12 incríveis construções verdes do futuro
Designers e arquitetos sugerem soluções inovadoras para melhorar a vida nos grandes centros urbanos do futuro
Vanessa Barbosa
Publicado em 29 de abril de 2014 às 13h02.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h31.
Já imaginou como serão as metrópoles do amanhã? Confira a seguir 12 fantásticos projetos de arquitetura urbana sustentável que aparecem como solução para driblar os efeitos das mudanças climáticas ou simplesmente para melhorar nossa qualidade de vida.
Parace contradição, mas um dos maiores poluidores do planeta está construindo uma das cidades mais sustentáveis de que se tem notícia - a Tianjin Eco City. Energia infinita vinda de paineis solares e enormes torres de geração eólica fazem parte do mini mundo ecológico que em 2020 servirá de lar para 350 mil pessoas na China. Autorizado em 2008 pelo governo, o projeto que segue a todo vapor, vai recuperar uma área desabitada e cheia de problemas ambientais, com solo e água contaminados. Dentro de sete anos, a região se tornará uma cidade de 30 km quadrados adequada para viver normalmente, e melhor, segundo os padrões mais ecológicos em voga. A ideia é que a Eco City sirva de exemplo de desenvolvimento urbano sustentável para outras cidades chinesas. Num país em que três de cada quatro rios estão contaminados, essa é uma iniciativa que sem dúvida chamará atenção.
No terceiro edifício mais alto da Venezuela fica a maior favela vertical do mundo. De quase qualquer ponto da capital, Caracas, é possível avistar a Torre David, cuja construção foi abandonada durante o governo de Hugo Chávez. Os 45 andares projetados para serem ocupados por escritórios são a moradia de cerca de 3 mil pessoas. Atento à precariedade do lugar, um grupo de designers britânicos projetou um novo edifício para abrigar essa população carente, o Vertical City. O prédio é formado por três torres empilhadas, com áreas distintas para atividades de varejo e residência. E o ponto alto: toda a energia usada viria de turbinas eólicas instaladas no topo.
Parece uma roda gigante né? Mas o LO2P é muito mais do que isso. Apesar do visual, a estrutura é um centro de reciclagem feito de carros reciclados. Criado pelo estúdio CMJN para Nova Déli, na Índia, o projeto busca uma solução para aproveitar os milhares de carros que se tornam obsoletos todos os anos. Ao invés de mandá-los pro ferro-velho, eles podem servir de matéria-prima para a construção, já que têm mais de 50% de aço na sua constituição. Outro ponto forte do projeto é a existência de uma ventoinha gigante no seu centro, que faz a estrutura rodar e é capaz de filtrar a poluição do ar. Nas bases, uma série de jardins verticais ajudariam no processo.
O Space-Scraper é um edifício sustentável equipado com sistemas de coleta de água da chuva, paineis solares e turbinas eólicas. Projetado pelo designer Mohamed Abdel-Aziz, o prédio futurista foi concebido para uso misto, residencial e comercial, para o bairro Maadi, localizado na parte sul do Cairo, no Egito. Um dos aspectos mais interessantes da proposta é a sua estrutura e forma derivada de estudos do vento com vistas a maximizar a refrigeração natural nas pirâmides.
Em breve, uma gigantesca mina abandonada no distrito de Songjiang, na China, vai abrigar um complexo hoteleiro de luxo erguido segundo padrões da construção ecológica. Orçado em 528 milhões de dólares, o projeto da rede InterContinental prevê a construção de um hotel de 19 andares e 380 quartos na cratera de quase 100 metros de profundidade localizada nas montanhas de Tianmenshan, em região próxima à Xangai. Todo o complexo será coberto por um telhado verde, enquanto o edifício utilizará a energia solar e geotérmica para suprir a demanda de eletricidade e aquecimento. A pedreira também irá fornecer uma boa fonte de controle térmico, mantendo a temperatura sempre amena. As obras estão previstas para durar dois anos.
O Soho Hailun Plaza é uma nova torre de uso misto projetada para Xangai, na China, que conta com uma fachada em constante mudança e multifacetada, que se parece com a pele de um dragão. Abordado a partir de diferentes direções, o edifício muda sua aparência. Graças à sua fachada high-tech, a torre se assemelha a um organismo vivo respirando. A estrutura de 33 andares é adequada para a organização de vários eventos ao ar livre e atividades urbanas. Todos os escritórios e espaços comerciais podem ser acessados por pontes internas adornadas com telhados verdes, que ajudam a controlar a temperatura no interior. O prédio está em fase de construção e será lançado em 2016.
Outra solução inusitada para cidades poluídas é o Waste Collector Skyscraper, uma colossal central coletora de lixo em forma de prédio concebida para o centro de Xangai. O Waste Collector busca realizar uma coleta mais limpa na cidade, sendo capaz de processar até 400 toneladas de resíduos por dia. Por ficar bem no centro, a estrutura funciona como um símbolo de conscientização publica sobre a necessidade de se gerir melhor o lixo.
Esta proposta de arranha-céu criada pelo designer Vahan Misakyan foi projetada para a cidade de Yerevan, na Armênia. Ela consiste de um conjunto de estruturas geodésicas que formam três torres conectadas por pontes habitáveis na parte superior e inferior. A ideia é pensar na vida na cidade como um ecossistema natural. Cada torre abriga inúmeras atividades e salões com fins diversos, incluindo escritórios, residências e hotéis. O edifício seria concebido com as mais recentes tecnologias verdes. Controles "inteligentes" na fachada controlariam a quantidade da incidência de luz e também poderia ser usado para reduzir o calor e proporcionar ventilação natural. A cobertura seria ainda equipada com sistemas de coleta de água de chuva, células fotovoltaicas e turbinas eólicas.
O visionário arquiteto belga Vincent Callebaut projetou uma imensa torre verde que supera todos os indicadores de um edifício sustentável em termos de energia. Ele criou mega estruturas flutuantes em forma orgânica que usam algas para gerar energia e abastecer cidades inteiras. O exterior dessas usinas áereas de geração conta ainda com paineis solares e turbinas eólicas. Esta é, certamente, uma das ideias menos prováveis de sair do papel algum dia, o que não tira a graça de contemplá-la ainda assim.
Eventos climáticos extremos têm deixado milhares de desabrigados em todo o mundo. Atento à questão, um arquiteto polonês desenvolveu um projeto de cidade artificial flutuante, que conta com toda a infraestrutura para satisfazer as necessidades dos seus habitantes. A cidade - de 1000 metros de diâmetro e 1000 de altura distribuídos por 48 andares - conta com porto e docas para navios, aero e heliporto, jardins, unidades residenciais e comerciais, além de espaço público no átrio que fará as vezes de ambiente de recreação e serviços.
No começo do ano, a Unesco lançou um concurso de design para eleger o projeto do novo centro de visitantes para o parque arqueológico de Lenggong Vale, na Malásia, tombado como patrimônio mundial da humanidade em 2012. O projeto vencedor, que você vê ao lado, é do Citylab Design Studio. Ele será feito de bambu, que poderá ser cultivado na região, e ajudará a reintroduzir um pouco de floresta tropical na área. “É a manifestação de uma idéia de onde a forma se une à estrutura em harmonia com a natureza”, dizem seus criadores. Erguido sobre um terreno em declive, a estrutura se assemelha a um fóssil esperando para ser descoberto.
Outra iniciativa que reúne eficiência energética e baixo impacto ambiental é o projeto Dalian Aeropolis, chamada por seus criadores, o escritório NDA, em Shangai, de “cidade equilibrada”. O conceito baiseia-se num modelo sustentável de desenvolvimento econômico, cultural e social em torno de um aeroporto internacional na cidade de Dalian, no norte da China. Além do complexo aeroportuário, o projeto prevê um bairro central de negócios diretamente conectado a um trem de alta velocidade, um parque tecnológico de pesquisa, áreas de lazer e um santuário marinho, cada parte sendo pensada de maneira integrada.