13 megaconstruções sustentáveis do futuro
Projetos sugerem soluções inovadoras para problemas ambientais e urbanos que assolam o planeta. Ideias foram inscritas em concurso anual da revista de arquitetura eVolo Magazine
Vanessa Barbosa
Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 16h36.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h39.
Durante as últimas décadas, as calotas polares vêm sofrendo perdas recordes de gelo. A reconstrução das camadas árticas é o principal objetivo do projeto vencedor do concurso da eVolo, o Polar Umbrella que, como um guarda-chuva gigante, reduziria o ganho de calor em regiões vulneráveis. Este arranha-céu gélido funcionaria como uma metrópole flutuante, equipada com laboratórios do NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA), estações de energia renovável, dormitórios, e habitats para a vida selvagem. Várias dessas estruturas seriam estrategicamente distribuídas pelas áreas mais afetadas, ajudando ainda a regenerar as calotas através de sistemas que congelam a água do oceano.
O rápido aumento da população nas grandes cidades ao redor do mundo tem levado ao desenvolvimento de sérios problemas de design urbano, incluindo a falta de infraestrutura, habitação e principalmente de áreas de lazer. Em Pequim, uma forma de solucionar a falta de espaço é um arranha-céu que flutua acima da terra. O chamado Parque Luz permanece à tona graças a um grande balão em forma de cogumelo cheio de hélio que conta com ajuda hélices movidas a energia solar. Parques para recreação, campos desportivos e restaurantes ficariam suspensos por cabos de aço reforçado. Paineis solares cobrem a parte superior da estrutura e coletores de água acumulam água da chuva para irrigação das plantas e uso nos banheiros.
O "Zero" é um arranha-céu radical projetado para garantir a sobrevivência da humanidade após a devastação global. Ele funciona como uma caixa de ferramentas de emergência, que será o ponto de partida para o restabelecimento da ordem social através da comunicação digital e troca de informações. O elemento-chave é a informação. Vivemos na era digital. Comunicação e conhecimento são os nossos recursos mais importantes hoje.
Por isso, o "Zero" é dedicado à coleta de informações, uma espécie de cofre de dados on-line para se certificar de que o conhecimento humano não está perdido. Governo, institutos e organizações ao redor do mundo são capazes de enviar informações ao "Zero". Qualquer coisa considerada importante da construção arquitetônica, planejamento agrícola, registros científicos, etc, pode ser armazenada dentro deste cofre de dados. Se um "Zero" for destruído, os dados não serão perdidos, já que haverá outros cofres do tipo espalhados pelo mundo.
Por isso, o "Zero" é dedicado à coleta de informações, uma espécie de cofre de dados on-line para se certificar de que o conhecimento humano não está perdido. Governo, institutos e organizações ao redor do mundo são capazes de enviar informações ao "Zero". Qualquer coisa considerada importante da construção arquitetônica, planejamento agrícola, registros científicos, etc, pode ser armazenada dentro deste cofre de dados. Se um "Zero" for destruído, os dados não serão perdidos, já que haverá outros cofres do tipo espalhados pelo mundo.
Desde a Revolução Industrial na Europa, os níveis de poluição ambiental não param de aumentar. Uma das consequência mais explícitas disso nas grandes cidades é a chuva ácida. O projeto PH Conditioner Skyscraper visa filtrar os poluentes industriais e, eventualmente, transformá-los em recursos como água e fertilizantes químicos. Sua membrana porosa ligada a sacos de ar tem a capacidade de absorver os materiais ácidos e enviá-los ao núcleo purificador onde a neutralização tem lugar com a substância alcalina produzida por fixação de azoto através de uma ação biológica de microorganismos.
Cerca de 3 bilhões de pessoas dependem do arroz como principal fonte de alimento. Em 2025, a dependência deve atingir 4 bilhões de pessoas. O projeto Aeroponic propõe a criação de fazendas verticais descentralizadas que sejam capazes de fornecer arroz suficiente para as gerações futuras. A estrutura básica consiste de uma matriz de paralelogramos de bambu que criam terraços de campos cultiváveis e conta com um sistema de irrigação natural. O projeto leva assinatura do designer Jin Ho Kim.
"Big Wood" é um protótipo de construção em massa de madeira que, a medida que é erguido, ajuda a sequestrar CO2 da atmosfera. Aço e concreto armado têm sido os materiais primários para construção dos arranha-céus ao longo dos anos. Infelizmente, estes materiais têm uma produção que consome muita energia e custos de reciclagem altos. Segundo os designers, o “Big Wood” seria uma forma mais inteligente e de menor impacto ambiental. Estudos recentes provaram o sucesso de estruturas de madeira de até 30 andares. Mas seria possível ir além.
A fumaxa tóxica que é expelida durante erupções vulcânicas pode gerar problemas ambientais e para saúde de quem mora em vilarejos próximos. Como não dá para controlar as erupções vulcânicas, os designers da Máscara VolcanElectric proponhem a construção de uma estrutura industrial que pode coletar as cinzas e a fumaça tóxica durante uma erupção - mantendo-as fora dos céus e longe de cidades - e que também aproveita o calor do vulcão em períodos de calmaria para fornecer energia elétrica limpa para áreas vizinhas. De partida, o protótipo seria testado sobre o vulcão Popocatepetl, na Cidade do México, um dos 10 mais ativos do mundo.
O projeto Skinscape foi inspirado a partir da ideia de que o meio ambiente modifica a arquitetura com o tempo e, em alguns casos, a natureza até tenta reivindicá-lo, quando por exemplo, árvores e plantas recobrem a fachada de casas. Este projeto explora a possibilidade de criar um tecido-edifício entre os arranha-céus das cidades. O tecido não só expande as áreas dos edifícios, mas também pode modifica-los para permitir novos arranjos. A ideia é que os edifícios precisam evoluir com o tempo para se adequarem as novas exigências urbanas e sociais. O projeto é assinado pelos designers Woongyeun Park, Jaegeun Lim, Haejun Jung, Karam Kim.
O projeto SymbioCity repensa a forma como as prisões são construídas e operadas em um esforço para melhor a justiça penal e sistemas de reabilitação. Tradicionalmente, dizem os designers do SymbioCity, prisões funcionam como um parasita em cidades, sugando recursos, mas não dando nada em troca. Ao localizar prisões em núcleos urbanos, os prisioneiros ficariam cercados pela sociedade (em vez de isolados em prisões localizadas em áreas rurais) e, portanto, seriam inspirados a melhorar a si mesmos, para que possam reentrar na sociedade. Outras mudanças também são propostas: presos seriam pagos pelo trabalho que fazem, mas eles também seriam cobrados por suas acomodações, alimentação e outras amenidades. As prisões também seriam forçadas a tornar-se mais auto-suficientes, em vez de só usarem o dinheiro dos contribuintes: os presos passariam a cultivar seu próprio alimento em fazendas verticais e a criar o seu próprio gado. A proposta é assinada pelos designers Khem Aikwanich e Nigel Westbrook.
A poluição da água é fonte de preocupação crescente na China e se tornou um dos maiores desafios ambientais do país nas últimas décadas, ao lado da poluição do ar e das altas concentrações de nitrogênio no solo. Para melhor o acesso a este recurso em Xangai, os designers chineses Zhang Zhiyang, Liu Chunyao projetaram torres que podem coletar e purificar a água da chuva e também purificar a água do rio. Além de garantir água limpa, as torres aproveitam os resíduos orgânicos da filtragem como adubo para agricultura e produção de energia.
O arranha-céu Urban Earth Worm usa uma das criaturas mais comuns do solo como sua inspiração. Assim como minhocas limpam a terra e resolvem os problemas de poluição, deixando os ecossistemas mais sadios, este arranha-céu vai limpar a poluição do ar e do solo nas cidades.
A estrutura é, de fato, na forma de um anlídeo, com curvas que se estem por toda a cidade, limpando do ar e tratando resíduos. Não para aí. Na parte superior da estrutura de tubos, solos preenchem as reetrâncias permitindo o cultivo de alimentos.
A estrutura é, de fato, na forma de um anlídeo, com curvas que se estem por toda a cidade, limpando do ar e tratando resíduos. Não para aí. Na parte superior da estrutura de tubos, solos preenchem as reetrâncias permitindo o cultivo de alimentos.
Você já deve ter ouvido falar do Pacific Garbage Patch, um verdadeiro lixão de milhões de toneladas de plásticos que vaga pelo Oceano Pacífico. Um projeto concebido pelos designers sul-coreanos Park Sung-Hee e Na Hye Yeon pretende mudar essa história. Trata-se da Kinectic Irlands, módulos flutuantes que “varreriam” o mar aglutinando os resíduos plásticos em blocos e de forma ordenada. A certa altura, esses blocos seriam recobertos de solo sintético como elementos de construção de uma cidade futurista flutuante. Essa ilha poderá até ser coberta com terra, de modo a ter fundação sólida que permita o desenvolvimento de culturas agrícolas
A construção de uma cidade submarina é o objetivo principal deste projeto que responde ao aumento do nível do mar nas próximas décadas. Os USA National Research Council estima que, somente neste século, o nível do mar vai subir entre 50 e 200 centímetros. O projeto foi concebido como uma "tigela" flutuante com uma enorme átrio aberto para o céu onde a luz solar será capaz de chegar a todos os níveis subaquáticos. A geometria é composta por uma matriz de caixas de tamanhos diferentes que permitem a delimitação de funções específicas, como espaços comunitários e de lazer, áreas privadas e comerciais, além de muita superfície verde para parques, fazendas e produção de oxigênio.
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