de Obama passa dos limites, dizem os opositores. Uma norma proposta em 2014 para os lava-louças limita tanto o consumo de água que as máquinas não conseguem remover os alimentos dos pratos e utensílios, de acordo com a Associação de Fabricantes de Aparelhos Eletrodomésticos, uma organização do setor.

O projeto de norma, que poderia ser adotado em agosto, é consequência da incapacidade do Departamento de Energia dos EUA para escutar as considerações dos fabricantes e testar adequadamente os produtos, disse o grupo com sede em Washington.

Republicanos no Congresso contestaram vários dos planos para economizar energia defendidos por Obama. Mike Pompeo, um republicano do Kansas, disse que o prêmio que os consumidores pagam por muitos dos produtos remodelados no intuito de cumprir os padrões mais elevados é maior do que a economia de energia. Ele defende leis que suspendem a vigência das normas por 18 meses.

Kathleen Hogan, vice-secretária assistente de eficiência energética do Departamento de Energia, defende que a iniciativa de Obama é uma bênção para os consumidores.

“Um dos principais compromissos era atualizar de fato o programa de normas para os eletrodomésticos”, disse Hogan, em entrevista por telefone. “Há um enorme impacto em termos de gerar economia para as pessoas e de reduzir nossa necessidade de energia”.

Poucos aparelhos que consomem energia escaparam das mudanças nas normas. Elas cobrem de tudo, desde lavadoras e secadoras de roupas às máquinas automáticas de venda, passando pelos ventiladores de teto com lâmpada. O presidente prometeu analisar mais 17 normas, que poderiam ser submetidas à revisão, antes do fim do mandato.

O Departamento de Energia estimou que as reduções vão gerar uma economia de mais de US$ 520 bilhões na conta de luz dos consumidores até 2030.

Liderança

A campanha de Obama em prol da eficiência é parte de seu posicionamento como líder mundial na iniciativa para reduzir os gases do efeito estufa, e o presidente reafirmou a promessa de diminuir as emissões de carbono por meio da eficiência energética em um pacto com a China em setembro.

Todas as normas atualizadas durante a presidência de Obama poderiam cortar 3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por volta de 2030, o equivalente a cerca de metade da poluição de carbono de todo o setor energético dos EUA em um ano, de acordo com o Departamento de Energia.

Em 2016, as reduções de energia poderiam chegar a cerca de 130 quilowatts-hora e gerar uma economia de aproximadamente US$ 14 bilhões para os consumidores, de acordo com deLaski, da Appliance Standards Awareness Project.

“Quando é possível levar adiante uma política que ao mesmo tempo faz com que as pessoas economizem dinheiro, fomenta a inovação, economiza um monte de energia e rende reduções das emissões ambientais, não há o que discutir”, disse ele.

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Para se ter uma ideia da herança que o presidente Barack Obama está prestes a deixar no setor energético dos EUA, basta olhar para a geladeira.

Sério, literalmente. Desde 2009, o governo dele criou 43 normas que vão economizar mais energia do que qualquer outro presidente desse país, eliminando em 2030 uma demanda equivalente à eletricidade produzida por 96 usinas, com base nas estimativas de um grupo de consumo.

E, entre as mais efetivas, uma dessas normas faz com que a geladeira de uma casa gaste menos energia do que uma lâmpada de 50 watts.

Outra norma finalizada no mês passado reduzirá a energia utilizada por aparelhos comerciais de teto de ar-condicionado e caldeiras, uma iniciativa que, segundo projeções do governo americano, economizará 1,7 trilhão quilowatts-hora de eletricidade ao longo de 30 anos, mais que qualquer outra alteração das normas desde que as leis de eficiência foram promulgadas em 1975.

Os defensores dizem que essas mudanças reduzirão as contas de luz.

Os oponentes advertem que o custo dos eletrodomésticos aumentará, porque os fabricantes investirão dezenas de milhões para recriar esses produtos.

“É um enorme avanço para a eficiência energética e também um acontecimento significativo para endireitar um importante programa de economia de energia que antes não cumpria seu propósito”, disse Andrew deLaski, diretor-executivo da Appliance Standards Awareness Project, com sede em Boston, em uma entrevista por telefone.

Passar dos limites

O governo de Obama passa dos limites, dizem os opositores. Uma norma proposta em 2014 para os lava-louças limita tanto o consumo de água que as máquinas não conseguem remover os alimentos dos pratos e utensílios, de acordo com a Associação de Fabricantes de Aparelhos Eletrodomésticos, uma organização do setor.

O projeto de norma, que poderia ser adotado em agosto, é consequência da incapacidade do Departamento de Energia dos EUA para escutar as considerações dos fabricantes e testar adequadamente os produtos, disse o grupo com sede em Washington.

Republicanos no Congresso contestaram vários dos planos para economizar energia defendidos por Obama. Mike Pompeo, um republicano do Kansas, disse que o prêmio que os consumidores pagam por muitos dos produtos remodelados no intuito de cumprir os padrões mais elevados é maior do que a economia de energia. Ele defende leis que suspendem a vigência das normas por 18 meses.

Kathleen Hogan, vice-secretária assistente de eficiência energética do Departamento de Energia, defende que a iniciativa de Obama é uma bênção para os consumidores.

“Um dos principais compromissos era atualizar de fato o programa de normas para os eletrodomésticos”, disse Hogan, em entrevista por telefone. “Há um enorme impacto em termos de gerar economia para as pessoas e de reduzir nossa necessidade de energia”.

Poucos aparelhos que consomem energia escaparam das mudanças nas normas. Elas cobrem de tudo, desde lavadoras e secadoras de roupas às máquinas automáticas de venda, passando pelos ventiladores de teto com lâmpada. O presidente prometeu analisar mais 17 normas, que poderiam ser submetidas à revisão, antes do fim do mandato.

O Departamento de Energia estimou que as reduções vão gerar uma economia de mais de US$ 520 bilhões na conta de luz dos consumidores até 2030.

Liderança

A campanha de Obama em prol da eficiência é parte de seu posicionamento como líder mundial na iniciativa para reduzir os gases do efeito estufa, e o presidente reafirmou a promessa de diminuir as emissões de carbono por meio da eficiência energética em um pacto com a China em setembro.

Todas as normas atualizadas durante a presidência de Obama poderiam cortar 3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por volta de 2030, o equivalente a cerca de metade da poluição de carbono de todo o setor energético dos EUA em um ano, de acordo com o Departamento de Energia.

Em 2016, as reduções de energia poderiam chegar a cerca de 130 quilowatts-hora e gerar uma economia de aproximadamente US$ 14 bilhões para os consumidores, de acordo com deLaski, da Appliance Standards Awareness Project.

“Quando é possível levar adiante uma política que ao mesmo tempo faz com que as pessoas economizem dinheiro, fomenta a inovação, economiza um monte de energia e rende reduções das emissões ambientais, não há o que discutir”, disse ele.

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