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Negócios em Expansão 2024: conheça a história de empresas que usaram um vento a favor para crescer

As histórias e lições de quem aproveitou um sopro de oportunidade e outro de talento para liderar as 371 empresas selecionadas para o Ranking EXAME Negócios em Expansão 2024, o maior anuário de empreendedorismo do Brasil

Da esquerda para a direita: Ingrid Catherine Santos, da Indra Energia (SP); Valdo Oliveira, do Grupo Ietaam (PA) e Denise de Oliveira, da Fitinsur (SP), Izaias Pertrelly, da Blue Company (BA); David Schurmann, da Voz dos Oceanos (SC) e Júlia Vergueiro, da Nossa Arena (SP) (Leandro Fonseca/Exame)

Da esquerda para a direita: Ingrid Catherine Santos, da Indra Energia (SP); Valdo Oliveira, do Grupo Ietaam (PA) e Denise de Oliveira, da Fitinsur (SP), Izaias Pertrelly, da Blue Company (BA); David Schurmann, da Voz dos Oceanos (SC) e Júlia Vergueiro, da Nossa Arena (SP) (Leandro Fonseca/Exame)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 25 de julho de 2024 às 06h00.

Última atualização em 25 de julho de 2024 às 10h53.

O vento que levou a família Schurmann para o distante Ponto Nemo, o local mais remoto de qualquer terra firme em nosso planeta, mostrou a eles uma necessidade. Quando viram que o lixo produzido pelos homens havia chegado até lá, entenderam que tinham de agir. Era o embrião da Voz dos Oceanos, um projeto que financia expedições e investe em ações para conscientizar as pessoas sobre o ecossistema marinho.

Da mesma forma, o vento de liberdade que bate no rosto da paulistana Júlia Vergueiro quando ela corre atrás de uma bola em suas partidas de futebol fez com que ela identificasse um vácuo no mercado para criar a Nossa Arena, um espaço para mulheres e membros da comunidade LGBTI+ praticarem o esporte. Foi esta mesma sensação, a de ser livre, que fez a também paulistana Denise de Oliveira deixar cargos executivos em gigantes de seguros para lançar a Fitinsur, uma fornecedora de tecnologia para seguradoras.

Do sul ao norte do país, há centenas de relatos de empreendedores que aproveitaram um vento favorável de oportunidade e de talento para ganhar dinheiro e correr atrás do próprio sonho. De Belém, no Pará, Valdo Oliveira lidera o Grupo Ietaam, de educação, que se destaca pela certificação por competência — um diploma dado a quem já trabalha num ofício, mas não tem formação na área.

O empreendedor sergipano Izaias Pertrelly comanda a Blue Company, um plano de saúde que nasceu em Salvador e, agora, toma ares nacionais. De São Paulo, a engenheira elétrica Ingrid Catherine Santos é fundadora da Indra, uma empresa dona de uma tecnologia de inteligência artificial generativa capaz de simular a economia de energia com a migração de clientes para o Mercado Livre de Energia, setor que também está no foco do gaúcho Douglas Ludwig, CEO da Ludfor, uma gestora de projetos de energia para indústrias.

Da esquerda para a direita: Izaias Pertrelly, da Blue Company (BA); David Schurmann, da Voz dos Oceanos (SC) e Júlia Vergueiro, da Nossa Arena (SP) (Leandro Fonseca/Exame)

Mesmo num país como o Brasil e num ano como 2023, em que o poder de compra do consumidor foi estrangulado pelos juros altos e a inadimplência de pessoas físicas e de empresas esteve no maior patamar histórico, esses empreendedores conseguiram alavancar seus negócios e crescer. Não sem muito esforço e jogo de cintura. Agora, é hora de colher os frutos desse crescimento. Eles são apenas seis dos 371 exemplos de tomadores de decisão que foram selecionados para a terceira edição do Ranking EXAME Negócios em Expansão 2024, um anuário idea-lizado em parceria com o banco BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME).

“Os empreendedores à frente das empresas de pequeno e médio porte merecem ter um espaço para o reconhecimento do seu sucesso, já que geram empregos e fornecem produtos e serviços à população, mesmo diante de grandes desafios”, diz Rogério Stallone, sócio do BTG Pactual e head do BTG Empresas. “Buscamos apoiar e criar condições para que o ambiente de negócios seja cada vez mais propício ao desenvolvimento. Sem a iniciativa, o profissionalismo e a perseverança desses empresários, não teríamos tantos cases de sucesso.” Nas próximas páginas, veja a lista completa dessas empresas de 23 estados brasileiros que aproveitaram um vento a favor para crescer.

Confira a lista com todos os vencedores clicando aqui

Conheça a história dos vencedores de cada categoria

FIGURINO/ENSAIO: MALWEE


Qual foi a metodologia usada

O Ranking EXAME Negócios em Expansão 2024 começou a ser desenhado em março, com a abertura das inscrições. Em 2024, o ranking apurou o crescimento das empresas ao longo do ano de 2023. Estavam aptos a participar negócios de setores variados, com CNPJ aberto no Brasil e uma receita operacional líquida de 2 milhões a 600 milhões de reais ao fim de 2023. Assim como nas edições anteriores, para participarem do anuário, os tomadores de decisão nas empresas precisaram compartilhar documentos contábeis, como a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e o balanço financeiro da empresa — ambos assinados por um profissional de contabilidade. A documentação foi analisada por uma equipe técnica da PwC Brasil para avaliar as informações e confirmar o cumprimento dos quesitos previstos no regulamento para a participação no ranking.

Numa etapa seguinte, os times envolvidos no projeto analisaram o perfil das empresas, em busca de pontos sensíveis sob a ótica do compliance. O trabalho serviu de base para o anuário de empresas listadas nas páginas a seguir, ordenadas conforme o ritmo de expansão dos negócios em 2023. Quanto maior foi o crescimento percentual da receita operacional líquida da empresa no ano passado, na comparação com 2022, mais bem colocada ela ficou no ranking.

Mais de 35% das empresas classificadas no ano passado também estão no anuário neste ano. Em algumas dessas empresas, a informação de receita operacional líquida de 2022 no anuário deste ano está diferente em relação à publicada na edição do ano passado por causa de ajustes contábeis feitos pelas empresas e analisados, caso a caso, pelos times envolvidos no projeto.

O grupo de 371 empresas que atenderam a todos os requisitos para estar no ranking foi dividido em seis categorias, uma a mais do que no ano passado. Cinco delas consideram o porte do negócio e buscam refletir algumas nuances importantes do universo empreendedor. A primeira é a dos negócios com receita operacional líquida de 2 milhões a 5 milhões de reais. São empresas com poucos anos de operação e, em muitos casos, ainda enquadradas no Simples Nacional, um regime tributário com regras facilitadas para declaração. Em 2024, 61 empresas estão nessa categoria. A seguir, o anuário traz negócios com receitas de 5 milhões a 30 milhões de reais.

Neste ano, 142 empresas estão nesse patamar, em que não é raro encontrar negócios em fase de expansão acelerada — são as chamadas scale-ups. A terceira categoria elencou os negócios de 30 milhões a 150 milhões de reais, donos de um porte mais maduro — já com a cara do “M” de PME. Aqui estão 99 negócios. A categoria de negócios de 150 milhões a 300 milhões de reais engloba as empresas já a caminho de virar grandes. Em 2024, 38 estão nessa lista. Neste ano, pela primeira vez, o ranking também mostra negócios cuja receita fica dre 300 milhões a 600 milhões de reais — foram 14 selecionados. O objetivo foi dar destaque a mais empresas com crescimentos superlativos para um tamanho já robusto. Por fim, o ranking traz a categoria Novatas, que lista os negócios cujos CNPJs foram abertos a partir de 2022, ou que tinham receitas ínfimas na ocasião e, em 2023, experimentaram um crescimento exponencial nas vendas. Enquadraram-se 17 empresas nessa lista.

Para além das informações financeiras, o ranking procurou trazer informações úteis para descrever, da maneira mais fidedigna possível, todos os negócios em expansão finalistas. Para compor as tabelas com informações financeiras enviadas pelas empresas, há também dados como site, ano de fundação, descritivo das principais atividades e setor de atuação — este último apurado com as empresas. No formulário de inscrição, elas foram convidadas a escolher a cadeia produtiva na qual o negócio está inserido.

Este ranking agrupou as cadeias com a mesma lógica do anuário MELHORES E MAIORES, da EXAME, que divide os negócios em 18 cadeias produtivas: Agronegócio; Alimentos e Bebidas; Atacado e Varejo; Bens de Capital e Eletroeletrônicos; Educação e Saúde; Energia; Farmacêutico e Beleza; Imobiliário; Mineração; Moda e Vestuário; Papel e Celulose; Química e Petroquímica; Saneamento e Meio Ambiente; Serviços Financeiros; Siderurgia e Metalurgia; Tecnologia e Mídia; Telecomunicações; e Transporte e Logística.

Para refletir de maneira mais precisa algumas cadeias produtivas típicas de PMEs, o Ranking EXAME Negócios em Expansão 2024 traz também os setores de Capital Humano, dos negócios que trabalham com oferta de mão de obra, Infraestrutura, para fornecedores de produtos ou serviços para a construção civil, além de Serviços, para empresas de setores como hotelaria e turismo, seguros, atendimento ao cliente, advocacia e setores correlatos, e Indústria para atividades fabris não agrupadas nas demais categorias. Ao total, empresas de 22 cadeias produtivas compõem o ranking.

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