Revista Exame

Diferentemente da Petrobras, a PB-Log vai bem, obrigado

Braço de logística da estatal, companhia faturou quase 1,5 bilhão de dólares em 2016, 9% mais do que no ano anterior

DR

Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2017 às 05h20.

Última atualização em 10 de agosto de 2017 às 05h20.

melhor empresa do setor de transporte nesta edição de Melhores e Maiores, a PB-Log, nasceu há apenas cinco anos como resultado de uma mudança nos estatutos da companhia da qual se originou, a Refinaria Alberto Pasqualini, no Rio Grande do Sul. No final de 2012, a Refap passou por uma reestruturação que levou à transferência de seus ativos de refino para a Petrobras e à criação de um novo objetivo social.

Dali por diante, a companhia, rebatizada de PB-Log, permaneceria como uma subsidiária da Petrobras, mas passaria a prestar serviços de logística na exploração e na produção de petróleo e gás natural. Diferentemente da empresa-mãe, que nos últimos três anos fechou no vermelho, o braço de logística da Petrobras vai bem, obrigado.

Desde sua criação, sempre ficou no azul. Em 2016, a PB-Log faturou quase 1,5 bilhão de dólares, 9% mais do que no ano anterior, e teve um lucro de 331 milhões de dólares, proporcionando um retorno de 23% sobre o patrimônio. Seu índice de liquidez corrente (5,70), uma medida da capacidade de honrar obrigações de curto prazo, é o melhor do setor de transporte. 

Ilton José Rossetto Filho, presidente da PB-Log: o plano é diversificar a carteira de clientes e não depender da Petrobras | (Leandro Fonseca/EXAME)

Para prestar seus serviços de logística, a PB-Log conta com 130 navios e 60 aeronaves, que atendem 14 unidades marítimas de produção e nove sondas de perfuração de seis consórcios nos quais a Petrobras é operadora ou possui participação — nos campos de Libra, Papa-Terra e Albacora Leste, além de três blocos nas bacias de Santos e do Espírito Santo. Esse número já foi maior.

No final de 2016, a carteira de clientes da PB-Log tinha 16 consórcios. Segundo Ilton José Rossetto Filho, presidente da PB-Log, a queda reflete o momento atual do setor. Se em 2008 o preço do petróleo no mercado mundial alcançou 140 dólares por barril, hoje está em torno de 45 dólares, devido ao aumento da oferta global. Além disso, a Petrobras reduziu drasticamente os investimentos em exploração e produção de petróleo, na esteira da crise causada pela Operação Lava-Jato.

Apesar das dificuldades enfrentadas pela Petrobras para diminuir suas dívidas e voltar a investir como antes, o futuro da PB-Log parece promissor. Isso graças à retomada das rodadas de licitações da Agência Nacional do Petróleo, o órgão regulador do setor, que tem nove leilões previstos até 2019.

A ANP estima um total de 80 bilhões de dólares em investimentos, que incluem 17 unidades de produção, 20 sondas de perfuração e 300 poços marítimos. A PB-Log quer conquistar como clientes os consórcios vencedores dos leilões, inclusive aqueles sem participação da Petrobras. “A meta é ampliar e diversificar a carteira de clientes”, diz Rossetto.

Por sua atuação no pré-sal, a PB-Log é vista no mercado como uma “joia da coroa”, que poderia ser incluída no programa de desinvestimentos da Petrobras. Rossetto evita comentar os rumores de uma possível venda da PB-Log.

“As decisões sobre os ativos e as subsidiárias do Sistema Petrobras que integram o Plano de Desinvestimentos são tomadas pela Petrobras”, limitou-se a dizer. Caso as especulações se confirmem, porém, não deverão faltar interessados em adquirir a empresa.

Acompanhe tudo sobre:LogísticaMelhores e MaioresPetrobrasPetróleo

Mais de Revista Exame

Linho, leve e solto: confira itens essenciais para preparar a mala para o verão

Trump de volta: o que o mundo e o Brasil podem esperar do 2º mandato dele?

Ano novo, ciclo novo. Mesmo

Uma meta para 2025