Tecnologia

10 anos sem Steve Jobs: como a Apple mudou desde sua morte

Apontado como gênio dos negócios, Jobs faleceu em 5 de outubro de 2011, antes mesmo de o mundo conhecer o Apple Watch ou o iPhone Pro

Steve Jobs: cofundador da Apple apresentou o iPhone ao mundo em 2007 (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

Steve Jobs: cofundador da Apple apresentou o iPhone ao mundo em 2007 (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 5 de outubro de 2021 às 10h07.

Última atualização em 5 de outubro de 2021 às 10h12.

Visto globalmente como um guru de tecnologia, inovação, e, claro, oratória no palco, Steve Jobs marcou a ascensão da computação pessoal. Sua morte, causada por um raro câncer no pâncreas, completa dez anos. De lá para cá, a Apple mudou muito sob a gestão de Tim Cook, mas sempre seguiu um caminho evolucionário sobre a trilha de Jobs que levou a empresa ao topo do ranking das mais valiosas do mundo. Veja, a seguir, como a Apple mudou desde que Jobs saiu de cena e Cook assumiu o comando da companhia.

Empresa voltada a serviços

Se a gestão de Jobs foi marcada pela criação de produtos físicos, como Macs, MacBooks, iPods, iPhones e iPads, a área de serviços da Apple hoje em dia é cada vez mais abrangente. Tanto que a empresa percebeu que estava confundindo os consumidores e unificou tudo no Apple One. Os serviços da companhia são de diferentes frentes. Há o iCloud, o armazenamento em nuvem da companhia para arquivos e backups de dispositivos com sistema iOS; o streaming de vídeo Apple TV+; o aplicativo de streaming de música Apple Music; e o serviço de streaming de games Apple Arcade. A divisão de serviços está entre as maiores da companhia. Só no primeiro trimestre de 2021, o faturamento dessa área foi de 16,9 bilhões de dólares (90 bilhões de reais, em conversão direta), ante 13,3 bilhões de dólares no mesmo período em 2020.

Office no iPad

Essa mudança tem mais relação com a troca do CEO da Microsoft do que com a própria Apple, mas afeta também a empresa, dado o histórico de rivalidade na era dos PCs. As concorrentes passaram a trabalhar juntas no campo dos aplicativos desde 2015, quando a Microsoft, sob o comando de Satya Nadella, apresentou o Office para iPad. A criadora do Windows tinha perdido o bonde dos smartphones, uma vez que os dispositivos com Windows Phone não decolaram, e voltou-se a fazer o que sempre fez de melhor: software. Com isso, usuários de iPad e do pacote Office saíram ganhando -- Jobs veria isso como uma vitória da Apple?

Lápis inteligente

Jobs sempre foi um crítico mordaz ao uso de canetas para interagir com a tela. O iPhone chegou em uma época em que esse tipo de acessório era comum, uma vez que muitas telas de celulares tinham tecnologias simples e que não tinha boa resposta ao toque com as pontas dos dedos.

Anos mais tarde, em 2015, a Apple criou seu próprio acessório para escrita e desenho no iPad. No entanto, vale notar que a crítica de Jobs às canetas foi respeitada. O acessório é chamado Apple Pencil, e não Apple Pen.

iPhone 13

O iPhone percorreu um longo caminho nos últimos dez anos. Em 2011, a versão mais recente era o iPhone 4. Hoje muito conhecida, a assistente de voz Siri só daria as caras alguns dias depois da morte de Jobs, no novo iPhone 4s.

O salto evolucionário do celular não só dizimou o mercado de câmeras digitais e culminou no desaparecimento de tocadores de mídia, como o iPod, mas também levou o aparelho a se tornar uma ferramenta profissional. Por isso mesmo, assim como acontece na linha de MacBooks, a Apple passou a contar com versões Pro do iPhone desde a geração 11.

Na edição 13, deste ano, a companhia passou a incluir, pela primeira vez, compatibilidade com a rede de internet 5G, abrindo o caminho para o surgimento de aplicativos que utilizem grande volume de transferência de dados via redes móveis. A última mudança semelhante no mercado ampliou a presença de aplicativos de vídeo, GPS e caronas pagas.

Apple Watch

Anunciado em setembro de 2014, o relógio inteligente da Apple veio ao mundo apenas em abril de 2015. O aparelho sempre foi um acessório exclusivo para iPhone e responsável por monitorar a saúde e exercícios dos usuários. Nas suas atuais seis gerações, as mudanças incrementais têm mantido o mesmo sentido. O Apple Watch pode detectar e acionar um número de emergência se uma pessoa cair ou até mesmo monitorar o nível de ruído de um ambiente. Ele também tem conexão com a internet móvel e GPS. O aparelho é líder mundial na categoria de relógios inteligentes, segundo a consultoria Counterpoint Research.

Disputa na App Store

A App Store sempre foi duas coisas simultaneamente: uma possibilidade de qualquer pessoa no mundo lançar um aplicativo que pode ser baixado ou comprado por usuários de iPhones e uma fonte de receita para a Apple, que fica com um percentual das vendas. No entanto, no último ano, a desenvolvedora do game Fortnite, a Epic Games, desafiou essa lógica e levou o caso à justiça, acusando a Apple de monopolizar a distribuição de aplicativos nos iPhones com a App Store. No Android, o sistema operacional do Google utilizado por todas as grandes rivais da Apple no segmento de smartphones, oferece a possibilidade de instalar aplicativos que estejam fora da loja oficial de aplicativos e até mesmo autoriza a instalação de lojas de terceiros, como da Amazon e da Samsung.

Acompanhe tudo sobre:AppleSteve Jobs

Mais de Tecnologia

Bancada do Bitcoin: setor cripto doa US$135 mi e elege 253 candidatos pró-cripto nos EUA

Waze enfrenta problemas para usuários nesta quarta-feira, com mudança automática de idioma

Vitória de Trump inaugura nova era cripto com promessas de desregulamentação e apoio a blockchain

Cientistas japoneses criam novo tipo de vida: híbrido entre planta e animal