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Livre-se das dívidas em 5 passos

Veja algumas dicas simples para sair do vermelho apenas organizando melhor seu orçamento


	Homem pulando: Conhecer o orçamento é o primeiro passo para se livrar das dívidas
 (Stock.xchng/Mateusz Stachowski)

Homem pulando: Conhecer o orçamento é o primeiro passo para se livrar das dívidas (Stock.xchng/Mateusz Stachowski)

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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2014 às 16h06.

São Paulo - Pode parecer que acabar com as dívidas é uma questão de ganhar na loteria, receber um aumento, ou esperar o dinheiro cair do céu. Mas, com um pouco de organização é possível sair do vermelho de um jeito muito mais fácil e sem precisar contar com a sorte.

Com o auxílio de Ronaldo Gotlib, advogado e autor do livro “Dívidas? Tô Fora! – Um Guia para Você Sair do Sufoco”, EXAME.com elencou cinco dicas para quem quer se livrar das dívidas sem complicações. Confira:

1. Conheça seus números

O primeiro passo para voltar a ver a vida azul é dedicar um tempo à reorganização do seu orçamento“Conhecer seus próprios números é essencial. Ao fazer isso a pessoa sabe que mesmo recebendo 2.000 reais por mês, 1.000 reais já estão comprometidos e não assume parcelamentos e gastos que não cabem no orçamento”, diz Gotlib.

Gotlib sugere que em uma planilha as despesas sejam divididas em três classes: despesas fixas, que seriam contas que não sofrem variações, como aluguel e condomínio; despesas variáveis, que são aquelas que estão sempre ali, mas cujo valor pode mudar mês a mês, como conta de luz e telefone; e gastos com lazer, que são aqueles mais passíveis de corte, como a fatura do cartão de crédito.

Essa é apenas uma dentre as inúmeras maneiras de organizar o orçamento. Alguns aplicativos e sites também podem facilitar bastante a elaboração da planilha (veja na galeria ao final da página). O importante é encontrar a forma mais eficaz de tornar o controle financeiro um hábito.

2. Aprenda a controlar o ímpeto de gastar

Sempre que a vontade de comprar surgir Gotlib recomenda fazer três perguntas: "Eu posso comprar isso? Eu realmente posso comprar isso? E eu preciso disso?”.

Segundo ele, ao refletir sobre a real possibilidade de realizar algum gasto com base no orçamento é possível fugir do autoengano. “Ao pensar nos números eles mostram a realidade, mas sem eles sempre existe a possibilidade de inventar uma justificativa”, diz.

Entender os motivos por trás dos gastos impulsivos também pode ajudar. Essa é uma das propostas das finanças comportamentais, vertente da psicologia econômica que estuda as emoções que motivam - e muitas vezes distorcem - as decisões financeiras.

Uma das teorias dentro dessa corrente é a de que fazemos contabilidades mentais: nós fechamos na cabeça uma conta, que, se fosse feita em uma calculadora, não fecharia.

Em uma pesquisa realizada por Richard Thaler, professor da Universidade de Chicago foi realizada a seguinte pergunta: "Você se deslocaria 20 minutos para economizar 5 dólares em uma calculadora que vale 15 dólares? E para economizar 5 dólares em uma jaqueta de 125 dólares?". 68% dos entrevistados responderam que dirigiriam pelo desconto na calculadora, mas apenas 29% o fariam pelo desconto na jaqueta.

Apesar de a economia ser a mesma, uma das situações é mais motivadora que outra. Isso explica por que muitas vezes gastamos um valor que, na verdade, não podemos pagar.

Como essas compras por impulso ocorrem com muito mais facilidade se o comprador estiver com cartões de crédito ou com cheque, uma dica pode ser utilizar apenas dinheiro vivo, que torna mais palpável o controle dos gastos. 

3. Não pague o mínimo do cartão de crédito

“O pagamento mínimo do cartão é uma nomenclatura que deveria ser extinta e induz ao erro. Não existe pagamento mínimo”, diz Gotlib.

Ele explica que se a fatura do cartão é de 1.000 reais, ao fazer o pagamento mínimo de 150 reais, por exemplo, o cliente fica com um saldo devedor de 850 reais. Como os juros rotativos do cartão de crédito costumam girar em torno de 15%, sobre os 850 reais o cliente pagará cerca de 130 reais.

“Ele continua devendo quase 1.000 reais porque os juros quase chegam aos 150 reais pagos inicialmente. Por isso, ou o cliente paga o cartão de crédito integralmente ou evita usar o cartão, caso contrário ele só fica pagando juros e a dívida continua”, diz o autor.

4. Se organize antes de refinanciar a dívida

Antes de partir para o refinanciamento da dívida, Gotlib propõe que o devedor reflita sobre o que ele pode pagar de fato. “Ele não precisa se preocupar em pagar a dívida no primeiro momento, mas sim em saber quanto ele precisa para viver e quanto sobra para pagar o débito”. 

Ao analisar a situação com calma, o devedor negocia melhor. Além de fazer um acordo baseado no que ele poderá realmente pagar, sem criar uma nova dívida impagável, sem parecer desesperado o devedor fica menos vulnerável a eventuais abusos por parte dos credores. 

Conforme ele explica, existem dívidas mais agressivas, como as trabalhistas, que imediatamente lapidam o patrimônio, e as dívidas menos agressivas, como as de cartão de crédito. Gotlib afirma que muitas pessoas se desesperam com essas dívidas menos agressivas.

A maioria das pessoas fica assustada porque as empresas de cobrança utilizam técnicas mentirosas, proibidas por lei, mas não existe prisão civil por dívida. O máximo que pode acontecer com o devedor é ter o nome sujo. Dificilmente ele será cobrado judicialmente porque é caro para a empresa, mas por medo ele entra em um ciclo de renegociação de dívida sem fim”, afirma Gotlib.

5 Organize as dívidas por escala de importância e só então renegocie

Depois de entender o tamanho das dívidas e qual seria a disponibilidade de pagamento, o especialista recomenda que os débitos sejam separados por prioridade.

“O devedor deve separar as dívidas mais agressivas, como a mensalidade escolar, que pode gerar um problema no estudo do seu filho, e deve priorizar o pagamento desse tipo de dívida à frente do pagamento do cartão, que pode ser negociado com mais facilidade”, afirma o especialista.

Depois de elencar as dívidas mais urgentes, é preciso ranquear as dívidas pelo tamanho dos juros. Mesmo se uma dívida for de 1.000 reais e outra de 1.500, se a primeira tiver juros de 15% e a segunda de 5%, apesar de a primeira dívida ser menor, no primeiro caso seriam pagos juros de 150 reais e no segundo de 75 reais, portanto é preferível quitar antes a dívida com maior taxa de juro.

Apenas depois de hierarquizar os débitos e analisar sua capacidade de pagamento o devedor então deve buscar a renegociação.

Neste ponto Gotlib recomenda que o devedor considere concentrar as dívidas em apenas um credor. “Se mesmo depois de negociar as dívidas o devedor não tiver como pagá-las, é sempre interessante conseguir uma linha de crédito com juros baixos e concentrar tudo em um só credor. O crédito consignado, por exemplo, é uma linha com custos baixos”, diz o autor.

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